quarta-feira, 9 de maio de 2018
Em artigo publicado no Globo,
Flávio Gordon responde a dois professores que denunciam "os ataques às
universidades públicas" - que seriam de extrema-direita. Ora, este blog
"ataca" as universidades há anos justamente por terem sido reduzidas a
antros ideológicos esquerdistas, onde o conhecimento é substituído pela
ideologia. E não são somente as públicas que sucumbem à ideologia: dá-se
o mesmo com as privadas e confessionais:
No artigo
“Universidade pública sob ameaça” (O GLOBO, 03/05/2018), dois
professores da UFF denunciam pretensos “ataques às universidades
públicas” perpetrados pelo que descrevem como “grupos de direita e
extrema-direita”, cujo objetivo seria “transformar a universidade em um
lugar permeado por dogmas, preconceitos e ideias pasteurizadas”.
Invertendo vítimas e
agressores, e tomando partido destes, o artigo faz referência a um
evento ocorrido na própria UFF, no qual uma palestrante foi impedida de
deixar o prédio em que falava para um punhado de alunos, tendo sido
forçada a permanecer sete horas entrincheirada numa sala, sob ofensas e
ameaças de agressão. Cúmplices da intolerância, e redobrando a infâmia,
diretores da universidade decidiram proibir de vez as atividades do
grupo de estudantes responsável pelo evento. Não é caso isolado.
Em junho de 2017, na
Federal de Goiás, uma professora convidada foi impedida de palestrar.
Cercada por um bando que gritava “Fora, fascista!”, acabou expulsa do
local. Em fevereiro do mesmo ano, na Federal de Minas Gerais, uma jovem
fora espancada por militantes da União da Juventude Socialista. Em 2016,
ao se opor às assim chamadas “ocupações”, que deixaram um saldo
impressionante de danos ao patrimônio público, um professor da Federal
de Pernambuco teve a sala invadida, livros roubados, e paredes pichadas
com frases tais como “Stalin matou foi pouco”. Pela mesma razão, um
professor da Federal do Piauí, ameaçado de linchamento, teve de sair
escoltado pela polícia. Os exemplos multiplicam-se diariamente.
Todos esses casos
tiveram como agressores membros de partidos e movimentos de
extrema-esquerda, exitosos, eles sim, em transformar a universidade em
um lugar permeado por dogmas, preconceitos e fanatismo político. Mas
nada disso foi capaz de suscitar nos autores do artigo o zelo repentino
ora demonstrado pela universidade pública. Afetando súbita preocupação
com proselitismo, não viram nada de errado quando, em dezembro de 2017, o
já condenado Luiz Inácio Lula da Silva fez um ato político na Uerj. Ou
quando, mês passado, o pré-candidato à Presidência pelo PSOL, Guilherme
Boulos, participando do 8º congresso da União da Juventude Comunista,
dispôs do salão nobre da faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da
UFRJ para fazer campanha, com anuência da direção.
Se há algo
aproveitável no conceito marxista de ideologia é a ideia de que um
discurso ideológico é aquele pelo qual se busca mascarar interesses
parciais mediante apelo universalista ao bem comum. É precisamente o que
fazem os autores do artigo. Em típica novilíngua orwelliana, exaltam a
“diversidade”, o “espaço público” e a “liberdade de expressão”. Tudo, na
verdade, para defender com unhas e dentes o seu feudo ideológico,
recentemente abalado graças ao inconformismo de parte da sociedade já
cansada de bancar com os seus impostos instituições que, de espaço para o
livre debate de ideias, converteram-se em centros de formação de
radicais de esquerda. DO O.TAMBOSI
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