BERLIM - A iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani, de 43 anos, foi libertada da prisão, afirmou nesta quinta-feira Mina Ahadi, líder da Comissão Internacional contra a Pena de Morte e o Apedrejamento, à correspondente do GLOBO em Berlim, Graça Magalhães-Ruether. Sakineh estava presa condenada por adultério e envolvimento no assassinato do marido. O dia da libertação não foi informado. Também foram soltos o filho de Sakineh, Sajjad Ghaderzadeh, o advogado Hotan Kian e dois jornalistas alemães. Segundo Mina, Sakineh está em casa com o filho.
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Segundo Mina, a libertação se deveu à pressão de líderes mundiais e de personalidades. A ativista destacou a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, presidente eleita, no processo que culminou com a soltura.
- Nós vivemos hoje momentos felizes - disse Mina, ao confirmar a libertação, lembrando porém que a luta continua. Atualmente, 21 mulheres e cinco homens aguardam em prisões iranianas execução por apedrejamento.
Antes de saber da libertação, o Parlamento Europeu havia anunciado o envio de uma comitiva internacional de advogados a Teerã para negociar com o governo iraniano.
Sakineh foi condenada à morte em 2007 por apedrejamento, pena aplicada aos condenados por adultério no Irã. Em setembro deste ano ela ganhou o perdão da família do marido para esse delito, mas a Justiça confirmou outra pena, de enforcamento, por suposto envolvimento na morte dele.
A iraniana chegou a confessar na TV estatal ter traído o marido e participado do assassinato, mas sua família diz que o depoimento só foi conseguido sob tortura. Ela voltou à televisão depois, em novas declarações amplamente contestadas por seu advogado, para negar ter sofrido qualquer tipo de pressão na penitenciária de Tabriz, onde estava presa.
A decisão final sobre a aplicação da sentença foi seguidas vezes adiada ao longo de 2010 e, atualmente, como as próprias autoridades iranianas admitiam, o caso estava aberto. As circunstâncias da libertação ainda não foram explicadas.
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