Leiam uma boa síntese das defesas do dia, publicada na VEJA Online.
Por Gabriel Castro e Laryssa Borges:
O oitavo dia de julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) foi marcado pela participação do incisivo advogado do ex-deputado Roberto Jefferson, Luiz Francisco Barbosa. O defensor gastou boa parte de seu tempo na sessão desta segunda-feira para questionar a ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como réu no processo.
O oitavo dia de julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) foi marcado pela participação do incisivo advogado do ex-deputado Roberto Jefferson, Luiz Francisco Barbosa. O defensor gastou boa parte de seu tempo na sessão desta segunda-feira para questionar a ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como réu no processo.
Sem
rodeios, ele disse que o petista é o maior responsável pelo esquema de
compra de apoio político de deputados: “Lula é safo, é doutor honoris causa e
não só sabia como ordenou o desencadeamento de tudo isso que deu razão à
ação penal. Sim, ele ordenou. Aqueles ministros eram apenas executivos
dele”, afirmou Barbosa.
Como antecipou o site de VEJA,
o representante de Jefferson disse que o esquema interessava a quem
tinha o poder de enviar projetos de lei ao parlamento: o presidente da
República. O advogado também acusou Lula de favorecer o banco BMG, que
depois viria a abastecer generosamente o valerioduto. O governo criou
uma lei que permitiu à instituição oferecer crédito consignado para
aposentados, o que rendeu grandes lucros ao BMG.
A tática
de Barbosa é citar a omissão de Lula para criticar o Ministério Público e
sustentar que Roberto Jefferson foi vítima de uma ação seletiva da
Procuradoria-Geral da República. Sobre os mais de 4 milhões e reais
recebidos pelo PTB eram resultado de um acordo lícito para as eleições
municipais de 2004, e não o fruto da adesão da sigla ao governo Lula:
“As direções nacionais do PT e PTB ajustaram, para aquela eleição, apoio
material por transferência de recursos”, disse.
Barbosa alegou ainda que seu cliente
foi transformado em réu para que não prosseguisse denunciando o
mensalão. “Denunciaram Roberto Jefferson para silenciá-lo. É acusado só
para não abrir aqui sua boca enorme. Tem gente que praticou crime e nada
aconteceu”, disse.
José Borba
Representante do ex-deputado José Borba (PP), o advogado Inocênio Mártires Coelho alegou que faltam provas de que seu cliente recebeu mais de 2 milhões de reais do valerioduto. Citando uma lista interminável de juristas, ele gastou relativamente pouco tempo a análise direta da acusação. Criticou a “volatilidade das declarações” de Marcos Valério e atacou o Ministério Público, que teria montado uma peça de acusação sem elementos concretos:
“Desde o início do processo, embora
devessem agir com a isenção de magistrado, os representantes do
Ministério Público vêm se comportando como advogados”, disse o defensor,
que destacou o fato de não haver documentos ligando seu cliente ao
esquema de corrupção.Representante do ex-deputado José Borba (PP), o advogado Inocênio Mártires Coelho alegou que faltam provas de que seu cliente recebeu mais de 2 milhões de reais do valerioduto. Citando uma lista interminável de juristas, ele gastou relativamente pouco tempo a análise direta da acusação. Criticou a “volatilidade das declarações” de Marcos Valério e atacou o Ministério Público, que teria montado uma peça de acusação sem elementos concretos:
Romeu Queiroz
Suspeito de ter embolsado cerca de 102 000 reais do esquema do valerioduto, o ex-deputado federal Romeu Queiroz (PTB-MG) seguiu a linha-base da defesa dos mensaleiros e disse que o dinheiro que recebeu por meio da agência de publicidade SMP&B, de Marcos Valério, não passou de recursos não contabilizados de campanha. A origem do montante seria, segundo ele, uma doação da Usiminas para as eleições de 2004.
“Nem sempre a gente quer fazer essa
doação (de campanha) de modo que gostaríamos de ser identificados. A
Usiminas disponibilizou o dinheiro via SMP&B”, disse o advogado
Ronaldo Garcia Dias. “A consciência da ilicitude nunca existiu. O
dinheiro tinha aparência de uma origem sadia”, resumiu. Em sua defesa, o
ex-deputado Romeu Queiroz ainda negou ter vendido seus votos durante a
análise das reformas previdenciária e tributária na Câmara dos
Deputados.Suspeito de ter embolsado cerca de 102 000 reais do esquema do valerioduto, o ex-deputado federal Romeu Queiroz (PTB-MG) seguiu a linha-base da defesa dos mensaleiros e disse que o dinheiro que recebeu por meio da agência de publicidade SMP&B, de Marcos Valério, não passou de recursos não contabilizados de campanha. A origem do montante seria, segundo ele, uma doação da Usiminas para as eleições de 2004.
Bispo Rodrigues
O primeiro advogado a falar nesta segunda-feira foi Bruno Braga, representante do ex-deputado Bispo Rodrigues (na época, filiado ao extinto PL).Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o réu recebeu, em 2003, 150 000 reais do esquema de Marcos Valério. Assim como fizeram outros advogados, Braga afirmou que tudo não passou de acertos de campanha.
O primeiro advogado a falar nesta segunda-feira foi Bruno Braga, representante do ex-deputado Bispo Rodrigues (na época, filiado ao extinto PL).Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o réu recebeu, em 2003, 150 000 reais do esquema de Marcos Valério. Assim como fizeram outros advogados, Braga afirmou que tudo não passou de acertos de campanha.
“Esse
montante veio do PT com destinação absolutamente daquela imaginada e
sustentada pela acusação”, justificou o representante de Rodrigues. O
advogado disse ainda que seu cliente não pode ser acusado de vender seu
voto na Câmara porque integrava o PL, partido do então vice-presidente
José Alencar: “Anormal seria o PL, nessas condições, votar contra o
governo do qual fazia parte”, disse.
Palmieri
O Supremo ouviu ainda o representante de Emerson Palmieri, que ocupava o cargo de tesoureiro informal do PTB na época dos pagamentos recebidos via valerioduto. O advogado Itapuã de Messias disse que seu cliente não tinha ingerência sobre as movimentações financeiras da sigla: “Emerson não é e nunca foi tesoureiro do PTB. Tem funções específicas, subalternas ao tesoureito, ao presidente e ao secretário”, alegou.
O Supremo ouviu ainda o representante de Emerson Palmieri, que ocupava o cargo de tesoureiro informal do PTB na época dos pagamentos recebidos via valerioduto. O advogado Itapuã de Messias disse que seu cliente não tinha ingerência sobre as movimentações financeiras da sigla: “Emerson não é e nunca foi tesoureiro do PTB. Tem funções específicas, subalternas ao tesoureito, ao presidente e ao secretário”, alegou.
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