Sem
qualquer freio moral e com dinheiro do Orçamento, o Planalto volta a
comprar apoio parlamentar num último esforço para livrar a presidente do
impeachment. Dois parlamentares do PSB teriam recebido oferta de R$ 2
milhões em troca do voto pró-Dilma.
Estas
e outras revelações impressionantes constam da reportagem de capa da
revista IstoÉ que chega às bancas neste sábado. Transcrevo os tópicos
iniciais, que dão a ideia do que está rolando no breu das tocas, com
link ao final para leitura completa. Leiam:
No
derradeiro esforço para tentar salvar o mandato da presidente Dilma
Rousseff, o governo reeditou nos últimos dias, sem qualquer pudor, uma
prática já condenada pelo Supremo: a de usar dinheiro público para
comprar apoio político no Congresso. De maneira escancarada, o Planalto
passou a negociar emendas e cargos, e até dinheiro, com deputados que se
dispuserem a votar contra o impeachment da petista. O modo de operar
remete ao escândalo do mensalão, o esquema de compra de votos durante o
primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com uma
diferença fundamental. O mensalão clássico consistiu no pagamento de
parlamentares a partir do desvio de verbas públicas e da lavagem de
dinheiro por meio de agências de publicidade. Agora, o dinheiro
negociado com os deputados de forma escancarada vem direto do Orçamento –
ou seja, do seu e dos nossos impostos. “São práticas terríveis e o PT
repete tudo de novo”, lamentou o ex-deputado Roberto Jefferson, o
principal delator do mensalão, em entrevista a ISTOÉ.
LULA COMANDA A CORRUPÇÃO
De
tão ostensivos, o assédio aos parlamentares e as propostas indecentes
formuladas por emissários do Planalto fizeram corar de vergonha
parlamentares que nunca se notabilizaram propriamente pela probidade ou
por suas reputações ilibadas, como o deputado Paulo Maluf e o
ex-presidente Fernando Collor. Há outro componente agravante no feirão a
céu aberto promovido pelo governo: ele mostra que o PT vira as costas
para a sociedade no momento em que o País vive uma crise
político-econômica sem precedentes na história recente. Enquanto a
presidente Dilma determina o contigenciamento de verbas para a Educação,
e paralisa programas como o financiamento estudantil no exterior, uma
das bandeiras do segundo mandato de Dilma, R$ 50 bilhões em emendas são
oferecidas para quem se dignar a votar contra o impeachment. O governo
também não parece se preocupar com a existência de quatro surtos de
doenças no País, como a gripe H1N1, que já fez 47 vítimas só este ano.
Enquanto diretores do instituto Butantã reclamam de falta de recursos
federais para a produção de vacinas contra o zika vírus, por exemplo, o
critério de escolha do futuro ministro da Saúde e do presidente da
Funasa (Fundação Nacional de Saúde) se orienta pelo número de votos
contra o afastamento da presidente que os aspirantes às vagas são
capazes de oferecer. Ou seja, no vale-tudo para se manter no poder, o
Planalto não se constrange em comprometer o presente e o futuro do País.
R$ 2 MILHÕES, O PREÇO DO VOTO
Na
quarta-feira 6, ao mesmo tempo em que o deputado Jovair Arantes
(PTB-GO) lia as 128 páginas do relatório que concluiu pela
admissibilidade do pedido de impeachment contra a presidente, os
defensores do Planalto tentavam conquistar votos pró-Dilma nos
corredores da Câmara. Às claras. Assim se deu, por exemplo, quando o
deputado André Abon (PP-AP) abordou o colega Sílvio Costa (PTdoB-PE),
vice-líder do governo. “Tudo certo?”, perguntou Costa. “Falta assinar”,
disse Abdon. “Então, está tudo resolvido”, afirmou o vice-líder. Costa é
dos encarregados de negociar, no varejo, votos para tentar derrubar, no
plenário, o pedido de impeachment da presidente. ISTOÉ perguntou a
Costa se o assunto com Abdon era o voto contra o afastamento da chefe do
Executivo. O parlamentar não titubeou. “É claro”, respondeu sem
detalhar, no entanto, o que fora negociado. O pernambucano é quem anota
as adesões e dissidências num papelzinho que carrega no bolso do paletó.
“Posso ver o placar?”, indagou a reportagem. “Tá de brincadeira, meu
líder?!” Em meio ao balcão de negócios que tomou conta dos corredores do
poder em Brasília, há suspeitas de práticas nada republicanas. Ao longo
da semana, circulou a informação de que os deputados Heitor Schuch e
José Stédille, ambos do PSB do Rio Grande do Sul, teriam sido abordados
por aliados do Palácio do Planalto com oferta de dinheiro para apoiar a
presidente. A bancada do PSB se reuniu para cobrar explicações. Eles
negaram. Um deputado de um partido da base aliada, no entanto, assegurou
à ISTOÉ que a oferta foi feita. O valor: R$ 2 milhões pelo voto
pró-Dilma. Clique AQUI para ler a reportagem completa - DO A.AMORIM
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