quinta-feira, 11 de maio de 2017

É difícil para Dilma manter a pose de flor do lodo


Entre todas as revelações contidas na delação premiada de João Santana e Monica Moura, uma das mais assustadoras envolve o vazamento de informações sigilosas da Polícia Federal. Acomodada na poltrona de presidente da República, Dilma Rousseff abastecia o casal do marketing petista de informações sobre o andamento da Lava Jato, contou Monica aos investigadores.
Nesta versão, a presidente repassava aos investigados dados recebidos do então ministro da Justiça, o petista José Eduardo Cardozo. Dilma chegou mesmo a antecipar aos amigos a notícia de que ambos teriam a prisão decretada. Esse tipo de procedimento tem nome: é crime.
Diante de tudo o que já foi descoberto pela Lava Jato, não está fácil para Dilma ostentar a pose de flor do lodo. A essa altura, arma-se sobre o penteado da sucessora de Lula uma tempestade semelhante à que dispara trovões e raios que o partam sobre a cabeça do seu mentor e padrinho político. Sem mandato, Dilma será triturada na primeira instância do Judiciário.
Os delatores Santana e Moura informaram também que Lula e Dilma tinham plena ciência do dinheiro sujo que escorria pelos porões das respectivas campanhas presidenciais. Dinheiro vindo das negociatas trançadas na Petrobras. Liberada pelo Supremo Tribunal Federal, a investigação segue o seu curso. Por ora, apenas a sociedade brasileira sente o amargor de uma pena. É como se o Brasil estivesse condenado a uma Lava Jato perpétua. Impossível saber até onde vai escorrer o melado. DO J.DESOUZA

Josias de Souza
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, abespinhou-se com o gesto de um colega. Em ofício à presidência da Corte, Marco Aurélio Mello declarou-se impedido de atuar em processos que envolvam o escritório do advogado Sergio Bermudes, onde trabalha sua sobrinha, Paula Mello. Fez isso num instante em o procurador-geral da República Rodrigo Janot tenta impedir Gilmar de julgar casos sobre Eike Batista, pois sua mulher, Guiomar Mendes, também integra os quadros da banca de Bermudes, que defende o empresário.
Gilmar transbordou numa declaração feita ao repórter Jorge Bastos Moreno, de O Globo. Referiu-se a Marco Aurélio em termos radioativos: “Os antropólogos, quando forem estudar algumas personalidades da vida pública, terão uma grande surpresa: descobrirão que elas nunca foram grande coisa do ponto de vista ético, moral e intelectual e que essas pessoas ao envelhecerem passaram de velhos a velhacos. Ou seja, envelheceram e envileceram.”

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