Com o aprofundamento das investigações, mais escândalos virão à tona. O
PT não é um partido: é um covil de criminosos. A roubalheira está em
todas as instituições em que há membros dessa seita. Editorial do
Estadão chama atenção, uma vez mais, para o crime de responsabilidade de
Lula e Dilma:
Quando começou a vir à luz o conteúdo das
investigações da Operação Lava Jato, lançada pela Polícia Federal (PF)
em março deste ano para apurar a corrupção dentro da Petrobrás, houve
quem previsse que a dimensão dessa encrenca poderia comprometer a
realização das eleições presidenciais. Esse vaticínio catastrófico era
obviamente exagerado. Mas os acontecimentos dos últimos dias revelam que
esse escândalo sem precedentes não apenas compromete indelevelmente a
imagem da maior empresa brasileira e da cúpula do partido que controla o
governo federal há 12 anos - inclusive o ex-presidente Lula e a
presidente reeleita Dilma Rousseff, como mostramos em editorial de
sexta-feira -, mas pode ser só a ponta de um gigantesco iceberg.
Para ficar apenas nos acontecimentos mais
importantes dessa semana: a empresa holandesa SBM Offshore, fornecedora
da Petrobrás, fez um acordo com o Ministério Público de seu país pelo
qual pagará US$ 240 milhões em multas e ressarcimentos para evitar
processo judicial por ter feito "pagamentos indevidos" para obter
contratos no Brasil e em outros dois países. No Brasil, a CGU iniciou
investigações sobre as suspeitas de que cerca de 20 funcionários da
Petrobrás teriam aceitado suborno da empresa holandesa.
Na quinta-feira, a auditoria PricewaterhouseCoopers anunciou que não
vai assinar o balanço contábil do terceiro trimestre da Petrobrás - cuja
divulgação foi por essa razão adiada - enquanto não conhecer as
conclusões das investigações internas da empresa sobre o escândalo, por
temer o impacto do desvio de recursos sobre os ativos da petroleira.
Trata-se de uma precaução raramente adotada por firmas de auditoria - o
que demonstra a gravidade da situação da Petrobrás.
Na sexta-feira, a Operação Lava Jato iniciou nova fase, colocando 300
policiais em ação em cinco Estados - São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro,
Pernambuco e Minas Gerais - mais o Distrito Federal, para cumprir 85
mandados de prisão ou de busca contra executivos de empreiteiras e
outros investigados por crimes de organização criminosa, formação de
cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.
Para começar, prenderam no Rio de Janeiro o ex-diretor de Serviços da
Petrobrás Renato Duque, indicado para o cargo por José Dirceu.
Enquanto isso, chega a cerca de uma dezena o número de investigados
da Lava Jato que reivindicam o benefício da delação premiada, numa
demonstração de que quem tem o rabo preso no escândalo já percebeu que a
casa caiu e a melhor opção é entregar os anéis para salvar os dedos,
como já fizeram o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto
Youssef.
Diante das surpreendentes proporções do esquema de corrupção armado
dentro da maior estatal brasileira com o objetivo de carrear recursos
para o PT e seus aliados, não surpreende que os dois presidentes da
República no poder durante o período em que toda essa lambança foi
praticada soubessem perfeitamente o que estava ocorrendo. Em 2010 - Lula
presidente e Dilma chefe da Casa Civil -, o Palácio do Planalto, por
meio de veto aos dispositivos da lei orçamentária que bloqueavam os
recursos, liberou mais de R$ 13 bilhões para o pagamento de quatro
contratos de obras da Petrobrás, inclusive R$ 6,1 bilhões para a
Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O TCU havia chegado à conclusão
de que esses custos estavam superfaturados, mas Lula e Dilma entenderam
que era preferível tocar as obras. Só essa decisão comprova a
responsabilidade desses políticos por um escândalo que deixa o Caso
Collor no chinelo.
De fato, está registrada no Diário Oficial da União a prova
documental da conivência de dois presidentes da República com a
corrupção na Petrobrás. É um escândalo de dimensões mastodônticas que
envolve todas as diretorias operacionais da estatal, dezenas de
executivos de empreiteiras e outro tanto de políticos de praticamente
todos os partidos mais importantes da base governista no desvio de
recursos estimados em pelo menos uma dezena de bilhões de reais.
Somente alguém extremamente ingênuo, coisa que Lula definitivamente
não é, poderia ignorar de boa-fé o que se passava sob suas barbas. Já
Dilma Rousseff de tudo participou, como ministra de Minas e Energia e da
Casa Civil e, depois, como presidente da República.
Devem, todos os envolvidos no escândalo, pagar pelo que fizeram - ou não fizeram.
DO OLANDOTAMBOSI
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