Órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda, o Coaf produziu um relatório que foi divulgado na mais recente edição da revista Veja, que também publicou a lista de clientes do petista e indicou que o faturamento da sua empresa que leva a as iniciais de seu nome chegou a R$ 27 milhões em 4 anos.
Ainda de acordo com a reportagem, do total, R$ 9,8 milhões teriam sido de empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato. A “L.I.L.S.” é a empresa que o ex-presidente usa para receber recursos de palestras, uma das atividades às quais se dedicou após deixar o Palácio do Planalto. Cardozo já tinha solicitado à PF para investigar também um suposto ataque à sede do Instituto Lula na semana retrasada.
O Coaf elaborou três relatórios que apontam movimentação atípica da empresa do petista e que foram remetidos para Ministério Público no Distrito Federal, Rio de Janeiro e Paraná.
Em junho, o juiz federal Sérgio Fernando Moro, responsável na primeira instância do Judiciário pelos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, afirmou em despacho que o ex-presidente não estava sendo investigado, porém, conforme investigadores ouvidos pelo Estado, isso não significa que movimentações de sua empresa não tenham sido alvo de apurações.
A Polícia Federal gravou conversa entre Alexandrino de Salles Ramos Alencar, executivo da Odebrecht, e Lula, em junho, apenas quatro dias antes de o empresário ser preso.
Conforme relatório da PF, no diálogo, o ex-presidente afirma estar preocupado com “assuntos BNDES”. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é alvo de uma CPI que visa investigar a política de financiamentos a grandes empresas nos governos petistas.
O Instituto Lula se pronunciou sobre o vazamento: “Todas as palestras e atividades do ex-presidente foram legais com os impostos devidamente recolhidos”.
Face lenhosa
As leis vigentes no País devem ser cumpridas de forma implacável e sem qualquer privilégio a quem quer que seja, mas o governo do PT não tem moral para cobrar a abertura de investigação para apurar quebra de sigilo fiscal. Para quem não se recorda, Antonio Palocci Filho, ministro da Fazenda no governo Lula, ordenou a quebra do sigilo bancário de Francenildo Costa, o caseiro Nildo, que denunciou o esquema de corrupção que reinava em uma casa do Lago Sul, em Brasília, onde funcionava a chamada “República de Ribeirão Preto”.
Então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff autorizou o vazamento dos gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. A decisão, que fere a legislação brasileira, serviu para estocar o PSDB, que à época fazia pressão sobre o Palácio do Planalto no vácuo do Mensalão do PT.
Mais recentemente, na eleição presidencial de 2010, o PT quebrou o sigilo fiscal de José Serra e da filha e do genro do tucano, que na ocasião concorria ao Palácio do Planalto pelo PSDB. Naquele ano, José Eduardo Cardozo, atual ministro da Justiça, era um dos coordenadores da campanha de Dilma, ao lado de Antonio Palocci e José Eduardo Dutra. O trio ficou conhecido como “Três Porquinhos”. (Danielle Cabral Távora com Ucho Haddad) - DO UCHO.INFO
Nenhum comentário:
Postar um comentário