sexta-feira, 24 de novembro de 2017

O que o PMDB entende por ética

Por Ricardo Noblat
Sexta-feira, 24/11/2017 - 03h47
O ex-ministro Henrique Eduardo Alves, fidelíssimo aliado do presidente Michel Temer, continua preso em Natal, acusado de corrupção, mas nem por isso saiu do PMDB ou foi expulso.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima há mais de 30 anos fiel escudeiro de Temer, continua preso em Brasília, acusado de receber propina. Nem deixou o PMDB nem foi deixado por ele.
O ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mola-mestra do impeachment de Dilma que permitiu a ascensão de Temer, segue preso em Curitiba. E filiado ao PMDB, onde ninguém fala mal dele.
O partido presidido pelo senador Romero Jucá (RR) reuniu seu Conselho de Ética e expulsou dos seus quadros a senadora Kátia Abreu, do Tocantins. Do que ela foi acusada?
De criticar o governo Temer antes mesmo de ele começar. E de continuar a criticá-lo em desacordo com o partido. Kátia foi ministra da Agricultura do governo Dilma. Votou contra o impeachment.
Por causa disso, já havia sido suspensa do PMDB por um prazo de 60 dias. Como não aprendeu com o castigo, como teimou em fazer oposição a Temer, acabou defenestrada.
Roubar ou ser acusado de roubar não é considerada falha grave dentro do PMDB – não a ponto de justificar uma expulsão. Divergir pura e simplesmente de posições do partido passou a ser.

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