terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

91 apagões em 2010: é o sistema elétrico "robusto" da Dilma.


O editorial da Folha de São Paulo consolida dados da gestão de Dilma Rousseff sobre a área de energia, que sempre comandou com mão de ferro. Apesar da bondade de tirar a culpa pelos apagões inteiramente das suas costas, jogando-os para cima do PMDB de Sarney e Lobão.

Após três anos em queda, o número de apagões graves cresceu 90% em dois anos. Em 2010, houve 91 casos em que interrupções de fornecimento de energia ultrapassaram 100 megawatts (MW), o suficiente para abastecer um município de 400 mil habitantes. Na sexta-feira, cidades de oito Estados ficaram sem luz por até quatro horas, prejudicando cerca de 33 milhões de pessoas. Em 10 de novembro de 2009, outro mega-apagão já havia atingido 18 Estados brasileiros, deixando em torno de 70 milhões na escuridão.

O fato de o sistema brasileiro ser interligado, com transmissão de energia por longas distâncias, é positivo. Possibilita um bom aproveitamento do grande potencial hidrelétrico do país e permite uma distribuição mais racional do que é produzido. A energia é dividida entre Sudeste, Nordeste e Sul, os três principais polos de consumo, de acordo com a demanda e com a geração em cada região do país. É uma falha gritante, porém, que curtos-circuitos numa única subestação ou a queda de uma das muitas linhas apaguem regiões inteiras. Para evitar isso, é necessário haver, tanto nas linhas quanto nas subestações, o que os técnicos chamam de redundância, ou seja, vias alternativas para contornar obstáculos à corrente.

Ao dizer que o sistema é "robusto", o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, incidiu numa falácia. Se de fato contasse com robustez, no sentido técnico, as panes que surgissem poderiam ser evitadas isolando-se a subestação com problemas. Acontece, no entanto, que a interrupção em algum ponto leva à sobrecarga das outras linhas e a um efeito dominó, que deixa milhões sem luz. O termo "apagão" popularizou-se no penúltimo ano do governo FHC, em 2001, quando a geração insuficiente de energia levou o país a um racionamento forçado. Agora, como em 2009, trata-se de problemas sérios de transmissão (longa distância) e distribuição (nas cidades). Não há deficit de produção à vista no curto prazo. O governo Dilma Rousseff precisa modernizar o sistema de transmissão e reforçar sua manutenção, além de investir em novas linhas. Como ex-ministra de Minas e Energia, a presidente sabe que a repetição dos apagões acabará na conta de sua gestão e do injustificável controle do PMDB de Edison Lobão sobre o setor.

Ele é mesmo um velhaco.

Ontem, este blog lembrou o que Lula disse em encontro com Mubarak, no Cairo, Egito, em 2003:

Vim, hoje, por também reconhecer o papel extraordinário que o presidente Mubarak tem no mundo. Quem acompanha a política sabe que o presidente Mubarak é um homem preocupado com a paz no mundo, com o fim dos conflitos, com o desenvolvimento e com a justiça social.

Hoje o velhaco teve o peito de declarar, no Senegal, no Forum Social Mundial:

''Há muito tempo todo mundo sabia que era preciso voltar a democracia ao Egito. As pessoas se incomodam com Cuba, com o [presidente da Venezuela Hugo] Chaves e deixaram de notar que [o presidente do Egito Hosni] Mubarak estava lá há 32 anos. As pessoas não enxergam. As grandes potências, que dão sustentação a essas políticas, de repente, ficam surpresas quando acontece uma manifestação.
 
DO B. DO CEL 

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