A Veja publica que está praticamente acertada a fusão do futuro PDB, Partido da Democracia Brasileira, fundado e comandado por Gilberto Kassab, com o PSB, Partido Socialista Brasileiro, dirigido por Eduardo Campos, governador de Pernambuco. Isto ocorreria nos próximos dois anos, permitindo que Kassab concorresse ao governo do estado de São Paulo em 2014 e que Campos pudesse, inclusive, ser candidato à presidência da república. A fusão dos dois partidos surgiria como uma terceira força para contrapor-se ao domínio do PT e do PSDB na política nacional, nos últimos 16 anos. Kassab levaria junto com ele uma bancada de vinte deputados federais, a senadora Kátia Abreu(DEM-TO) e o governador Raimundo Colombo(DEM-SC). Tudo com o apoio da ala dos ex-senadores Jorge Bornhausen e Marcos Maciel, fundadores do PFL e do DEM.
Já O Globo, neste domingo, faz uma entrevista com as mesmas perguntas para Eduardo Campos e Aécio Neves, onde os dois respondem com juras de amor entre si, falam do sogro Miguel Arraes e do avô Tancredo, consideram estar juntos em 2014, lamentam estarem em campos opostos, mas nenhum admite abrir mão de uma suposta candidatura à presidência. Ou seja: o pernambucano está conversando com todos os lados possíveis, o que serve para cacifar a sua posição como partido forte da base aliada.
O que não faz muito sentido nesta proposta? Em primeiro lugar, se houver esta fusão na proporção anunciada, o PSB+PDB ficará do tamanho do PSDB, com pouco mais de 50 deputados federais, 7 governadores e 4 senadores. Ainda será a quarta força política no país.
Em segundo lugar, isto não resolve o nó de São Paulo, onde o PSDB terá, em 2014, um candidato imbatível ao governo do estado, seja ele Geraldo Alckmin ou José Serra. Kassab não terá a mínima chance contra nenhum dos dois, estando há dois anos fora da política. Sua carreira no Executivo deve ser construída para 2018.
Por último, o que mais espanta nesta possibilidade de fusão é uma simples olhada no estatuto do PSB. Estamos falando em juntar liberais com socialistas, em condições de inferioridade. O que o Brasil precisa é de um partido à direita e não mais um à esquerda. Este casamento de cobra com porco espinho vai parir arame farpado. Se não querem começar este partido de pequeno, que façam uma fusão com o PP. Se o lado de lá têm o Sarney, qual o problema em engolir o Maluf? Aí sim, o novo partido nasceria com uma bancada de mais de 60 federais, 6 senadores e um governador. Obviamente que, para isto acontecer, existem as resistências regionais. Mas o caminho parece ser este.Começar de novo é sempre duro, mas o que não é admissivel é que se cometam os mesmos equívocos.
DO B. DO CEL
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