Editado por Andréa Haddad em 8/01/2011 às 17:11 hs.
(Giulio Sanmartini) O exercício do poder tem duas faces, a nobre quando é usado para servir os que elegeram seus detentores e a vil, quando usado tão somente para usufruir das benesses que proporciona. Luiz Inácio Lula da Silva, quando o teve, fez uso obsceno e, deste modo, está incluído na segunda forma. Dou o devido valor a esse retirante que lutou para sair da miséria. Entrou na política como deputado federal, todavia mostrou-se um congressista inexpressivo. Por isso não disputou mais eleição alguma e justificou sua desistência com um desdém como a da raposa de Esopo.
Lula chegou à presidência num hiato político e com o esforço coletivo de todo o Partido dos Trabalhadores.
Seu governo nada realizou. Manteve os ganhos da economia deixados pelo seu antecessor e foi tocando o barco. A novidade foi a impunidade numa proporção avassaladora, corrupção impune, numa proporção jamais vista em toda a história do país. Seu inédito e de difícil entendimento índice de popularidade foi decifrado por Fernando Henrique Cardoso, que numa confidência a amigos disse ter descoberto qual a grande jogada de Lula: “foi a de falar para o país diariamente e sobre todos os assuntos. Assim, não só se tornou mais popular como ofereceu sua própria versão para fatos que embaraçavam o governo e pautou a imprensa sempre que quis”.
Com esse sistema conseguiu reeleger-se e fazer a substituta, todavia ele não consegue se conformar com a perda das mordomias que o cargo lhe ofereceu por oito anos e, como ex-presidente, começa a se atrapalhar.
Seu último grande ato de bizarrice foi a faraônica mudança do Palácio da Alvorada para seu apartamento em São Bernardo do Campo (SP). Encheu “somente” 11 caminhões para transportar 1.403.417 itens de penduricalhos que acumulou enquanto presidente. Trata-se de um número absurdo, vejamos: O governo de Lula durou 2.922 dias, portanto ele acumulou 4.895 itens por dia, se imaginarmos que ele tenha trabalhado todos os dias por 8 horas, serão 612 itens por hora, ou 40 por minuto. É demais para quem apresenta uma acentuada ergofobia.
Contudo, esse não é maior absurdo, o terrível foi o custo dessa mudança, que segundo a empresa Granero, responsável pelo serviço, gira em algo com R$ 500 mil, ou seja, o valor de dois bons apartamento de classe média no Rio ou em São Paulo.
Pensei que este número só poderia ser um engano, pois desrespeito com o dinheiro do contribuinte tem limite. Mas está certo, conforme os jornalista Daiene Cardoso e Daniel Galvão da Agência o Estado.
O “grad finale” dessa burlesca e melancólica comédia teve como protagonista a “ex-primeira patroa”, que deu uma dimensão superlativa ao aforismo “quem nunca comeu melado, quando come se lambuza” quando pediu à transportadora que tivesse “uma atenção especial para as bebidas e as roupas”.
Ao que parece Lula foi contaminado pela oferta que lhe fez seu marqueteiro Duda Mendonça para comemorar sua vitória eleitoral (2002) de uma garrafa de vinho Romanée-Conti 1997, que custa a bagatela de R$ 6 mil. Haja vista que ele exigiu um caminhão climatizado para levar sua adega, que inclui garrafas de vinho, uísque e outras bebidas de categoria.
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