Josias de Souza
Nos
comícios que embalam suas caravanas e nas reuniões do PT, Lula responde
às acusações criminais que o assediam com a exibição de sua pose
favorita. Fiel à pregação da perseguição política, a defesa do
ex-presidente reiterou na sessão de julgamento do TRF-4, a pregação que
tenta transformar o réu em vítima. Entretanto, o relator João Pedro
Gebran Neto demonstrou
em seu voto que, no ambiente dos tribunais, é preciso que, por trás da
pose, existam boas explicações. Do contrário, a sentença acabará
revelando um culpado sob a máscara do perseguido.
Gebran, o primeiro dos três desembargadores a votar no julgamento do recurso de Lula no caso do tríplex do Guaruja, não só manteve a sentença de Sergio Moro como elevou a pena. Em vez de nove anos e seis meses, condenou o réu a uma cana de 12 anos e 1 mês, em regime inicialmente fechado.
Lula está prestes a ser arrastado para um espetáculo diferente. Talvez tenha de se reposicionar em cena. A estratégia do pajé do PT para lidar com o drama da Lava Jato, um sucesso político, já não consegue disfarçar o fracasso jurídico.
O êxito político baseia-se numa regra singela da propaganda. Prevê que tudo pode ser compreendido se for personalizado. Trocando em miúdos: o mal, como abstração, é difícil de ser enxergado. Mas basta dar ao mal um nome e um par de chifres e você passa a ter um inimigo nítido.
Até aqui, o demônio de Lula se chamava Sergio Moro. Isso não cola mais. Confirmando-se a condenação de Lula na segunda instância, Moro perderá a condição de satã providencial para o qual Lula transfere todas as suas culpas.
Lula e seus advogados vinham resumindo a resposta às acusações de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em duas palavras: é perseguição política. Tudo muito engenhoso. O problema é que chegou aquele momento dos processos em que as sentenças judiciais dão uma nova cara aos réus indefesos.
No caso do tríplex, Lula ganha a aparência de um anti-heroi, um personagem que trocou uma biografia épica por uns trocados e alguns confortos que a Lava Jato o impediu de desfrutar.
Gebran, o primeiro dos três desembargadores a votar no julgamento do recurso de Lula no caso do tríplex do Guaruja, não só manteve a sentença de Sergio Moro como elevou a pena. Em vez de nove anos e seis meses, condenou o réu a uma cana de 12 anos e 1 mês, em regime inicialmente fechado.
Lula está prestes a ser arrastado para um espetáculo diferente. Talvez tenha de se reposicionar em cena. A estratégia do pajé do PT para lidar com o drama da Lava Jato, um sucesso político, já não consegue disfarçar o fracasso jurídico.
O êxito político baseia-se numa regra singela da propaganda. Prevê que tudo pode ser compreendido se for personalizado. Trocando em miúdos: o mal, como abstração, é difícil de ser enxergado. Mas basta dar ao mal um nome e um par de chifres e você passa a ter um inimigo nítido.
Até aqui, o demônio de Lula se chamava Sergio Moro. Isso não cola mais. Confirmando-se a condenação de Lula na segunda instância, Moro perderá a condição de satã providencial para o qual Lula transfere todas as suas culpas.
Lula e seus advogados vinham resumindo a resposta às acusações de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em duas palavras: é perseguição política. Tudo muito engenhoso. O problema é que chegou aquele momento dos processos em que as sentenças judiciais dão uma nova cara aos réus indefesos.
No caso do tríplex, Lula ganha a aparência de um anti-heroi, um personagem que trocou uma biografia épica por uns trocados e alguns confortos que a Lava Jato o impediu de desfrutar.
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