Juiz Sergio Moro determinou prisão do empresário Luiz Eduardo Silva depois de rejeitados todos os recursos em segunda instância no TRF4
Segundo a PF, ele foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML)
para exames e segue para o Centro de Detenção Provisória de Ribeirão
Preto (CDP). Luiz Eduardo é acusado de intermediar os pagamentos
ilícitos de empreiteiras envolvidas no esquema investigado pela Operação Lava Jato,
através da JD Assessoria, empresa de fachada no nome do ex-ministro. As
movimentações identificadas foram de, ao menos, 8 milhões de reais
entre 2006 e 2013. Pelo trabalho ilícito, o irmão de Dirceu teria recebido, durante o
período, uma mesada de cerca de 30.000 reais, paga pelo lobista Milton
Pascowitch. Ao julgar o caso do empresário, em setembro, o TRF4 manteve a
sentença do juiz Sergio Moro por lavagem de dinheiro e pertencimento à
organização criminosa, aumentando a pena de 8 anos e 9 meses para 10
anos, 6 meses e 23 dias de prisão em regime fechado. O despacho de Moro, de determinar que Luiz Eduardo e outro condenado no
processo – o ex-sócio e um ex-assessor de Dirceu, Júlio César Santos –
sejam presos, se baseou no atual entendimento do Supremo Tribunal
Federal (STF), que permite a detenção uma vez esgotados os recursos na
segunda instância da Justiça. Para efeito de comparação com o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT),
no caso do empresário também não couberam embargos infringentes, que
são recursos possíveis quando há, mesmo com a condenação por maioria,
divergências entre os desembargadores de uma turma criminal. Com uma
trajetória processual semelhante a de Lula – o TRF4 também aumentou, sem
divergir, a pena imposta inicialmente a Luiz Eduardo –, o empresário
foi preso pouco mais de quatro meses depois da condenação pela corte de
Porto Alegre. Se não prosperarem os pedidos de habeas corpus que a defesa do
ex-presidente apresentou ao STF e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ),
isso significa que ele, tendo os embargos de declaração rejeitados,
poderia ser preso no começo de junho caso os prazos processuais sejam
executados de forma semelhante. Os demais réus do caso que justificou a prisão de Luiz Eduardo Silva – o
próprio Dirceu, o ex-vice-presidente da empreiteira Engevix, Gerson
Almada, e o lobista Fernando Moura – permanecem em liberdade até o
julgamento dos embargos infringentes. Já Roberto Marques, ex-assessor do
petista, terá seu futuro decidido pela Corte de Execução do Paraná, uma
vez que sua pena é ao regime semiaberto. DO J.TOMAZ...
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