O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República,
Sepúlveda Pertence, anunciou nesta segunda-feira (24) que deixará a
comissão, mais de um ano antes do término de seu mandato. Ele citou como
motivo da renúncia, que será encaminhada hoje à presidente Dilma
Rousseff, a "mudança radical" na composição da comissão.
Pertence disse "lamentar" a não recondução, pela presidente Dilma, de
dois conselheiros da comissão que haviam sido indicados por ele: Marília
Muricy e Fábio de Sousa Coutinho. Segundo ele, a não recondução foi um
"fato inédito".
"Lamento a não recondução, que, ao que me parece, é um fato inédito na
história da comissão, dos dois nomes que eu tive a honra de indicar",
disse Pertence, ao deixar a reunião da comissão, no Palácio do Planalto.
Um dos momentos críticos da relação da comissão com Dilma ocorreu em
dezembro passado, quando o grupo decidiu recomendar a exoneração do
então ministro do Trabalho, Carlos Lupi. A decisão chegou ao
conhecimento da Presidência pela imprensa, e num momento em que o
Palácio do Planalto buscava contornar uma crise na pasta do Trabalho por
conta de denúncias de irregularidades em convênios da pasta.
Na época, o Planalto recebeu criticamente o relatório, pelo fato de boa
parte dele ter sido baseada em reportagens da imprensa. Autora do
relatório, Marília Muricy, em entrevista à Folha na ocasião, cobrou de
Dilma "respeito às regras do jogo democrático".
No último dia 3, a presidente nomeou três novos integrantes para
comissão. Muricy e Coutinho poderiam ter sido reconduzidos, mas Dilma
decidiu nomear novos conselheiros.
Pertence, que é ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), disse que
deverá se dedicar à advocacia. Seu mandato terminaria apenas em
dezembro de 2013.
DO UOL
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