Por Gerhard Erich Boehme
O atual presidente Luis Federico Franco Gómez governará até agosto de 2013.
Entre suas promessas temos a de que pretende conduzir a transição de
acordo com as normas constitucionais, manter intocadas as instituições
democráticas e respeitar os direitos humanos e os compromissos assumidos
pelo governo.
Se não houver ingerência, principalmente por
parte do Foro San Pablo, principalmente através de seus grupos de
narcotraficantes e de “movimentos sociais radicais, a maioria sustentada
com recursos vindos do Brasil e agora da Venezuela.
Um
processo antidemocrático para uns seguramente desinformados, pois não
levaram em questão o que previa a constituição Paraguaia e mais
importante, as ameaças contra os congressistas paraguaios.
Estavam
assim evitando o confronto, pois sabiam que poderiam levar à
desestabilização política e econômica do país. Estavam em uma
encruzilhada. E este é uma questão que vem desde 2010.
Neste sentido é necessário que se assista este vídeo.
Depois tivemos uma série de ameaças e atentados, nunca os congressistas
estiveram tão ameaçados, e não apenas eles, sendo emblemático o
sequestro e assassinato de Cecilia Cubas, filha do ex-presidente Raúl
Cubas por membros de uma entidade que soma as FARC com o MST, o Exército
do Povo Paraguaio (EPP), como a Sra. Graça Salgueiro muito bem nos
alerta neste texto.
Veja também: notalatina.blogspot.com/
Os paraguaios terão que decidir, ou
optam pelo atraso, pela instabilidade política e pela submissão a sua
oclocracia e ao Foro San Pablo que agora exerce sua força, seus
desmandos frente a soberania de um povo.
Ou optam por colocar o país no
rumo democrático, onde a liberdade se faça presente e com ela seja
assegurada a justiça dentro de sua sociedade. Mas esta segunda opção
exige o entendimento e que se observe o princípio da subsidiariedade, o
livre mercado e estado de direito, e nele inserido o direito de
propriedade.
Uma das questões centrais é o narcotráfico, e outra é a questão agrária.
A Reforma Agrária se faz necessária, é fato. Mas ela igualmente não
deve ser conduzida por pressão de grupos radicais, fugindo assim de
potenciais conflitos. Uma reforma agrária exige que se saiba conduzir
três instrumentos:
a) abertura de novas áreas para fins de colonização e a região do Chaco é a nova fronteira agrícola paraguaia;
b) tributação progressiva de terras improdutivas;
c) desapropriação, com impacto também sobre agricultores já estabilizados, incluindo os brasiguaios.
A
primeira exige um profundo conhecimento das questões ambientais, pois
há que se avaliar todos os aspectos e impactos ambientais dela
decorrente. Trata-se de um importante o bioma ao Sul do Pantanal. O
problema é que esta importante fronteira agrícola ela está a ocorrer, o
que exige que a sociedade paraguaia se antecipe a estas questões.
A
segunda é o melhor instrumento, mas exige que as terras sejam tituladas
e um acompanhamento eficaz por parte das entidades que irão avaliar a
produtividade. E mais importante, que seja colocado em curso um sistema
eficaz de tributação, pois no Brasil foi um redundante fracasso, basta
lembrarmos que quando foi instituído o imposto territorial rural a
receita era próxima a do imposto de renda, hoje nem mesmo chega a ser
considerada.
A terceira, adotada no Brasil se
mostrou desastrosa, pois potencializa o conflito e dá margem à
sustentação da oclocracia, a qual é aproveitada por políticos demagogos e
sem escrúpulos, como tem sido a do MST no Brasil e foi o caso do
Paraguay. Pior que como vemos, o Brasil exportou o que há de pior aos
paraguaios, o que também se volta contra muitos brasileiros que para lá
foram por opção de vida. E é dentro desta realidade de conflito que se
insere o que há de pior na nossa sociedade, como a presença de
interesses de grupos de narcotraficantes.
Outra questão é que se saiba avaliar
uma questão importante, a agricultura moderna expulsa o trabalhador
rural, o qual é substituído com vantagens por máquinas e equipamentos.
Em contrapartida temos a diversidade de alimentos e muitas outras
culturas, muitas das quais são somente possíveis de serem obtidas em
pequenas propriedades rurais, como é o caso a sericicultura, mas ela é
tão exótica lá como no Brasil e nos países da América Latina.
Enveredar pela diversidade exige também uma mudança radical sobre
conceitos alimentares e no campo um modelo de colonização que possa ser
traduzido como de elevado senso comunitário. Mas isso é praticamente
impossível devido ao caráter do latino-americano, onde a “lei de Gerson
se faz presente”. No Paraguay se tem de longa data a colonização feita
de forma comunitária, como as colônias alemãs, de luteranos, menonitas e
até mesmo amish, como nos Estados Unidos. No Brasil, dada a colonização
japonesa ela também se fez presente. Mas o melhor modelo é o empregado
hoje em Israel.
Tanto no Paraguay como no Brasil temos a busca
do atraso, o MST se caracteriza muito bem nesta direção e sua atuação no
Paraguay se dá através da via Campesina, que tem apoiado a organização
dos Carperos. E é comprovadamente o pior modelo a ser seguido, pois
enaltece o conflito.
Felizmente o mundo reconheceu as falhas do
socialismo, e isso foi o que ocorreu em Israel, onde hoje os kibutzim
se tornaram empresas ou cooperativas e se adaptaram a uma nova
realidade. Mas isso exige um esforço concentrado na questão do capital
humano, da educação fundamental em especial. A exemplo das colônias de
agricultores alemães, em Israel também se concentrou no capital humano.
E é importante aqui citar que o cooperativismo tem como base a fiel
observação do princípio da subsidiariedade e não ideias ou ideais
coletivistas, estes que eram inicialmente usados nos kibutzim.
Os kibutzim se tornaram o que são hoje cooperativas extremamente
competentes, quando não empresas privadas de capital acionário. Os
kibutzim em seus primeiros dias foram formados dentro de um modelo
coletivista, tentaram ser autossuficientes em todos os produtos
agrícolas, dos ovos aos laticínios, das frutas às carnes. Durante a
experiência, os kibutzniks descobriram que a autossuficiência era
impossível.
Neste sentido uma aproximação do governo paraguaio com o de israelense é fundamental.
En la encrucijada, nos dicen
“Uma nação somente se desenvolve e alcança a justiça dentro de sua
sociedade se observar o princípio da subsidiariedade, o livre mercado e
estado de direito, e nele inserido o direito de propriedade. Mas isso
exige a compreensão de um mundo real, com as falhas inerentes à natureza
humana e rejeitarmos privilégios no trato da coisa pública.” (Gerhard
Erich Boehme)
A prova do que escrevi pode ser vista
relacionando-se os indicadores de liberdade com quaisquer outros
indicadores sociais e econômicos que desejar:
1. "Index of Economic Freedom World Rankings" The Heritage Foundation.
2. "Economic Freedom of the World: Annual Report" do The Cato Institute.
3. "Economic Freedom of the World: Annual Report" do Fraser Institute.
Veja também aqui.
Outro problema sério no Paraguay
foi a influência do Foro San Pablo e através dele o apoio a eleição de
Fernando Armindo Lugo de Méndez S.V.D. e agora a pressão para sua volta
ao poder.
A destituição do ex-presidente Lugo foi muito rápida e
e assim tinha que ser, pois seguramente os congressistas paraguaios de
todos os partidos sofreriam pressão, muita pressão neste sentido. Todos
eles corriam risco de morte.
A ingerência dos partidos e demais
entidades que tomam parte do Foro San Pablo seria poderosa, a começar
pelas entidades que atuam no campo do tráfico de armas, drogas,
veículos, etc. que atuam hoje entre o Brasil e o Paraguay e a Bolívia,
seguramente se fariam presentes.
Assim tivemos o grande derrotado com sua saída:
o
Foro San Pablo, particularmente o PT, que o lidera. Todos foram
surpreendidos. O melhor é que tudo foi feito dentro da lei,
respeitando-se a democracia, a ordem, a lei e sem derramamento de
sangue.
Paraguay, en particular, tendrá que ser consciente de la encrucijada y
tomar una decisión sobre el camino que quiere tomar en el futuro.
(Gerhard Erich Boehme)
E agora, o melhor oportunismo destes
bolivarianos o que se observou, à margem da resistência paraguaia, que
se colocava contra a demagogia, tivemos até mesmo o apoio da presidente
Dilma a estes demagogos bolivarianos, pisoteando a democracia e a Lei
Suprema paraguaia a fim de facilitar a entrada no Mercosul de um país
cuja mono economia só permitirá a seu conturbado presidente permanecer
no poder enquanto o preço do petróleo for elevado.
Decididamente, a
demagogia, mesmo com a modernidade de nossas mídia, encontra e dá
espaço ao mesmo tipo de demagogos que a humanidade assistiu na primeira
metade do século XX e em Cuba na sua segunda metade.
Gerhard Erich Boehme gerhard@boehme.com.br +55 (41) 8877-6354 Skype: gerhardboehme Caixa Postal 15019 80530-970 Curitiba PR
DO R.DEMOCRATICA
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