O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), perdeu a quase unanimidade que havia em torno de sua permanência no cargo entre as bancadas tucanas no Congresso. Enquete feita pela Folha (que publica esta matéria) mostra que Guerra tem a preferência de 23 dos 53 deputados eleitos em outubro, mas 19 agora afirmam que é muito cedo para fechar com ele. Entre os dez senadores do PSDB, Guerra tem três apoios contra seis indefinidos. Um não quis opinar.
O quadro é bem diferente de três semanas atrás, quando 53 de 55 deputados tucanos, entre atuais e da legislatura passada, assinaram um abaixo-assinado em favor da manutenção do presidente. Guerra minimizou a perda de apoio. Disse ter mais votos em sua própria contabilidade e acreditar que os colegas não foram "explícitos". Ele afirmou que os congressistas podem ter recuados nos apoios públicos após o ex-governador José Serra (SP) passar a ser cotado para a presidência do partido. "A possibilidade de o Serra [se candidatar] faz com que as pessoas não arrumem confusão", disse Guerra. Um deputado do PSDB-SP que pediu anonimato também atribuiu a mudança à movimentação de Serra e disse que o ex-governador "está falando com todo mundo" sobre a candidatura. Serra tem evitado comentar publicamente o assunto.
Entre os deputados paulistas, só 3 de 13 optaram por Guerra. Aliado de Serra, o senador Aloysio Nunes (SP) preferiu dizer que é "muito cedo" para definir um nome e disse que calcular os apoios é "ruim para o partido". O deputado paulista Vaz de Lima, que também não quis fechar com um nome, disse que Serra pode ser o presidente. "Mais do que ninguém, ele incorpora o sentimento de oposição", disse. A única que deu apoio declarado ao candidato derrotado à Presidência foi Mara Gabrilli (SP): "Por incrível que pareça, acho Serra superagregador", disse.
Sob o comando do senador Aécio Neves, para quem Guerra é o "candidato natural", a bancada mineira está quase toda unida em torno do atual presidente: 7 de 8 deputados. Só Eduardo Barbosa não quis se pronunciar. A eleição do PSDB deve ocorrer em 29 de maio. Os congressistas titulares --mesmo quem está licenciado-- são uma parcela dos eleitores. Segundo o PSDB, votam ainda o Diretório Nacional, composto de mais de 200 nomes, delegados de todos os Estados e do DF e os suplentes que estiverem ocupando cargo no Congresso.
DO BLOG COTURNO NOTURNO
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