Escrevi
ontem aqui que a pancadaria promovida por supostos sem-teto numa
reintegração de posse no Centro da cidade de São Paulo não passava de
ação partidária. Uma franja ligada ao PT resolveu promover o
quebra-quebra na esperança, sei lá, de criar um fato eleitoral. Essa
gente ainda não se deu conta de que a baderna tira, não dá, votos. O
confronto com a Polícia Militar foi promovido pela Frente de Luta por
Moradia (FLM), um movimento ligado ao partido, que pertence a um
“coletivo”, como eles dizem, intitulado “Central de Movimentos Populares
(CMP), que é também mero esbirro do petismo. Gosto de demonstrar o que
afirmo.
Na reportagem do Jornal Nacional, por exemplo, eis que dou de cara com o senhor Raimundo Bonfim, apresentando como coordenador da CMP.
Sim, eu me lembrava dele. Escrevi sobre
este bravo no dia 14 de agosto de 2013. Ele pretendia liderar, então,
um protesto contra o governo Geraldo Alckmin, que estava sendo convocado
pela página do PT na Assembleia Legislativa. Só isso? Não!
Além de
coordenador da tal central o homem é advogado e, atenção!, funcionário
da Liderança do PT na Assembleia, com salário, no ano passado, de R$
11.380. É isso mesmo o que você entendeu, leitor amigo: é você quem paga
a boa vida do sr. Bonfim para que ele ajude a promover o caos.
Na
campanha eleitoral de 2012, ele fez caminhada ao lado do então candidato
Fernando Haddad, conforme se pode ver abaixo, e posou para fotos com a
bandeira do PT. Não é e nunca foi um sem-teto. Trata-se apenas de um
militante profissional.
Haddad é
grato a toda essa gente, que detém cotas na distribuição de moradas
populares na cidade. Um dos coordenadores da FLM, que promoveu a
bagunça nesta terça, Osmar Silva Borges, ganhou cargo na Prefeitura:
virou assessor da Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab), com
salário mensal de R$ 5.538,55. Não foi o único. Também Vera Eunice,
coordenadora da Associação dos Trabalhadores Sem-Teto da Zona Noroeste,
recebeu uma boquinha na empresa, com salário de R$ 5.516,55. Ou por
outra: o grupo que protagonizou as cenas lamentáveis de violência e
vandalismo é poder na cidade administrada por Haddad.
Fiquei
ainda bastante encantado ou ler e ouvir o depoimento de Juliana Avanci,
advogada dos invasores. Contra todas as evidências, contra tudo o que
mostravam as TVs, ao vivo; contra todos os fatos, ela afirmou que a
Polícia é que deu inicio ao confronto. A doutora seria apenas membro de
uma ONG, o Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos. Apresenta-se
simplesmente como uma defensora da causa, sem vínculos com os
companheiros.
Pois é… O
nome dela está num manifesto de “juristas e advogados” em apoio, então, à
candidatura de Haddad à Prefeitura. Ela certamente sabia que o petista,
se eleito, faria uma gestão simpática à companheirada e à causa, não é
mesmo? E que se note: no hotel invadido e depois desocupado, a polícia
encontrou 12 coquetéis molotov.
O que me
incomoda nessa gente toda é menos o conteúdo do pensamento, por mais que
eu considere lamentável, do que a hipocrisia. Admitam, então, que se
trata de uma ação de caráter partidário e que eles avaliam que o caos
lhes interessa. Ontem, sustentei aqui que os baderneiros de São Paulo
eram apenas os braços operacionais de uma forma de entender o poder,
aquela mesma que Lula havia expressado no dia anterior naquela pantomima
autoritária e ridícula em frente à sede da Petrobras.
As evidências estão aí.
REVVEJA
Nenhum comentário:
Postar um comentário