A primeira reportagem que liga o ex-presidente ao tríplex foi publicada em 10 de março de 2010 no GLOBO
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SÃO PAULO - Ao afirmar na quinta-feira que o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva é mesmo dono do tríplex reformado pela OAS no edifício
Solaris, no Guarujá, litoral paulista, Léo Pinheiro confirmou
informações publicadas pelo GLOBO desde 2010. Em uma reportagem daquele
ano, a assessoria de imprensa da Presidência da República confirmava que
o imóvel pertencia a Lula. Desde o início das investigações da
Lava-Jato, no entanto, o ex-presidente tem dito que apenas comprou cotas
de um apartamento comum no 14º andar, chegou a analisar a mudança para o
tríplex, mas desistiu.
A
primeira reportagem que liga o ex-presidente ao tríplex foi publicada
em 10 de março de 2010, quando a OAS assumiu dezenas de obras paradas da
Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), que passava por
problemas financeiros. O texto dizia que o casal Lula da Silva estava na
fila de cooperados que aguardavam há cinco anos a conclusão da obra.
Procurada, na época, a Presidência “confirmou que Lula continua
proprietário do imóvel”.
Durante o interrogatório de ontem com o juiz Sérgio Moro, o próprio Léo Pinheiro fez referência à reportagem:
—
Em 2010, O GLOBO trouxe uma reportagem enorme sobre esse empreendimento
dizendo que o tríplex pertencia ao Lula. Fiquei preocupado e procurei o
(Paulo) Okamoto. Perguntei como deveria proceder, já que o tríplex
estava em nosso nome e a aquisição por parte da família do presidente
era de cotas e não tinha havido adesão para o empreendimento. O Vaccari
conversou comigo dizendo que esse apartamento... a família tinha a opção
de um apartamento tipo (uma unidade normal), tinham comprado cotas, e
que eu não comercializasse o tríplex.
Em
dezembro de 2014, outra reportagem do GLOBO dizia que a OAS havia
terminado a obra do Solaris antes dos demais edifícios herdados da
Bancoop. Funcionários do condomínio relataram que a ex-primeira-dama
Marisa Letícia “providenciou a decoração do local” e que a família havia
solicitado a instalação de um elevador privativo.
Em
agosto de 2015, o jornal informou que uma corretora de valores
imobiliários chamada Planner repassou dinheiro para a OAS durante a
finalização da obra do edifício Solaris. No período, a Planner havia
recebido da GDF, empresa usada para lavar dinheiro do doleiro Alberto
Youssef, um valor de R$ 3,7 milhões, supostamente para o tríplex.
Lula
questionou, na Justiça, a publicação dessa reportagem e moveu um
processo contra jornalistas do GLOBO em que pedia indenização por danos
morais.
Em
dezembro de 2015, o pedido foi negado pela 48ª Vara Cível do Rio. Em
setembro do ano passado, a 14ª Vara Câmara Cível do Tribunal de Justiça
do Rio confirmou a decisão em primeira instância. O desembargador
Gilberto Guarino, relator do caso, entendeu que o jornal não fez juízo
de valor e apenas divulgou a existência de investigações contra o
ex-presidente. 21/04/2017 - DO R.DEMOCRATICA
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