Aliados de políticos investigados na Lava Jato atuam na Câmara dos
Deputados na tarde desta quarta-feira (16) para derrubar o relatório de
Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e enterrar as 10 medidas contra a corrupção,
jogando fora quatro meses de trabalho dos membros da comissão que
discutiu o projeto de lei apoiado por milhões de brasileiros.
As principais manobras do golpe em curso são as seguintes:
1) Trocar membros titulares da comissão – como
Ricardo Izar, do PSD de São Paulo – por integrantes dispostos a votar
contra o relatório de Lorenzoni;
2) Apresentar voto em separado para que seja
rejeitado o relatório de Lorenzoni e aprovada uma versão alternativa que
garanta a impunidade geral.
O procurador Deltan Dallagnol, da Lava Jato, comentou a indecência nas redes sociais:
“Isso é um desrespeito com os mais de 2
milhões de brasileiros que assinaram o projeto de iniciativa popular. É
um desrespeito com os 200 milhões de brasileiros que querem um processo
de discussão e aperfeiçoamento legítimo no Legislativo – basta dizer que
esses Deputados ouviram mais de 100 pessoas. Não é possível
simplesmente trocá-los. Sentindo-me profundamente desrespeitado, como
cidadão.”
Este blog foi informado de que a conversa de membros da comissão com representantes de PT, PMDB e PSDB não havia sido boa.
Agora, a tentativa de derrubar o relatório é motivada especialmente
pela retirada por Lorenzoni do item que instituía o crime de
responsabilidade para magistrados, promotores e procuradores.
Naturalmente, a turma dos investigados não gostou de ficar sem a
devida brecha para atacar aqueles que os denunciam.
O encerramento da sessão plenária para a votação do parecer da
comissão das 10 medidas estava previsto para 17 horas, mas a sessão foi
suspensa por volta das 16h após manifestantes invadirem a Câmara. Eles
gritaram “Viva, Sergio Moro!” e “A nossa bandeira jamais será vermelha!”
e cantaram o hino nacional.
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