Especialistas internacionais dizem que a falta de planejamento fez a chuva no Brasil matar mais que na Austrália e que as mortes ocorridas nas tragédias brasileiras são frutos de “descasos políticos”. Quem está afirmando isso não é a oposição, nem somos nós, são as maiores autoridades em catástrofes no mundo.
Foto: Alexandre Carius/Agência O Dia
O Brasil poderia ter evitado mortes se tivesse planos de emergência eficazes, diz Margareta Wahlström, secretaria da ONU, para a Redução de Riscos de Desastres
O Brasil poderia ter evitado mortes se tivesse planos de emergência eficazes, diz Margareta Wahlström, secretaria da ONU, para a Redução de Riscos de Desastres
Falando a BBC Brasil, Margareta Wahlström, (foto) subsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Desastres disse que “a falta de “comunicação” e de um plano de emergência foram fatores que pesaram para que as fortes chuvas na região serrana do Rio resultassem em uma tragédia maior do que a ocorrida em Queensland, na Austrália, também submersa recentemente pelas águas.
Esclarece que a “ocorrência de ciclones, fez a Austrália começar a se preparar para o imprevisível. “As autoridades sabem como evacuar as áreas e as populações locomovem-se orientadas por instruções transmitidas pelo rádio”.
Numa comparação esclarecedora, diz que foi assim que uma inundação que invadiu três quartos do estado australiano de Queensland havia provocado 13 mortes até a última quarta-feira. Na serra fluminense, um área muito menor, o saldo de mortos passou de 500.
Para Wahlström, o Brasil poderia ter evitado mortes se tivesse planos de emergência eficazes. Ela cita como exemplo iniciativas de outros países em desenvolvimento, como a Indonésia, que "apesar de ser uma nação pobre, têm planos de evacuação diante de ameaças de terremoto e de erupção de vulcão, por exemplo".
Monitorar as áreas de risco e montar um sistema de alerta - com a designação de um líder para orientar a população e a criação de abrigos pré-definidos para receber moradores - são medidas consideradas básicas por Wahlström para evitar mortes como as ocorridas em Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo.
“No Brasil, ainda há muito a ser feito em termos de planejamento urbano. Os governos têm que trabalhar com a população e realmente proibir construções em áreas de risco. Muitas regulamentações existem, o problema é que nem sempre são cumpridas”, disse a subsubsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Desastres.
Esclarece que a “ocorrência de ciclones, fez a Austrália começar a se preparar para o imprevisível. “As autoridades sabem como evacuar as áreas e as populações locomovem-se orientadas por instruções transmitidas pelo rádio”.
Numa comparação esclarecedora, diz que foi assim que uma inundação que invadiu três quartos do estado australiano de Queensland havia provocado 13 mortes até a última quarta-feira. Na serra fluminense, um área muito menor, o saldo de mortos passou de 500.
Para Wahlström, o Brasil poderia ter evitado mortes se tivesse planos de emergência eficazes. Ela cita como exemplo iniciativas de outros países em desenvolvimento, como a Indonésia, que "apesar de ser uma nação pobre, têm planos de evacuação diante de ameaças de terremoto e de erupção de vulcão, por exemplo".
Monitorar as áreas de risco e montar um sistema de alerta - com a designação de um líder para orientar a população e a criação de abrigos pré-definidos para receber moradores - são medidas consideradas básicas por Wahlström para evitar mortes como as ocorridas em Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo.
“No Brasil, ainda há muito a ser feito em termos de planejamento urbano. Os governos têm que trabalhar com a população e realmente proibir construções em áreas de risco. Muitas regulamentações existem, o problema é que nem sempre são cumpridas”, disse a subsubsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Desastres.
Outra especialista, a indiana, Debarati Guha-Sapir, (foto) consultora externa da ONU e diretora do Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres, falando ao Estadão, foi mais incisiva ainda: "O Brasil não é Bangladesh e não tem nenhuma desculpa para permitir, no século 21, que pessoas morram em deslizamentos de terras causados por chuva." Para ela, só um fator mata depois da chuva: "descaso político."
Debarati analisa que o Brasil já viveu pelo menos 37 grandes enchentes em apenas 10 anos, nessa mesma região. É um número enorme e mostra que os problemas das chuvas estão se tornando cada vez mais frequentes no País. Descarta até que o alto numero de mortos é o resultado direto de fenômenos naturais, rebatendo que “as chuvas são fenômenos naturais”. “Mas essas pessoas morreram, porque não têm peso político algum e não há vontade política para resolver seus dramas, que se repetem ano após ano”.
“ Brasil é um país que já sabe que tem esse problema de forma recorrente. Portanto, não há desculpa para não se preparar ou se dizer surpreendido pela chuva. Além disso, o Brasil é um país que tem dinheiro, pelo menos para o que quer.”
Enchentes ocorrem sempre nos mesmos lugares, portanto, não são surpresas. O problema é que, se nada é feito, elas aparentemente só ficam mais violentas. A segunda grande vantagem de um país que apenas enfrenta enchentes é que a tecnologia para lidar com isso e para preparar áreas é barata e está disponível. O Brasil praticamente só tem um problema natural e não consegue lidar com ele. Imagine se tivesse terremoto, vulcão, furacões...
Debarati analisa que o Brasil já viveu pelo menos 37 grandes enchentes em apenas 10 anos, nessa mesma região. É um número enorme e mostra que os problemas das chuvas estão se tornando cada vez mais frequentes no País. Descarta até que o alto numero de mortos é o resultado direto de fenômenos naturais, rebatendo que “as chuvas são fenômenos naturais”. “Mas essas pessoas morreram, porque não têm peso político algum e não há vontade política para resolver seus dramas, que se repetem ano após ano”.
“ Brasil é um país que já sabe que tem esse problema de forma recorrente. Portanto, não há desculpa para não se preparar ou se dizer surpreendido pela chuva. Além disso, o Brasil é um país que tem dinheiro, pelo menos para o que quer.”
Enchentes ocorrem sempre nos mesmos lugares, portanto, não são surpresas. O problema é que, se nada é feito, elas aparentemente só ficam mais violentas. A segunda grande vantagem de um país que apenas enfrenta enchentes é que a tecnologia para lidar com isso e para preparar áreas é barata e está disponível. O Brasil praticamente só tem um problema natural e não consegue lidar com ele. Imagine se tivesse terremoto, vulcão, furacões...
Foto: Reuters
Os nossos políticos contribuem com descaso, incompetência e abandono, para piorar e as vezes provocar as maiores catástrofes brasileiras. Criminosamente, faturam com a tragédia, deixando-se fotografar fazendo sobrevôo sobre o desastre e conversando com as vítimas. Depois fazem promessas de ajuda que jamais cumprirão e se vão como se estivessem com o dever cumprido.
Os nossos políticos contribuem com descaso, incompetência e abandono, para piorar e as vezes provocar as maiores catástrofes brasileiras. Criminosamente, faturam com a tragédia, deixando-se fotografar fazendo sobrevôo sobre o desastre e conversando com as vítimas. Depois fazem promessas de ajuda que jamais cumprirão e se vão como se estivessem com o dever cumprido.
blog toinho da passira
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