Delcídio Amaral, senador sul-mato-grossense que foi líder do governo Dilma no Senado Federal, entregou de bandeja a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) em sua delação premiada, que continua estremecendo os pilares da república petralha. Gleisi, conhecida no Paraná como “Joana D’Arc das Araucárias”, é a rainha do “pixuleco”.
O senador-delator disse, de acordo com a revista IstoÉ, “que a empresa Consist sempre atuou como braço financeiro dela [Gleisi Hoffmann] e do marido, [o ex-ministro do Planejamento e das Comunicações] Paulo Bernardo, como mantenedora das despesas do mandato da senadora nos últimos anos”.
O depoimento bombástico de Delcídio Amaral confirma outra delação premiada, já homologada pelo Supremo Tribunal Federal, que jogou no colo de Gleisi Hoffmann a Operação Pixuleco II, 18ª fase da Operação Lava-Jato. Trata-se da delação do ex-vereador petista Alexandre Romano, o Chambinho.
A Pixuleco II investiga um esquema criminoso de desvio de recursos a partir de empréstimos consignados que tornou-se possível com a cumplicidade do Ministério do Planejamento no tempo em que a pasta era comandada pelo marido de Gleisi. O esquema rendeu pelo menos R$ 53 milhões à empresa Consist, que operava os empréstimos. Cerca de R$ 8 milhões do valor total acabaram na conta do advogado de Gleisi, o petista curitibano Guilherme Gonçalves, que passou a bancar as despesas pessoais da senadora, inclusive o salário do seu motorista.
Na delação premiada de Chambinho, homologada recentemente pela Justiça, há detalhes de transações escusas. Aos investigadores, Chambinho disse, por exemplo, como o dinheiro de origem ilícita irrigou o caixa dois da campanha da senadora e ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR). Parte do dinheiro saiu de um contrato milionário firmado nos Correios – estatal vinculada ao Ministério das Comunicações, comandado durante anos por Paulo Bernardo da Silva.
O próprio Paulo Bernardo é citado como beneficiário de dinheiro sujo repassado pelo advogado Guilherme Gonçalves, também investigado na Pixuleco II. O dinheiro teria chegado à campanha de Gleisi por meio de um contrato fictício firmado com um escritório de advocacia. Quem recebeu a bolada, em nome da campanha, foi Leones Dall’Agnol, ex-chefe de gabinete de Gleisi e de Paulo Bernardo. Por Gleisi ter foro privilegiado, as investigações estão no Supremo Tribunal Federal (STF).
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