terça-feira, 11 de julho de 2017

Aliados negociam para salvar Temer na CCJ, porque derrota já é previsível no plenário da Câmara


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Está apenas começando o inferno gerado em torno da saída de Michel Temer – que tem tudo para não acontecer. A base governista adverte que juntará até 38 votos na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados para impedir que avance o pedido de autorização parlamentar da Procuradoria-Geral da República para que o Presidente da República seja processado por corrupção passiva no Supremo Tribunal Federal. Se Temer vencer, o Brasil vai mergulhar em um colapso político com graves repercussões econômicas e sociais.
Embora acredite que consegue reunir o mínimo de 172 votos no plenário da Câmara, para impedir que o pedido de processo vá adiante, Temer prefere, torce e conspira para barrar tudo imediatamente. O risco é gigantesco. Até agora, 174 parlamentares declaram que votariam pela saída de Temer. O sucessor da Dilma seria imediatamente afastado com a autorização para processo no STF. A quantidade basta para tirar Temer, por 180 dias. O “golpe” parlamentar coloca o presidente da Câmara interinamente na Presidência da República. Embora jure fidelidade a Temer, o genro sem sogro Rodrigo Maia está prontinho para sentar no trono palaciano, mesmo com a Lava Jato fungando em seu cangote.
Os partidos governistas – que vendem a alma a Temer e aos reais controladores econômicos dele – avaliam que chegam ao mínimo de 32 votantes, depois de uma providencial troca de 20 deputados na CCJ que é composta por 66 parlamentares. Abertamente, 16 votam contra Temer (aceitando que a denúncia de Rodrigo Janot vá adiante, para avaliação dos 513 deputados no plenário da Câmara. Também claramente, 21 votam a favor de Temer. Faltariam 11 votos para salvá-lo. Os 15 indecisos e os 14 que não respondem a enquetes são os fiéis da balança e alvos do programa “é dando que se recebe” do Palácio do Planalto.  
Não houve surpresa com a posição do “peemedebista independente” Sérgio Zveiter – relator do Caso Temer na CCJ. O maçom regular Zveiter (da família que tem hegemonia no comando da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro) votou a favor de detonar o maçom irregular Michel Miguel Elias Temer Lulia (cadastro 213065 - afastado desde abril de 2015 da Loja Maçônica Colunas Paulistas 3333, de São Paulo). O “irmão” Sérgio Zveiter apresentou um voto demolidor contra o irmão Temer, pedindo que deputados votem pela admissibilidade da abertura de processo por corrupção passiva. Resumindo: “A denúncia não é inepta... Há indícios de autoria e de materialidade”.
Sabendo que a denúncia contra Temer tem mais da metade dos votos necessários para ser aceita, a base aliada corre contra o tempo e parte para todas as negociatas possíveis. Estão em jogo os votos de 110 indecisos e mais 160 parlamentares que preferem não falar do assunto publicamente. Ou seja, é gigantesca a margem para o velho e conhecido “é dando que se recebe”. Desesperados, os governistas tentarão apresentar um relatório alternativo ao apresentado pelo peemedebista Zveiter. A corrida é contra o tempo. O prazo fatal é o recesso parlamentar. Temer segue em ritmo de vida ou morte.
Temer acha que o “irmão” Zveiter “exagerou”. Experiente advogado, Zveiter admitiu que tomou conselhos jurídicos de seu pai, Waldemar Zveiter, ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça e Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro. Além do protagonismo na Maçonaria, a família Zveiter é famosa por advogar, há décadas, para o Grupo Globo. O irmão de Sérgio, Luiz, é famoso no mundo esportivo, porque foi presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva da empresa CBF – cargo do qual foi afastado por determinação do Conselho Nacional de Justiça, que julgou que tal função não poderia ser acumulada com a presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
A tropa de choque do “irmão” Temer fará o diabo para desmoralizar Sérgio Zveiter – que está no PMDB desde março de 2016. Uns tentam queimá-lo alegando que foi secretário de Sérgio Cabral (ilustre preso). Outros repetem nas redes sociais que Sérgio teve sua campanha de deputado federal de 2014 abastecida pelo caixa das empreiteiras envolvidas na Lava Jato. Formalmente, Zveiter não é alvo de inquéritos na Lava Jato. Por isso, atacado pelos aliados temerários, Zveiter produziu um voto contundente e que pode ser fatal para Michel Temer.       
Horroroso é o comportamento duvidoso dos tucanos – mais perdidos que freiras no meio de um puteiro. Na reunião de ontem no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, líderes do PSDB decidiram nada resolver, de imediato, sobre o desembarque do governo Temer. Engraçado foi ouvir, do senador José Serra, que todos comeram “pizza” no jantar... Tudo bem... Ontem se celebrou o Dia Nacional da Pizza...
Nada de anormal, porque este é o prato predileto da politicagem tupiniquim – em ritmo de roubalheira sem fim, até a hora que o povo, pt da vida, promova o “juízo final” que pode não ser apenas uma “revolta” no voto, mas sim na base da porrada...
Assim prossegue a guerra de todos contra todos... Assim a vida segue no Brasil em ritmo de corrupção e de guerra civil não-declarada, na qual a população é alvo de balas perdidas, enquanto policiais e militares das forças armadas são alvos de balas achadas...
Já passou da hora de se reinventar o País dominado pelo Crime Institucionalizado e em ritmo de fragmentação... Mas já que isso não acontece por bem, quem sabe, não aconteça pelo mal, que se esfarela e se desmoraliza?
Todos em queda


Nenhum comentário:

Postar um comentário