sábado, 15 de abril de 2017

Kim Kataguiri, do MBL, comenta o “acordão” entre caciques políticos


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Publiquei há pouco um texto sobre a estranha – cada vez mais estranha postura de Reinaldo Azevedo, que ficaria feliz caso um “acordão” entre os principais caciques políticos do PT, PMDB e PSDB realmente fosse feito, para impedir algum “aventureiro” em 2018. Eis uma boa resposta a essa turma, de Kim Kataguiri, do MBL:
Há um Brasil que acordou para a podridão do sistema atual, e há uma ala menor que resiste às forças de mudança, defendendo os “monstros do pântano”. Esses passarão para a História como os cúmplices do atraso. Ninguém aqui é jacobino por desejar mudanças radicais nesse modelo falido. Ninguém é aventureiro por lutar por Justiça contra esses métodos fracassados e corruptos. Gustavo Nogy explica bem o que está em jogo, que é a desmistificação dessa democracia:
Muita gente tem se preocupado com a “criminalização da política”. Em tese, isso abriria espaço para caudilhos, ditadores, malucos de toda ordem. A mim não me preocupa. E mais: acredito que seja urgente uma radicalização filosófica, moral, nos debates sobre política e sobre democracia. Dizer que o fim da política abriria espaço para bandidos, mafiosos e oportunistas é se esquecer de que boa parte dos nossos problemas foi criada por bandidos, mafiosos e oportunistas que chegaram ao poder justamente por meio da política. Hitler, Fidel Castro, Mussolini, Stálin, Pol Pot, Lula, Dilma, Maduro, Kirchner, Tiririca – todos têm em comum a mesma coisa: são palhaços; e são políticos, de uma forma ou de outra. Degenerados, mas políticos. Não há política ideal, assim como não há socialismo ideal, nem livre mercado ideal. Há o que há. Todos discutem aborto amistosamente, como se não passasse de opção feminina. Todos discutem a existência de Deus, como recreação. Agora, discutir democracia; discutir a própria natureza da política? Tabu. Não acreditamos na Cidade de Deus, mas nos ajoelhamos na Cidade dos Homens. Pois discutamos sem pudores nem temores. Se a conclusão a que chegarmos é de que não passa mesmo de atividade criminosa, amém. Desacreditamos de tantas coisas santas, não é mesmo? Então podemos desacreditar, com vigor renovado, das coisas mais profanas. A política não nos salva. A política não nos protege da política.
Se a nossa “democracia” trouxe ao poder alguém como Lula e depois seu “poste” Dilma, quase destruindo de vez com o País, então essa “democracia” não merece mesmo ser salva! Só que alguns, para defender seus companheiros políticos, parecem dispostos até a engolir um bandido como Lula na política, para evitar “aventureiros”. Que vergonha!
Rodrigo Constantino

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