A Polícia Federal deflagrou uma megaoperação que tem como epicentro os maiores fundos de pensão das estatais: Previ, Funcef, Postalis e Petros. Dizer o quê? Recorram ao arquivo deste blog para saber como trato essas entidades desde que o blog existe — e já o fazia antes. Atenção! Eles eram — e, em certa medida, são ainda — um dos esteios do poder do PT.
Aliás, é curioso: enquanto o partido fazia, por exemplo, campanhas contra as privatizações do governo FHC, os fundos, já influenciados pelo PT, iam às compras. O petismo, diga-se, se sustenta em três pilares: aparelhamento do estado, sindicalismo e fundos de pensão.
A coisa de agora é cabeluda e pode rivalizar, em prejuízo efetivo, com o petrolão. Fazendo uma síntese: os indícios apontam para um conluio entre os fundos e algumas cabeças coroadas do empresariado — curiosamente, muitos deles se tornaram impressionantemente robustos durante o lulo-petismo — para fingir que o simples assalto aos cofres dessas entidades era… investimento! Esses fundos compravam, aponta a investigação, cotas em oito fundos de investimentos a preços superfaturados. Ainda que o investimento viesse a dar lucro depois, o prejuízo na largada, para as entidades, já estava garantido. Bem como o lucro dos larápios. Essa é, reitero, a acusação. Foi bloqueada a fabulosa quantia de R$ 8 bilhões.
Sabem o que impressiona nisso tudo? O fato de ninguém se impressionar. Nem no mercado. Todos esperavam, cedo ou tarde, uma devassa nesses entes. O que estarrece os que acompanham a coisa mais de perto, consta, é o grau do descaramento. E, ora vejam, lá está João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, como um dos investigados.
Chega a ser espantoso. Lembro-me aqui que, em 2010, a VEJA publicou uma reportagem com o depoimento de um sujeito chamado Gerardo Santiago, um ex-assessor do Previ. Ele revelou, então, a existência de um bunker naquele fundo só para produzir dossiês contra adversários do petismo.
Escrevi, então, que aquele bunker montado na Previ atentava diretamente contra os direitos fundamentais e políticos garantidos pela Constituição brasileira. Era a Hidra de Lerna do estado totalitário mostrando as suas muitas cabeças. Não estava mais no ovo. Já havia nascido. Pessoas estavam lá organizadas não para cuidar do fundo, de suas necessidades etc., mas para atuar como uma espécie de polícia política do PT e do governo de então. Ninguém estava fora de seu radar. Só na Previ? Santiago deu a entender que não.
A operação de agora, aguardem, vai evidenciar a profundidade alcançada pela “Conjuração dos Ladrões”.
Roubavam nosso dinheiro.
O objetivo era roubar também nossa democracia.
E eles estão em marcha.
Ah, claro, o regime bolivariano criou os “boliburgueses”, os multimilionários e multibilionários do bolivarianismo. Tudo indica que, por aqui, formaram-se os “petralhas-burgueses”.
Mas não contem isso para alguns humoristas. Eles acham que essa crítica é coisa de radicais que não gostam do Chico Buarque, né, Marcelo Adnet?
DO REINALDOAZEVEDO
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