Paes o puxa-saco e puxador de olê, olá, resolveu encobrir a imensa VAIA. Que gente ridícula! Movcc
O
alarido abafou o discurso da presidente. Ela elevou o volume da voz e seguiu em
frente. Numa vã tentativa de salvar a cena, o prefeito carioca Eduardo Paes,
que foi ao ato junto com o governador Sérgio Cabral para tirar uma casquinha da
popularidade da visitante, puxou um coro: ‘Olê, olê, olê, olá’, Dilma, Dilma!’.
E nada. A ação
dos seguranças revelou-se, por assim dizer, mais produtiva. Sem muita conversa,
rasgaram cartazes. Tomaram os celulares dos que filmavam o rififi. Lançaram os
aparelhos no solo. De resto, impediram que os repórteres levassem sua
curiosidade para perto do tumulto. No
segundo estágio de sua agenda, Dilma deparou-se com outro protesto. Foi
inaugurar uma ala nova da emergência do Hospital Miguel Couto. Aguardavam-na
professores e servidores de hospitais federais em greve. Recepcionaram-na com
um coro diferente daquela que Paes entorara na cerimônia dos apartamentos. “Saúde
na rua, Dilma a culpa é sua!”, gritava a turba. “A greve é todo dia, porque a
Dilma não negocia!”, variavam os manifestantes. O carro que levava Dilma rumou
para uma entrada lateral do Miguel Couto. Acompanhada
do prefeito e do ministro-senador Marcelo Crivela (Pesca), a presidente tomou o
elevador. Não subiu. Dilma viu-se compelida a enfrentar as escadas. Dessa vez,
não discursou. Limitou-se a dizer meia dúzia de palavras ao séquito de
repórteres. Um deles
perguntou à visitante se notara os protestos do lado de fora do hospital. E Dilma:
“Vi, meu querido. Vivemos numa democracia, vocês querem o quê?”. Os
manifestantes decerto avaliam que merecem algo mais. Na véspera, de passagem
por São Bernardo (SP), Dilma já havia sentido nos
ouvidos o ruído
da democracia.
Entre o
que o governo acha que faz e o que as pessoas gostariam que o governo fizesse
há sempre um vão por onde passa a indignação. Nesta sexta (6), Dilma Rousseff
foi ao Rio entregar 460 apartamentos. Enfrentou um protesto
de estudantes. A rapaziada gritava pela destinação de mais verbas para a
educação. DO MOVC
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