terça-feira, 31 de julho de 2012

Lista da “Carta Capital”, que tentou envolver Gilmar Mendes e Delcídio Amaral com Marcos Valério, está em computador de lobista que já foi preso por estelionato; advogado que fez a denúncia trabalha para acusado. Eis os fatos!


É impressionante que as coisas possam acontecer deste modo, mas o fato é que acontecem. Sabem a suposta lista de pessoas que teriam recebido propina de Marcos Valério, publicada pela Carta Capital, aquela revista dirigida por Mino Carta e que só existe por causa do anúncio de estatais e governos petistas? Pois é… A tal lista, segundo a revista, teria sido elaborada por Marcos Valério e até assinada por ele!!! Seria, assim, um caso de corruptor que assina embaixo. Entre os supostos beneficiários, o saco de pancada de estimação do subjornalismo: o ministro Gilmar Mendes e o agora senador Delcídio Amaral (PT-MS). O próprio Valério negou a autoria do documento. Agora provado está: ela saiu do computador do lobista acusado de estelionato Nilton Antônio Monteiro, o mesmo que participou da tal “Lista de Furnas”. É o que atesta perícia feita pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais. E isso a Carta Capital não contou.
Ao contrário. Lê-se naquele arremedo de reportagem:
“No fim, o publicitário [Marcos Valério] faz questão de isentar o lobista Nilton Monteiro, apontado como autor da famosa lista de Furnas, de ter participado da confecção do documento.” E essa é apenas uma das barbaridades daquele troço que pretendem chamar “reportagem”.
Quem é Nilton? Refresco a memória de vocês com matéria da Agência Estado, datada de 21 de outubro do ano passado. Atenção! Isso só serve para caracterizar a personagem. Falta ainda o melhor.
“O lobista Nilton Antônio Monteiro foi preso em Belo Horizonte acusado de fraudar documentos e assinaturas para tentar extorquir diversos políticos. Monteiro é apontado como um dos autores da chamada lista de Furnas, documento que relacionava 156 políticos de 12 partidos que teriam recebido recursos da empresa para a campanha eleitoral de 2002 e que chegou a ser investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, que afirmou serem falsas as informações.
O lobista foi preso ontem (20), no Centro de Belo Horizonte. A Polícia Civil mineira também executou mandato de busca e apreensão em sua casa, onde apreendeu diversos documentos que seriam usados nas extorsões e dois computadores. De acordo com a polícia, ele montava documentos de confissão de dívidas, com as assinaturas das vítimas, para cobrar os valores judicialmente. “Ele forjava os documentos, as assinaturas e depois entrava com processo para que a Justiça legalizasse a extorsão”, afirmou o chefe do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp) da Polícia Civil mineira, delegado Márcio Simões Nabak.
A maioria dos processos era referente a dívidas milionárias que ele cobrava por “consultoria” prestada aos políticos e empresários. O Grupo Estado obteve cópia de um dos documentos, no qual há uma declaração em nome do ex-presidente de Furnas Centrais Elétricas, Dimas Fabiano Toledo, no qual ele reconheceria uma dívida de R$ 3 milhões com Monteiro.
(…)”
Voltei
Ulalá… No momento, Nilton Monteiro está solto. Matreira, a Carta Capital tenta se precaver: “Monteiro provavelmente tem alguma ligação com a história.” Não! Errado! Ele não tem apenas “alguma ligação com a história”. A lista estava nos seus computadores, apreendidos pela Polícia Civil de Minas. E não é a única, não! Há outras. Mas agora vem a cereja do bolo.
Na reportagem da Carta Capital, assinada por Leandro Fortes, lemos o seguinte:
“Quem entregou a papelada à Polícia Federal foi Dino Miraglia Filho, advogado criminalista de Belo Horizonte. Miraglia chegou à lista por conta de sua atuação na defesa da família da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, assassinada por envenenamento seguido de estrangulamento em um flat da capital mineira, em agosto de 2000.”
Miraglia é o verdadeiro herói da reportagem de Fortes — e, dá pra perceber, sua única fonte. Sai acusando deus e o mundo, levantando ilações sobre esse ou aquele. O que Leandro Fortes esqueceu de contar aos leitores crédulos da Carta Capital? Atenção! MIRAGLIA É NADA MENOS DO QUE ADVOGADO DE NILTON MONTEIRO JUSTAMENTE NO PROCESSO QUE APURA ESTELIONATO, ESTE MESMO QUE RESULTOU NA APREENSÃO DOS COMPUTADORES E NA COMPROVAÇÃO DE QUE A LISTA ESTÁ LÁ! Esse herói de Fortes tem Nilton como cliente, conforme se vê na imagem abaixo. O link do Tribunal de Justiça de Minas está aqui. É assim que a Carta Capital trata de seus leitores. Talvez eles mereçam, não é?
Nilton e seu computador
O conteúdo dos computadores de Nilton é um espanto, constatou o Instituto de Criminalística. Vejam esta imagem.

Você entenderam direito. Ele tem um arquivo de assinaturas de terceiros. Não só isso. Logomarcas de empresas e instituições da República também estão lá, para “uso livre”, se é que me entendem.
A propósito: nesta terça, o Ministério Público Federal no Rio ofereceu denúncia contra 11 pessoas por conta da tal Lista de Furnas, num esforço de lhe conferir autenticidade incontroversa. O MP que se vire com as suas crenças. Dizer o quê? A lista de Furnas foi parida no mesmo ventre desta outra. E quem dá declaração a respeito à imprensa sobre a dita Lista de Furnas? Miraglia, que é advogado de Nilton também nesse caso.
Vou insistir num aspecto: tudo isso se faz com patrocínio de governos e de empresas públicas. O senador Delcídio Amaral (PT-MS), cujo nome aparece na lista, emitiu uma nota repudiando a trapaça. Entre outras coisas, escreveu:
“5 – Aos patrocinadores desse malfadado “documento”, que lembram a famigerada “Lista de Furnas”, outra desastrada trama engendrada por quem tenta confundir a opinião pública em benefício próprio, deixo um conselho: se os fatos apurados pela CPMI dos Correios lhes açoitam, tomem banho de sal grosso!
6 – Estou tomando as providências jurídicas que o caso requer, não só em relação aos autores dos “documentos” e também à revista, mas, eventualmente, às suas indevidas repercussões.”
Pronto, senador! Agora o senhor tem as provas. Está tudo lá, com o Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais. Está tudo no laudo.

Por Reinaldo Azevedo-Rev Veja

O jornalismo segundo o entendimento de um blog financiado por dinheiro público. Ou: A diferença entre a verdade e a mentira. E uma foto

Não costumo dar bola para Luis Nassif, não, como vocês bem sabem. Mas há coisas que chegam a ser divertidas. Enviam-me um troço estupefaciente publicado lá na página dele, assombroso até para os padrões de um… Nassif — e vocês sabem o que isso quer dizer. Vamos ver.
Desanquei aqui aquele arremedo de reportagem da Carta Capital (novidades a respeito daqui a pouquinho), que denuncia uma suposta lista de pessoas que teriam recebido propina de Marcos Valério. Uma lista, calculem vocês, que traria a assinatura do próprio empresário. Fosse verdadeira, isso quereria dizer que ele é corruptor ativo do tipo que assina embaixo, entenderam? Tudo é uma farsa canhestra, a começar de um dado: o nome de Gilmar Mendes aparece ao lado da sigla “AGU”: Advocacia Geral da União. Ocorre que o documento traz a data de 28 março de 1999, e Mendes só foi indicado para a AGU em janeiro do ano seguinte.
Aí, com o patrocínio da Caixa Econômica Federal, o blog de Nassif, que é funcionário da TV Brasil, publica um post xexelento com o seguinte título: “Como é a Veja com Fábio Barbosa”. Lê-se o seguinte, no português em que foi escrito:
“Bom, a incompetência do Reinaldo Azevedo é conhecida, e aposto que dessa vez ele não nos decepcionou. Isso porque a tal  Subchefia Para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República – SAJ-PR nada mais é do que uma unidade da AGU, como pode-se comprovar no seguinte link: Estrutura da AGU.
Ou seja, o AGU ao lado do nome de Gilmar Mendes significa que ele pertencia à AGU, e não que era “o” AGU.
Claro que isso não quer dizer que a lista é verdadeira, e muito menos que o Gilmar Mendes recebeu o valor, mas mostra que mais uma tentativa inepta de livrar a cara dele de qualquer maneira está sendo propalada pelo …-geral da respúbica, Reinaldo Azevedo. E basta ler os comentários dos seus seguidores para ver como ele consegue enfurrecer as hostes hidrófobas:”
Voltei
A qualidade bucéfala do texto deixa claro quem é o hidrófobo. Nassif, a exemplo de todos os blogueiros petistas financiados pelas estatais, libera na área de comentários do seu blog os piores insultos contra líderes da oposição, figuras do Judiciário e jornalistas de quem tem a pretensão de ser adversário. Todo mundo sabe quem ele é. Dispensa apresentação.
Agora vamos ao fato. O post é mentiroso. Não que seus leitores estejam em busca da informação e da verdade. Fosse assim, estariam em outro “sítio”, não é mesmo? Fosse assim, não se deixariam cavalgar pelo JEG (Jornalismo da Esgotosfera Governista).
O fato: a Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil é e sempre foi subordinada à Casa Civil, por óbvio, não à AGU. Obedece às determinações do… ministro-chefe da Casa Civil. A sua condição de órgão consultivo da Advocacia Geral da União não muda a sua natureza. Mas isso ainda não diz tudo, não: ela só ganhou essa característica bem mais tarde, em 2004, conforme o Decreto nº 5135, Artigo 16, de 7 de julho de 2004.
Assim, o que foi publicado no meu blog é verdade, e o que saiu no blog de Nassif é mentira: a Subsecretaria de Assuntos Jurídicos da Casa Civil não pertence à AGU. Mesmo a sua condição de órgão consultivo só passou a existir a partir de 2004. É claro que ele não vai publicar uma correção. Seus leitores não ligam para bobagens como… a verdade!
Ah, sim. No tal post, publicam lá uma foto minha em companhia de Gilmar Mendes e do cientista político Luiz Felipe Dávila, que comanda o Centro de Liderança Pública (CLP). Deve ter coisa de dois anos. Mendes e eu participamos, em mesas distintas, de uma seminário promovido pelo CLP sobre estado de direito e democracia. Encontramo-nos no intervalo, ele indo embora, encerrada a sua intervenção, e eu chegando.
É isto mesmo: eu gosto é de gente honrada, como Mendes e Dávila. Sem contar que a foto ficou bacana. Fiquei até bastante distinto…
Daqui a pouco, a verdadeira “bomba” sobre a tal lista da Carta Capital!
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

O PT que não cheira: fede!

  Via Imundo

Por Coronel
Só mesmo um deputado do mais baixo clero como o Paulo Teixeira, do PT de São Paulo, vice-presidente da CPI do Cachoeira, líder do partido do Mensalão na Câmara, para pedir a convocação de um jornalista usando como motivo a sua citação por uma criminosa que tentava, na oportunidade, chantagear um juiz.
É esse PT que não cheira: fede!

Para esse deputado Paulo Teixeira, a palavra de uma criminosa, chantagista, desqualificada, denunciada por um juiz, indiciada pela Polícia Federal, é motivo para convocar um jornalista.
Esse deputado Paulo Teixeira, sem dúvida alguma, é a cara cuspida e escarrada do PT podre do Mensalão.
Deveria abrir um blog prog!
Poderia chamar o blog de Paulinho Frô.
Ou Conversa Afilhada.
Ou Brasil 171.
Melhor: Via Imundo.
DO R.DEMOCRATICO

PT e Dilma lançam PAC das Privatizações, o maior esquema de venda de patrimônio público da história deste país.

A presidente Dilma Rousseff já bateu o martelo na lista final de rodovias e ferrovias que vão entrar no pacote de novas concessões de infraestrutura. Nesse pacote, apelidado por auxiliares da presidente de "PAC das Concessões", serão oferecidos à iniciativa privada cerca de 5,7 mil quilômetros de rodovias e 5 mil quilômetros de ferrovias. Apesar da falta de definição sobre concessões em algumas áreas, como a de aeroportos, o governo trabalha para fazer esses anúncios até o fim de agosto. Na área de rodovias, o modelo de leilão por menor tarifa de pedágio será mantido, sem o pagamento de outorga. 
A malha a ser concedida engloba corredores como o Brasília-Goiânia-Palmas, formado pela BR-060 e pela BR-153. Outro trecho, a BR-050, sai de Brasília e atravessa todo o Triângulo Mineiro, até a divisa com São Paulo. A partir dali, integra-se à Via Anhanguera, privatizada pelo governo paulista nos anos 90. Em todas as estradas, além de intervenções previamente definidas na ampliação e na manutenção da malha, o governo pretende acionar "gatilhos" de investimento, por meio dos quais as futuras concessionárias precisarão acelerar obras como duplicação de pistas e construção de viadutos, caso o volume de tráfego supere as previsões inicialmente apontadas nos estudos.
Outras rodovias com forte movimentação de cargas devem constar da nova rodada de concessões rodoviárias: a BR-101 na Bahia, a BR-262 (Belo Horizonte-Vitória), a BR-163 (entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e dois trechos dentro do Mato Grosso do Sul (a BR-262 e a BR-267). O plano é que todas as concessões tenham prazo de 25 anos. O governo também decidiu buscar na iniciativa privada a expansão da malha ferroviária do país, um papel que, com todos os atropelos e atrasos, tem sido protagonizado pela estatal Valec.
Com o apoio de empresas, a União pretende tocar a construção de novos trechos. Entre os 5 mil km de estradas de ferro planejadas está a construção de uma linha entre o Rio de Janeiro e Vitória (ES). Da cidade de Campos dos Goytacazes (RJ) sairá outro ramal com destino a Corinto, em Minas Gerais. Parte da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), até então sob alçada da Valec, também deverá ser repassada para o setor privado. O plano é leiloar o trecho de 901 km de malha que sai de Campinorte (GO), na Ferrovia Norte-Sul, e avança até Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. Só as obras desse percurso são estimadas em R$ 4,1 bilhões. O plano das concessões ferroviárias inclui ainda a ligação de Belo Horizonte a Aratu, na Bahia, além do Ferroanel de São Paulo. Todas as obras deverão ser construídas com bitola larga, uma estrutura mais moderna e capaz de suportar grandes volumes de carga, e seguir o modelo de "via aberta" - qualquer transportador ferroviário tem acesso à malha, mediante pagamento de pedágio à operadora dos trilhos.
No pacote das concessões de infraestrutura, o governo também chegou a uma definição sobre a execução de obras de ampliação nas primeiras concessões de rodovias, repassadas na década de 90 para o setor privado. O que está em jogo é um conjunto de intervenções em rodovias como a Nova Dutra, a Ponte Rio-Niterói e a BR-040 (Rio de Janeiro-Juiz de Fora), que não estava previsto nos contratos originais.
A possibilidade de prorrogar os contratos dessas concessões seria uma saída para que as empresas executassem essas obras, que passaram a ser necessárias por conta do aumento de tráfego. Com a dilatação dos prazos, o governo poderia diluir o pagamento dessa despesa nova e, assim, evitar que o custo extra fosse repassado para a tarifa de pedágio, que é a forma de remuneração da concessionária. Essa possibilidade, no entanto, está praticamente descartada. O governo também decidiu que as obras extras terão de ser feitas sem o aumento do preço do pedágio.
A União, dessa forma, irá indenizar as concessionárias pela construção de estruturas que não estavam previstas, ou seja, sem repasse direto para o usuário da rodovia. Uma das obras de maior dimensão é o aumento do número de pistas da Serra das Araras, trecho bastante crítico da Nova Dutra, a rodovia que conecta São Paulo ao Rio de Janeiro. Os empresários esperam com ansiedade o anúncio dos projetos para concessões. Para o presidente do Conselho de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José de Freitas Mascarenhas, o governo está sendo "realista" e entendeu a importância de se aliar ao capital privado para superar os gargalos logísticos do país. "Não só o governo não tem recursos suficientes para atender às demandas crescentes de infraestrutura, como enfrenta dificuldades institucionais para gastar o orçamento de que já dispõe", afirma Mascarenhas.
Apesar da pressa em definir o que será objeto de concessões, o governo ainda deverá percorrer um longo caminho até leiloar os projetos e assinar os contratos. A advogada Letícia Queiroz de Andrade, especialista em direito regulatório do escritório Siqueira Castro, lembra que existe uma série de procedimentos necessários: realização de estudos de viabilidade econômica (com projeções de demanda e necessidade de investimentos), apreciação do Tribunal de Contas da União (TCU), audiências públicas e publicação dos editais. "Tudo isso varia de projeto para projeto, mas pode levar facilmente de nove a 12 meses", diz Letícia. Se o governo iniciar os trâmites em agosto, os primeiros investimentos podem sair no fim de 2013, segundo ela. Uma forma de ganhar tempo é com um processo seletivo simplificado para a contratação dos estudos, com posterior pagamento pelo vencedor dos leilões, dispensando os mecanismos da Lei de Licitações. Isso já ocorreu no leilão de aeroportos, lembrou a advogada. (Valor Econômico)
DO CELEAKS

Armação ilimitada.

Até o dia de ontem, Andressa Mendonça vinha sendo citada não apenas como a musa da CPI do Cachoeira, na qualidade de esposa do bicheiro, mas também como uma esperta e habilidosa participante dos esquemas criminosos da quadrilha. Subitamente, teve um ataque de burrice, tentando subornar o juiz Alberico Rocha Santos que, em Goiânia, conduz o processo da Operação Monte Carlo. Trancou-se com o mesmo no seu gabinete e ofereceu R$ 100 mil ao magistrado para que aliviasse nas acusações e deixasse o chefe da quadrilha responder processo em liberdade. Escreveu no papel, que agora é prova do achaque, o nome de três envolvidos que teriam ligações com o juiz e cujos nomes seriam nomes revelados em um dossiê que ela liberaria. E sabem quem teria feito o dossiê, segundo a bela? A revista Veja.
A acusação não faz nenhum sentido. Comecemos pelo fim, pelo dossiê. Por que a Veja faria um dossiê para atacar um juiz de direito que nem estava no caso, que é um substituto? Para quem não lembra, o juiz Alberico foi nomeado substituto do juiz Paulo Moreira Lima, que foi ameaçado. Isso ocorreu no final de junho. Ora, em trinta dias a Veja faria um dossiê contra um juiz para impedir que ele julgasse Carlinhos Cachoeira? Pobre do Policarpo, que não consegue trabalhar desde que uma gangue do PT resolveu atacá-lo com uma sequência de mentiras sórdidas. É um absurdo e uma armação imbecil, assim como a lista fraudulenta publicada pela Carta Capital. Que interesse a Veja teria em libertar Carlinhos Cachoeira, jogando no lixo a sua credibilidade de maior revista de informação do país? É como diz Dora Kramer, hoje, no Estadão:
A não ser presumivelmente a ilusão de que poderia levar o juiz na conversa mal ajambrada sobre a existência de um dossiê a ser publicado com acusações contra ele, sugerindo um conluio entre a revista Veja e as organizações Cachoeira de armações ilimitadas. Um blefe tão óbvio quanto a impossibilidade de um veículo de comunicação que vive de credibilidade jogar esse ativo no lixo para servir deliberadamente como instrumento de chantagem e, consequentemente, de repasto à mesa dos detratores de plantão sempre ávidos de uma oportunidade.
Agora vejam outro absurdo. A esposa do bandido disse ao juiz que tinha uma foto dele com a senadora Kátia Abreu (PSD-TO). E daí? E se tivesse vinte fotos? O juiz Alberico trabalhou por muitos anos na Justiça Federal do Tocantins, sendo perfeitamente normal que apareça ao lado de uma senadora da República, de uma presidente de sindicato rural e de uma líder ruralista daquele estado. Impossível é achar Cachoeira em foto ao lado de um juiz.  Mas a chantagista mentirosa vai mais longe. Afirma que Kátia Abreu não saía da casa de Cachoeira para pedir dinheiro para campanhas. Ora, se assim fosse, a senadora teria chamado o bandido de chefe de quadrilha durante a CPI, de múmia, de estar ali apenas para ouvir as acusações e preparar a sua defesa, permanecendo em silêncio? Ou a senadora teria mantido silêncio? Obviamente, trata-se de uma vingança vil da musa da bandidagem. Vamos ver se ela sustenta o que disse durante a CPI ou se vai sair de lá algemada por acusar uma senadora da República sem provas. Vejam o que disse a senadora:
"Não tenho um pingo de medo dele. Não ando mal acompanhada. Todo mundo em Goiás sabe que ele é um contraventor. E, se ele for à CPI novamente, vou tratá-lo com a mesma dureza"
Mas a pantomima fica mais clara quando a esgotosfera e a sua fonte de informação privilegiada, o vice-presidente da CPI, deputado petista Paulo Teixeira (SP) afirma que agora está comprovado a ligação da Veja com Carlinhos Cachoeira. É o que está publicado em órgãos chapa-branca como o Brasil 247:
De acordo com o deputado Paulo Teixeira, vice-presidente da Comissão, o fato prova a relação entre o jornalista e o grupo de Cachoeira. “Com os acontecimentos, está colocada a relação do jornalista com a organização criminosa”, afirmou. “Já iremos discutir a convocação na primeira reunião da CPMI”.
A partir daí, a notícia é repercutida no Conversa Afiada, no Nassif, na Maria Frô, no Cidadania, em toda a rede dos "blogs progressistas", aquela turma que progride recebendo dinheiro público, do mensalão a ela pago para que ataque a Imprensa, a Justiça e a Democracia, e defendam a Sofisticada Organização Criminosa na qual o PT foi transformado, segundo os autos do processo.
Resumo da ópera? Andressa Cachoeira foi cooptada pela quadrilha para executar um plano muito simples: armar uma tentativa de chantagem usando o nome da Revista Veja, para que esta seja convocada para depor na CPI. Não será surpresa se, dentro dos computadores apreendidos na casa da musa da quadrilha, for encontrado o tal dossiê, montado pela mesma gangue que falsificou a Lista de Furnas, o livro Privataria Tucana e a recente lista fraudulenta publicada pela Carta Capital. Não se espantem se o tal dossiê virar capa da revista do Mino Carta na próxima edição. De todo este episódio, a única prova que fica escancarada é que a quadrilha do Mensalão continua viva, agora associada à quadrilha do Cachoeira, com um único objetivo: melar o julgamento do maior crime de corrupção da história deste país, que começa na próxima quinta-feira.
DO CELEAKS

No dia mundial do orgasmo saiba mais sobre

Especialista consultados pelo portal Terra dão dicas e informações sobre aquele momento feminino do ahahahahahahahahaha!!!!!!!!!!!!

Postado por Toinho de Passira
Fonte: Terra
Nesta terça-feira (31) comemora-se o Dia do Orgasmo. A data foi criada em 1999 por diversas redes de sex shops britânicas para aquecer as vendas dos produtos eróticos e incentivar debates sobre prazer sexual feminino.
De acordo com pesquisas realizados pela psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP, cerca de um terço das mulheres brasileiras nunca chegou ao clímax durante a penetração nem durante a masturbação. Em outros países esse índice é ainda mais chocante.
Um estudo encomendado por sex shops na Inglaterra detectou que 80% das mulheres não atingem o orgasmo durante as relações. Por isso, se você ainda não chegou lá, fique calma, você não está sozinha.
"Sexo é um aprendizado constante. Cada relação é diferente e não é porque você não sentiu determinada até hoje que isso não possa acontecer amanhã. Você tem todas as ferramentas, só é preciso se conhecer para saber como usá-las a seu favor", garante Celso Marzano, urologista, sexólogo e terapeuta sexual.
Segundo um estudo da Universidade de Verona, usar salto ajuda a relaxar e a fortalecer os músculos da região pélvica intensificando as contrações durante o orgasmo. Porém, o efeito positivo não aumenta de acordo com o tamanho do salto. Para Maria Cerruto, coordenadora da pesquisa o ideal é um salto que tenha entre 4 e 5 centímetros.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Centro de Saúde Sexual da Universidade de Indiana, nos EUA, 40% das mulheres entrevistadas já tiveram prazer induzido pelo exercício ou orgasmo mais de 11 vezes em suas vidas. Das mulheres que tiveram orgasmos na academia, cerca de 45% disseram que a primeira experiência foi ligada a exercícios abdominais; 19%, ligado à bicicleta e corrida; 9,3%, ligado ao escalar. Já 7% delas relataram uma conexão com o levantamento de peso e outros 7% com a execução; o restante das experiências incluiu vários exercícios, como ioga, natação, aparelhos elípticos e aeróbica. O mais surpreendente é que isso não teve relação com fantasias sexuais ou pensamentos com o sexo oposto.
Para que o homem fique excitado, seu organismo precisa bombear cerca de 10 ml de sangue para seu pênis. Já o órgão sexual feminino, que é mais complexo, precisa de aproximadamente 200 ml. "Isso faz com que a mulher precise de um pouco mais de tempo, porém essa resposta sexual pode ser mais rápida quando ela já começa a pensar em sexo e se preparar para a relação. Porém, o que mais conta aqui são as questões emocionais. Autoestima, autoconfiança, estado emocional, dinâmica do casal e vínculo afetivo podem influenciar no orgasmo feminino", afirma Celso Marzano.
Um plástica para facilitar o orgasmo, conhecida nos EUA como G-Shot, promete aumentar o ponto G por meio de injeções intravaginais de colágeno, aumentando o atrito durante a penetração e permitindo assim que a mulher chegue ao orgasmo mais facilmente. O procedimento, que custa em torno de R$ 3,5 mil, é feito com anestesia local e dispensa internação. Porém, a técnica gera polêmica e não é reconhecida pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
O recorde mundial de orgasmos é de 222, segundo registro feito durante o evento Masturbate-a-Thorn, em 2009, na Dinamarca. É claro, que a marca alcançada por Deanna Webb será difícil de bater, mas isso não quer dizer que você não possa tentar. Segundo Celso Marzano, toda mulher tem capacidade física de ter um orgasmo múltiplo. "Isso acontece porque o corpo feminino é capaz de manter a excitação, mesmo após o primeiro orgasmo. Por isso, com estímulo ela é capaz de sentir um novo clímax", explica o médico.
Não há desculpa para não se proteger. Segundo estudo realizado pela Universidade de Indiana, nos EUA, a qualidade dos orgasmos femininos não tem nenhuma relação com o uso da camisinha. Aliás, a camisinha pode até ajudar já que diminui a preocupação do casal, costuma retardar um pouco a ejaculação masculina, dando mais tempo para a mulher chegar lá, e ainda auxilia na lubrificação.
"Durante os primeiros 15 dias do ciclo menstrual os níveis de testosterona estão mais altos, o que garante mais tesão", diz Celso Marzano. Com isso a mulher acaba fazendo mais sexo nesse período e a libido afeta também a probabilidade do orgasmo feminino.
As mulheres têm mais orgasmos com homens ricos, de acordo com estudo britânico, da Universidade de Newcastle, o dinheiro é um fator que pode influenciar o orgasmo. Para os cientistas responsáveis pela pesquisa isso seria resultado de uma adaptação evolucionária. Aparentemente sem preocupações de como vão as contas, as mulheres conseguem se entregar mais à relação sexual. Segundo a sensual coach Fátima Moura, a desconcentração na hora H é uma dos principais fatores que afastam as mulheres do tão desejado orgasmo. "A mulher em geral está com tantas coisas na cabeça, preocupada e encucada com tantas questões, que acaba não conseguindo se entregar e perceber as sensações de seu corpo durante o sexo", justifica.
As mulheres precisam de 15 a 20 minutos de preliminares para estarem lubrificadas e excitadas o suficiente para uma penetração prazerosa. "Cada pessoa tem uma resposta sexual diferente, não existe uma receita. Então, é essencial se tocar e se conhecer para saber quais ingredientes são necessários para você", diz. Para Fátima Moura, o autoconhecimento também é uma palavra chave. "Quando a mulher se experimenta vai descobrindo que tipos de carícia são mais excitantes, de que velocidade, pressão e tipo de movimento dão mais prazer e facilitam seu orgasmo", afirma ela.
A partir dos 50 anos existem algumas questões físicas que jogam contra o prazer feminino, porém a experiência pode ajudar. "Nessa época as variações hormonais fazem com que a lubrificação geralmente fique mais difícil. O desejo pode diminuir também gerando complicadores emocionais. Se a mulher está com a autoestima abalada isso vai refletir na vida sexual", explica Celso Marzano. Por outro lado, com a idade a mulher tende a conhecer melhor o próprio corpo fazendo o caminho para o orgasmo algo menos tortuoso.
Durante o orgasmo as paredes da vagina liberam energia e sofrem contrações musculares involuntárias, seguidas de uma sensação de relaxamento. Segundo Jairo Bouer e Marcelo Duarte, autores do Guia dos Curiosos – Sexo, a descarga elétrica produzida por cinco mulheres tendo orgasmo seria suficiente para acender uma lâmpada. Um orgasmo pode gerar uma descarga elétrica de até 244 milivolts.
Segundo pesquisa realizada pela Universidade de Groningen, na Holanda, manter pés aquecidos aumenta as chances de orgasmo. Segundo os cientistas manter os pés aquecidos por uma meia, por exemplo, aumenta em 30% as chances de você chegar lá. Se você acha que transar de meia pode cortar seu tesão, experimente pedir ao parceiro que faça uma massagem em suas pés com um óleo de massagem que esquenta.
O pompoarismo, antiga técnica oriental derivada do tantra, pode facilitar o caminho para o orgasmo. Com esses exercícios íntimos é possível fortalecer a musculatura vaginal e obter mais controle sobre seus movimentos. Segundo a Fátima Moura, ele ajuda a aumentar a libido, melhora a lubrificação e faz com que você atinja o clímax com mais facilidade. Além disso, sabendo controlar melhor sua musculatura vaginal, a tendência é que os orgasmos fiquem ainda mais intensos.
Durante a relação sexual o corpo libera endorfina, que é responsável pela sensação de prazer e satisfação. Segundo estudos do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas USP (ProSex), o ápice disso acontece justamente no momento do orgasmo quando acontece um estado de relaxamento físico total. Na mulher também ocorre a liberação do hormônio ocitocina, que promove a contração do útero. Esses fenômenos ajudam a aliviar dores de cabeça, reumáticas, menstruais, melhoram o sono, reduzem o estresse e favorecem o metabolismo. O orgasmo é capaz de deixar até a pele mais viçosa, já que melhora a circulação sanguínea.
Um estudo realizado na Alemanha sugere que quanto mais educação tiver a mulher menor são as chances de ela chegar ao orgasmo. A pesquisa, realizada com 2 mil mulheres com idades entre 18 e 49 anos, indica que 62% das entrevistadas possuíam ensino superior afirmaram que tinham problemas frequentes para chegar ao orgasmo, enquanto apenas 38% das mulheres com menos educação relataram o mesmo problema. Para os pesquisadores a possível explicação para esse fenômeno é a diferença entre os perfis, pois as mulheres que estudaram mais geralmente possuem mais responsabilidades e consequentemente estresse, o que leva a esse maior bloqueio sexual.
Algumas mulheres, em virtude de um orgasmo vaginal intenso, liberam muito líquido durante o ato sexual e chegam até a achar que urinaram. Segundo Regina Navarro Lins e Flávio Braga, autores de O Livro de Ouro do Sexo, esse fenômeno ocorre por meio das áreas sexuais que circundam a uretra, especialmente o ponto G, normalmente localizado cerca de 2 a 3 cm a partir da entrada da vagina. Cerca de 10% das mulheres apresentam esse tipo de ejaculação.
Feliz ahahahahahahah!!!!!!!!!!!

Opinião do Estadão: O que o STF vai julgar


Este jornal compartilha da convicção da Procuradoria-Geral da República, expressa em 2006 pelo seu então titular Antonio Fernando de Souza, acatada no ano seguinte pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e reiterada em pelo menos duas ocasiões pelo atual chefe do Ministério Público, Roberto Gurgel: no primeiro governo Lula, sob o comando do seu chefe da Casa Civil e ex-presidente do PT, José Dirceu, a cúpula do partido montou um esquema de uso de recursos públicos para a compra sistemática de apoio de deputados federais ao Planalto, em parceria com o publicitário mineiro Marcos Valério e os principais dirigentes do Banco Rural. Nada, rigorosamente nada do que se passou desde a eclosão do escândalo, com a entrevista do então deputado Roberto Jefferson à Folha de S.Paulo, em junho de 2005, na qual ele cunhou o termo "mensalão", se contrapôs à certeza de que a enormidade existiu, para os fins que foram apontados e com meios subtraídos ao Tesouro Nacional.
Se algo substantivo ocorreu ao longo desse período, foi para consolidar o entendimento de que a denúncia acolhida pelo Supremo – que deu origem ao maior, mais complexo e mais abrangente processo já instaurado em 122 anos de existência da Corte – tem plena fundamentação. Vale por um autoinfligido libelo, especialmente, a guinada de 180 graus na atitude do beneficiário por excelência da formidável operação engendrada por seus companheiros mais próximos. Primeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o PT, do ponto de vista eleitoral, fez apenas "o que é feito no Brasil sistematicamente", o uso de caixa 2 em campanhas políticas. Pouco depois, declarou-se "traído por práticas inaceitáveis", pediu desculpas aos brasileiros e instou o PT a fazer o mesmo. (Conforme relatos, à época ele pensou em renunciar ao mandato.) Por fim, acusou a oposição e a imprensa de conspirarem para derrubá-lo, propagando um escândalo fictício. O passo a passo das reações do presidente deixa claro o seu desespero para abafar a verdade que só se tornaria mais densa graças às investigações do Congresso.
De nada serviram também as suas tentativas de travar o curso da ação penal no STF. Ao contrário, o iminente início do julgamento do mensalão assinala o triunfo das instituições do Estado Democrático de Direito sobre a vontade dos detentores eventuais do poder político, ainda quando bafejados por níveis estelares de aprovação popular. Mas, a partir do momento em que, depois de amanhã, o ministro Joaquim Barbosa começar a ler perante os seus 10 colegas o resumo de seu relatório sobre o processo de 50 mil páginas, o Supremo não estará julgando nem a corrupção no País, nem os desmandos éticos do partido que se arrogava o monopólio da ética, nem tampouco um presidente. Quem ocupa o banco dos réus são os 38 acusados de crimes como formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira. Com base no que consta nos autos e em nada mais, o tribunal se pronunciará sobre a participação de cada um deles no esquema denunciado.
"Juiz não é ácaro de gabinete", diz o presidente do STF, Carlos Ayres Brito, para indicar que a Justiça não pode dar as costas ao ambiente que cerca os seus veredictos. Isso, no entanto, se aplica antes às causas carregadas pelos ventos do tempo e o alarido das ruas – como o aborto de fetos anencéfalos, as cotas raciais nas universidades, a lei da ficha limpa ou as pesquisas com células-tronco – do que a uma ação criminal. Nesta, a culpa ou a inocência de cada réu há de resultar da convicção do juiz lastreada nos fatos, testemunhos e alegações contidas nos autos. "O juiz é um técnico", argumenta o ministro Luiz Fux. "Não pode se deixar levar pelo clamor social." Nos dois últimos anos, o exame das provas e o princípio da aplicação do direito já levaram a Justiça Federal em Minas Gerais a condenar, em três decisões, Marcos Valério, dois de seus antigos sócios e o seu advogado. As penas do chefe do "núcleo operacional" do mensalão somam 15 anos e 10 meses.
O julgamento moral da era Lula não compete à toga: seja qual for sua decisão, pertence à opinião pública.
DO ABOBADO

Ex-procurador diz que há provas para condenar réus do mensalão


Autor da denúncia afirma: muitas coisas não eram apenas indícios, corroboradas por laudos

 
O ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza durante entrevista exclusiva ao jornal O Globo sobre mensalão
O Globo / Ailton de Freitas
Avesso a holofotes, Antonio Fernando Barros e Silva de Souza assumiu o comando da Procuradoria Geral da República no mesmo mês em que o então deputado Roberto Jefferson (PTB) denunciava que o governo Lula pagava mesada a aliados.
Era junho de 2005. Um ano depois, o cearense que começou como estagiário no Ministério Público do Paraná assinou a principal acusação contra a gestão petista e denunciou os 40 do mensalão. Hoje, aos 63 anos e dedicado ao escritório de advocacia em Brasília, é taxativo: “Minha expectativa é que haja elementos para condenar pelo menos os principais réus”.
O ex-procurador diz que o esquema não era só pagamento de mesada: incluía uma rede para cometer vários crimes — peculato, corrupção ativa, corrupção passiva. Antonio Fernando evitou comentar a situação do ministro Dias Toffoli. Em 2007, a namorada dele, Roberta Gurgel, fez sustentação oral para um dos réus no STF. O ex-procurador explica, em tese: “O marido não pode decidir causas em que a esposa tenha sido advogada ou parte.” E defende que o MPF pode pedir impedimento de um magistrado nessa situação.
O julgamento do mensalão será político ou técnico?
Quando você assume a responsabilidade de um cargo, a grandeza que é o cargo de ministro do Supremo ou de procurador-geral, está compromissado em agir exatamente conforme manda a lei e com os elementos que você tem na mão. Nenhum ministro do Supremo adotará posição que não tenha respaldo nos autos. Eles vão ter que justificar o voto. Eles não podem dizer “eu absolvo” ou “eu condeno”. Vão ter que dizer “eu vou condenar porque encontrei tais provas” ou “eu vou absolver porque tais e tais provas me conduzem a uma dúvida”. Não vejo preocupação. O julgamento vai ser técnico no sentido de que vão arrolar elementos de convencimento. É isso que todo mundo espera. Os ministros do Supremo devem agir assim.
Os ministros não estão com a faca no pescoço? A pressão de julgar tantas figuras influentes é grande.
Só quem pode dizer são eles.
Qual sua expectativa para o julgamento? Todos serão condenados?
O julgamento, a gente só sabe o resultado no dia. Não posso ter expectativa. O que posso dizer, diante do período em que ofereci a denúncia, é que tinha provas contundentes lá. Sobre muitas coisas, eram provas, não eram apenas indícios, que foram corroboradas depois com laudos periciais. A instrução provou muita coisa. Diante desse quadro, a minha expectativa é que haja elementos para condenar. Não tenho conhecimento de toda a prova que foi feita.
O procurador-geral, Roberto Gurgel, disse que não se provou a participação de Luiz Gushiken e de Antonio Lamas. O senhor tinha convicção da participação deles?
Do Gushiken, já no oferecimento da denúncia, havia indícios apenas. Não devem ter sido confirmados.
Há indícios suficientes para condenar todos os outros?
Não conheço o processo depois de 2009, mas há elementos fundados (para condenar). Pelo menos os principais.
Como (o empresário) Marcos Valério e (o ex-ministro) José Dirceu?
Exatamente. Principais eram os que coordenavam essa ação em diversos setores.
Em relação ao núcleo financeiro, os laudos relatam desvios de dinheiro...
A maior parte da denúncia reporta-se a documentos, depoimentos. Nada foi dito da imaginação: tem no processo alguma coisa confirmando tudo o que foi dito.
Alguns réus admitem ilícito, mas não corrupção ativa e passiva, e sim crime eleitoral, com a formação de caixa dois. A tese é aceitável?
A denúncia defendeu fatos típicos de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato... O que cada um fez com o dinheiro não interfere no tipo penal. Pode desviar dinheiro público e incinerar. Isso não deixa de ser o tipo penal correspondente.
A CPI e a Polícia Federal tinham elementos de que o mensalão abrangesse o Executivo e ministérios?
A expressão “mensalão” não retrata (o caso). É o símbolo que a imprensa usou, mas não retrata, do ponto de vista jurídico, o que está no processo. A palavra “mensalão” dá a impressão de uma fila de pessoas que, ao fim do mês, vai receber alguma coisa. Nada a ver com isso. Ali tem peculato, corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha e os crimes fiscal e financeiro. Então, não tem nada a ver com receber dinheiro no final do
mês.
Parte da defesa alega que o mensalão é uma ficção.
Não existe o crime mensalão; existe corrupção ativa, passiva, peculato... Com relação a esses (crimes), os elementos são fortes o suficiente para uma denúncia, que foi feita, e depois as provas reforçam isso. (A palavra) mensalão gera isso. Um dos réus alegou que não iria receber dinheiro para votar a favor de seu próprio partido. E, em determinados partidos, não há nada indicando que teriam recebido (dinheiro) em razão disso (apoio no Congresso).
A propina não necessariamente estava atrelada às votações no Congresso?
Não. Ficou essa ideia na imprensa e na CPI. Em função disso, se identificou a realização de crimes que têm uma relação entre todos eles. A denúncia foi mais abrangente especialmente para fazer esse tecido que formava um contexto único.
Por isso o senhor dividiu a denúncia em núcleos?
Exatamente. Quando se fala em quadrilha, não se vai fazer um contrato de quadrilha. O que há são vontades se reunindo para um desígnio. Quando fiz a denúncia, pedi o encaminhamento de ofícios com material para outros juízos. Isso chegou a mais de 40 ofícios identificando ou ilícitos penais ou civis pelo Brasil inteiro. Os ilícitos fugiam do círculo inicial. Eram crimes que tinham uma relação muito tênue com este (o processo principal do mensalão), mas que foram identificados.
O esquema era maior do que esse processo no STF.
Exatamente. Tinha aquele procurador da Fazenda, o Glênio Guedes. Esse foi um dos (ofícios) mandados (para outros juízos). Há o episódio de Minas e que resultou em outra denúncia. Era muito mais, mas se tomou providência em relação a tudo. Não ficou nada pendente.
O julgamento será durante o processo eleitoral. Vê problemas?
Os ministros do STF vão julgar com base no processo. As pessoas mistificam isso. Eles devem julgar com o que está nos autos, não precisa de mais nada, não. No fundo, a eleição é municipal; isso é um tema nacional...
O presidente Lula conversou sobre o mensalão com o senhor em alguma fase das investigações?
Nunca. Posso garantir. Talvez meu jeito afaste pessoas. Mas nunca insinuou.
A CPI do Cachoeira desvia o foco do julgamento?
O julgamento vai ser o de uma ação como outras tantas, com um contorno mais amplo. Ao Supremo, a existência ou não de CPI não altera nada, porque eles vão ter que julgar com base no que foi apurado. Não me parece que desvie a atenção. Pode desviar a atenção da opinião pública, mas não influencia o julgamento.
O senhor disse que o julgamento será como o de uma ação qualquer. Mas será o maior do STF.
Não deixa de ser uma ação penal. A circunstância de estarem acontecendo outros episódios na vida política não vai interferir no julgamento, porque ele tem que ser sempre balizado naquilo que foi produzido nos autos. Não será a CPI que vai influir. O que vai influir é o que está ali.
Há risco de prescrição dos crimes?
A prescrição tem a ver com condenação e fixação da pena. O importante é que haja o julgamento. Se o processo está concluído, com alegações finais e relatório, que se julgue e defina. Pelo menos põe uma pá de cal nisso.
O senhor acha que o ministro Dias Toffoli deveria participar do julgamento, por conta da amizade com José Dirceu e por já ter sido chefiado por ele na Casa Civil?
São coisas diferentes. Em tese, o julgador pode estar diante de uma relação de amizade, que pode interferir no julgamento isento dele. Chamam isso de suspeição. Isso faculta a ele se declarar suspeito e se afastar do processo. Ou uma parte interessada pode questionar essa situação. O impedimento, não. Os casos de impedimento, devidamente arrolados na lei, proíbem que o magistrado julgue. Estou falando em termos gerais. Por exemplo, o marido não pode decidir causas em que a esposa é advogada ou parte.
Se a mulher foi advogada em algum momento no processo...
No processo, qualquer juiz estaria impedido.
A companheira de Toffoli fez sustentação oral no julgamento da denúncia, em 2007.
Sim, eu me lembro. A lei fala em cônjuge, mas a lei é antiga. Nessa expressão estaria compreendida a situação do companheiro, da união estável, porque ela é abrangente nesse sentido. Não sei a situação do ministro. Estou dizendo em tese. Essa situação é de impedimento, não depende da vontade do julgador.
E se o ministro não se declarar impedido?
Pode ser objeto de uma alegação. Alguém pode (levantar essa questão).
Depois que se aposentou, o senhor acompanhou o processo?
Não, tenho as informações até a data em que eu estava (no cargo). Quando saí, muita coisa estava concluída. Agora a responsabilidade é do outro procurador-geral. Desde 2009, estou fora desse circuito. Sou um cidadão na expectativa do que possa acontecer
Por Carolina Brígido e Francisco Leali
O Globo
 
 
 
 
 
 

Com apoio de Lula e aval de colegas do STF, Toffoli vai julgar mensalão


Presidente da Corte, Ayres Britto afirma que, como ele já tomou decisões no processo, deve participar do julgamento
Vera Rosa, Felipe Recondo
e Mariângela Galucci
O Estado de S. Paulo
O ministro do Supremo Tribunal Federal José Antônio Dias Toffoli vai participar do julgamento do mensalão, que começa na quinta-feira, 2, e deve durar mais de um mês. Em conversas reservadas, Toffoli disse não ver motivos para se declarar impedido. Acrescentou que a pressão para ficar de fora só o estimulou a atuar no caso.
André Dusek/AE
Toffoli, ministro do STF participará do julgamento do mensalão
Amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem também não há motivos de impedimento, e do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu – apontado pelo Ministério Público como "chefe da quadrilha" do mensalão –, Toffoli construiu sua carreira jurídica dentro do PT.
Ele foi advogado do partido – destacando-se na liderança petista na Câmara dos Deputados nos anos 1990, e na consultoria de campanhas eleitorais –, assessor jurídico da Casa Civil quando o ministro era Dirceu e advogado-geral da União do governo Lula.
Antes de assumir a cadeira no Supremo, Toffoli também atuou como advogado do próprio Dirceu em algumas ocasiões. Até 2009, ele era sócio no escritório da advogada Roberta Maria Rangel, hoje sua namorada, que defendeu outros acusados de envolvimento no mensalão, como os deputados Professor Luizinho (PT-SP), então líder do governo, e Paulo Rocha (PT-PA).
Indicado para assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral em 2014, Toffoli se diz contrariado com as dúvidas lançadas sobre sua isenção – questionamentos são feitos desde que tomou posse no STF em 2009. "Eu já estou participando desse processo. Não vou sair de jeito nenhum", disse o ministro, segundo relato de um interlocutor.
Toffoli já analisou, por exemplo, recursos de advogados de defesa dos réus nessa fase anterior ao início do julgamento de fato.
Sinalização. O presidente do STF, Carlos Ayres Britto, afirmou na segunda-feira, 30, que a participação do colega na análise de questões relativas ao processo do mensalão indica que ele não vai se declarar impedido. "Não me compete opinar sobre nada, se ele vai ou se não vai (julgar o mensalão), e não quero ser mal interpretado. Agora, isso (participar de etapas anteriores) sinaliza participação. Sem dúvida", disse na segunda em Brasília o presidente do Supremo.
Não há pressão na Corte para que ele não julgue o caso. Nos bastidores, os comentários são de que o Supremo é movido "por espírito de corpo" e, portanto, outros integrantes da Corte, também com ligações políticas, poderiam ser alvos de suspeição e sofrer o mesmo constrangimento caso Toffoli fique fora.
Exemplos. Na tentativa de desqualificar a pressão sobre Toffoli, dirigentes petistas ressuscitaram a filiação de Ayres Britto ao PT nos anos 90. Lembraram, por exemplo, que ele foi candidato a deputado federal pelo PT de Sergipe, em 1990, e, na época, mantinha ótimo relacionamento com Dirceu. Hoje, o voto de Britto é computado pelo partido na lista dos contrários ao ex-ministro.
Para Marco Aurélio de Carvalho, coordenador jurídico do PT, há "incoerência" em relação à cobrança sobre a participação do ministro. "Os mesmos critérios levantados deveriam ser arguidos em relação ao ministro Ayres Britto", afirmou Carvalho.
Advogados ligados ao PT afirmam, ainda, que, se a pressão valesse para todos, a presença do ministro Gilmar Mendes, indicado ao Supremo pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, também poderia ser contestada, pois ele conversou sobre mensalão com Lula, testemunha no processo.
A reunião ocorreu em abril, no escritório de Nelson Jobim, ex-titular da Defesa. Segundo relato de Mendes, o ex-presidente o teria presionado para adiar o julgamento. Lula nega.
Pedido. Sem ligação com o processo, o advogado Paulo Magalhães Araujo, que comanda uma ONG, pediu na segunda-feira a suspeição de Toffoli em petição encaminhada ao Supremo.
Como não é presentante de nenhum dos réus do caso, o pedido deve ser ignorado pelos ministros.

30 de julho de 2012
DO R.DEMOCRATICA

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Há três Lulas no mensalão, nenhum dignificante


As biografias, como os filmes, também podem ter trilhas sonoras. Em 2007, num discurso palaciano, Lula escolheu a sua música. Evocou Raul Seixas: “…Eu prefiro ser considerado uma metamorfose ambulante, ou seja, estar mudando na medida em que as coisas mudam.”
No caso do mensalão, Lula metamorfoseou-se três vezes. Logo que o escândalo estourou, em 2005, jurou que “não sabia” do que se passava ao seu redor. Chegou mesmo a pedir “desculpas” depois que um depoimento de Duda Mendonça acomodou a contabilidade de sua campanha de 2002 na zona de suspeição.
Dizendo-se “traído”, Lula declarou o seguinte: “Não tenho nenhuma vergonha de dizer ao povo brasileiro que nós temos que pedir desculpas. O PT tem que pedir desculpas. O governo, onde errou, tem que pedir desculpas. Porque o povo brasileiro [...] não pode, em momento algum, estar satisfeito com a situação que o nosso país está vivendo.”
O que esse primeiro Lula disse, com outras palavras, foi que os 52.788.428 de votos que o haviam enviado à Presidência da República deveriam enxergá-lo como um bobo, não como um cúmplice. Em nenhuma das duas condições a metamorfose ambulante era o político que seus eleitores supunham.
Esse Lula atoleimado não fazia jus nem mesmo à imagem que ele fizera de si mesmo num depoimento à repórter Denise Paraná, autora do livro “Lula, o Filho do Brasil”. Lançada em dezembro de 2002, nas pegadas do triunfo eleitoral, a obra traz na página 147 uma definição de Lula por Lula:
“… Se eu não tivesse algumas [qualidades pessoais] não teria chegado aonde cheguei. Eu não sou bobo. Acho que cheguei aonde cheguei pela fidelidade aos propósitos que não são meus, são de centenas, milhares de pessoas.”
Com o passar do tempo, a fervura do caldeirão mensaleiro foi diminuindo. Em 2006, candidato à reeleição, Lula já se sentia à vontade para adotar a retórica da fábula. “Esse negócio de mensalão me cheira a um pouco de folclore dentro do Congresso Nacional”, declarou.
Nessa fase, a lenda ganhou a forma de uma denúncia. Redigiu-a o então procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza. Servindo-se das evidências colecionadas pela Polícia Federal, o chefe do Ministério Público esquadrinhou a quadrilha, individualizou as culpas e apontou o chefe: José Dirceu.
Quer dizer: em sua segunda versão, a metamorfose informou à platéia que o procurador-geral que nomeara e reconduzira ao cargo não passava de um Esopo pós-moderno. Pior: acusou a Polícia Federal do seu próprio governo de fornecer matéria prima para a fábula do procurador-geral.
No segundo reinado, a ousadia da metamorfose aumentou na proporção direta do crescimento de sua popularidade. Em maio de 2010, quando carregava a candidatura presidencial de Dilma Rousseff, Lula referiu-se ao escândalo assim: “Na verdade, era um momento em que tentaram dar um golpe neste país.”
Em dezembro do mesmo ano, quando já se preparava para passar o bastão à sucessora, essa terceira versão da metamorfose recebeu o “chefe da quadrilha” para um café no Alvorada. José Dirceu deixou o palácio dizendo que, fora da Presidência, Lula se dedicaria a desmontar “a farsa do mensalão.”
Com a tese do “golpe”, além de ilógico, Lula soou ingrato. Cinco anos antes, quando a lama tocava-lhe o bico do sapato e o vocábulo impeachment era pronunciado sem cerimônias, o pseudopresidente mandara Dirceu ao olho da rua e despachara três ministros de sua confiança para conter os ânimos da oposição.
Márcio Thomaz Bastos, foi ao apartamento de Fernando Henrique Cardoso. Ciro Gomes voou ao encontro de Aécio Neves. Antonio Palocci reuniu-se com a nata da plutocracia e com amigos tucanos. Em poucos dias, sob a voz de comando de FHC, o tucanato desembarcou da tese do impeachment, esvaziando-a.
Com seu vaivém, Lula compromete no mensalão o bom verbete que seu desempenho no governo lhe assegurou na enciclopédia. Falta-lhe algo essencial a um político digno de respeito: nexo. Primeiro pede “perdão”. Depois injeta saci-pererê na retórica. Por último, fala de “golpe” e confraterniza-se com o “traidor” que demitira.
Para emoldurar o quadro, Lula ainda se permitiu conspirar pelo adiamento do veredicto do Supremo. Numa mal explicada conversa, ocorrida no mês passado, tratou da “inconveniência” do julgamento em fase eleitoral com um ex-presidente do STF e um magistrado no pleno exercício das funções.
De bobo, Lula migrou para a condição de borboleta vadia. Protagoniza uma inusitada volta ao casulo, túmulo da lagarta. Num processo que fulmina a pouca esperança de regeneração de métodos, posiciona-se em cena como um realista que, obrigado a lidar com uma classe política viciada, exorbitou nos meios apenas para atingir fins nobres.
A metamorfose faria melhor se prestigiasse o procurador que nomeou, a polícia que comandou e o STF para o qual enviou oito ministros, dois quais seis integram a composição atual da Corte. Entre eles o relator Joaquim Barbosa e o presidente Ayres Britto. Do contrário, a platéia fica autorizada a perguntar: se os ideais do velha libélula do sindicalismo do ABC conduzem à absolvição do cangaço, de onde virá a salvação?
POR JOSIAS DE SOUZA

Planalto fez gestão para poupar Lulinha


Texto guardado sob sigilo há sete anos revela como foi alterado o relatório final da CPI que investigou o mensalão, em especial no que se refere ao filho mais velho do ex-presidente Lula.
O documento ao qual a Folha teve acesso, foi redigido pela equipe do deputado ACM Neto (DEM-BA), sub-relator da CPI dos Correios para o tema fundos de pensão. ACM Neto confirmou à Folha que se trata do texto original.
Sérgio Lima - 21.fev.06/Folhapress
Deputado federal ACM Neto (à esquerda) ao lado do deputado Osmar Serraglio
Deputado ACM Neto (à esq.) e o deputado Osmar Serraglio
Do texto apresentado ao relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), foram suprimidas as menções a Fábio Luís, o Lulinha, e ao fato de a empresa investigada Gamecorp pertencer ao filho do então presidente.
Serraglio tinha poderes para alterar o texto do sub-relator. O que chama atenção é que só foram suprimidos trechos que citavam Lulinha ou eram críticos a ele e a Lula. De resto, o texto de ACM Neto foi mantido.
Fábio Luís foi investigado pelo fato de a Telemar (atual Oi) ter investido R$ 5 milhões na Gamecorp. A empresa foi criada por Lulinha em 2004, com capital de R$ 10 mil, e um ano depois recebeu o aporte milionário da tele.
A CPI chegou ao caso porque dois fundos de pensão investigados tinham participação na Telemar, que tinha recebido aporte do BNDES.
Foram suprimidos trechos como "por envolver, naturalmente, como beneficiário, o filho do presidente da República". Ficou de fora um parágrafo inteiro que criticava o Ministério da Fazenda e juntas comerciais de diversos Estados, que não responderam aos pedidos da CPI por informações sobre a Gamecorp.
A Fazenda, segundo o texto de ACM Neto, respondeu que repassar essas informações "poria em risco os interesses legítimos da empresa".
O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), disse à Folha que conversou com o então presidente Lula diversas vezes e que houve pressão "de todos os lados", mas silenciou sobre a origem da ordem para retirar o nome de Lulinha do texto final.
Serraglio confirma as pressões do Planalto. "Essas informações chegavam para gente, 'ou vocês retiram ou nós vamos criar dificuldades para aprovar'", disse. "Tinham pessoas mais próximas [do Planalto] que acompanhavam, o Carlos Abicalil (PT-MT), o Jorge Bittar (PT-RJ), era a tropa da frente."
Num ponto, Delcídio e Serraglio concordam: se o nome de Lulinha tivesse sido mantido, o relatório não teria sido aprovado. A explicação dos dois: incluir o nome de Lulinha seria o mesmo que incluir o do presidente.
A CPI, que apurou o caminho do dinheiro do mensalão, não quebrou o sigilo da Gamecorp.
Segundo ACM Neto, na segunda-feira anterior à votação do relatório final, foi avisado por Serraglio de que era preciso retirar o nome de Lulinha. "Não sei de quem partiu a ordem para tirar o nome do Lulinha, mas aceitei porque era o acordo ou nada."
OUTRO LADOFolha não conseguiu localizar os deputados citados por Serraglio, e a assessoria de Lula não quis comentar o caso. A assessoria de Lulinha também não respondeu.
*
Veja como era e como ficou o relatório final da CPI dos Correios no capítulo que se referiu ao filho do presidente Lula. Ao todo 7 parágrafos e dois trechos foram suprimidos do relatório final em comparação com o texto original:
RELATÓRIO ORIGINAL: Conforme amplamente divulgada pela imprensa, a Telemar, empresa na qual a Petros possui participação, realizou investimentos de R$ 5 milhões na GameCorp S/A, empresa produtora e provedora de material de informática voltado para aparelhos celulares, de propriedade do sr Fábio Luiz da Silva, um dos filhos do presidente Lula, e dos irmãos Kalil e Fernando Bittar, filhos do ex-prefeito de Campinas, Jacó Bittar.
O QUE FOI SUPRIMIDO: de propriedade do sr Fábio Luiz da Silva, um dos filhos do presidente Lula, e dos irmãos Kalil e Fernando Bittar, filhos do ex-prefeito de Campinas, Jacó Bittar.
RELATÓRIO ORIGINAL: Por seu turno, o grupo Telemar, em cuja constituição societária estão instituições de caráter público, como os fundos de pensão e o BNDES, deveria, inclusive por questão ética, dar plena publicidade aos fatos em tela, por envolver, naturalmente como beneficiário, o filho do Presidente da República.
O QUE FOI SUPRIMIDO: por envolver, naturalmente como beneficiário, o filho do Presidente da República.
RELATÓRIO ORIGINAL: O histórico da empresa Gamecorp S/A é, certamente, de raro sucesso. Foi criado em novembro de 2004, com um capital de R$ 10 mil. Em janeiro seguinte, o capital passou para R$ 5,2 milhões. Um dos acionistas da Gamecorp é a empresa BR4, também pertencente ao Sr Fábio Luis Lula da Silva. Esta empresa foi criada em outubro de 2004, com capital de R$ 1.000,00 que, em dezembro, foi aumentado para R$ 2,7 milhões.
O QUE FOI SUPRIMIDO: Todo o parágrafo
RELATÓRIO ORIGINAL: O Ministério da Fazenda, bem como as juntas comerciais de diversos Estados não deram satisfação às requisições de informações feitas por parlamentares sobre esta matéria. Neste particular, e não menos grave, a CVM defendeu que a informação poria em risco os interesses legítimos da empresa.
O QUE FOI SUPRIMIDO: Todo o parágrafo.
RELATÓRIO ORIGINAL:...não é aceitável, a luz da ética e da moral, que recursos públicos sejam empregados sem a devida transparência, muito mais quando tal associação envolve pessoas muito próximas à estrutura de poder, no caso o filho do Presidente da República.
O QUE FOI SUPRIMIDO: Todo o parágrafo.
RELATÓRIO ORIGINAL: Cabe ainda ressaltar que as justificativas apresentadas, de certa forma opaca, para tais investimentos da Telemar carecem, pelo bem do interesse público, de um aprofundamento nas qualidades e propriedades técnicas da empresa adquirida, indiretamente pelos fundos de pensão. Nesse sentido, quando se cria uma obrigação para com os recursos públicos, não há cabimento na defesa do sigilo. A transparência é um bem nacional e um direito à cidadania.
O QUE FOI SUPRIMIDO: Todo o parágrafo.
Fonte: Folha de São Paulo

A Vovó Petralha é mais pé frio que o PINGUÇA.

Bastou a Véia por os pés na terra das olimpíadas e desgraça desandou sobre a delegação.
Diego Hipólito se estatelou na pista.
Danielle Hipólito também.
Para completar Daiane foi eliminada.
Para completar mais a cena de desgraça, tem o julgamento dos 40 LADRÕES DO LULLA. Vixe!
Será que é a maldição do 13 durante o mes de agôsto (ARGHHHHHH!!!!!!!)


 A gostosona da Cachoeira se encrencou.

Andressa, a gostosona da Cachoeira, tentou subornar e chantagear o juiz que está cuidando do caso de seu amoroso e presidíario concubino.
Levada para a sede da PF, deram-lhe um prazo para pagar uma fiança estipulada em R$ 100 mil. Pouco demais para nadadores de Deltas de Cachoeira.
Merreca.
Se não pagar, a gostosona será devidamente encarcerada.
Mas o que ela usou para chantagear lullisticamente o juiz do caso, é um dossiê atribuído ao reporter Policarpo Júnior da Revista VEJA, onde o atual juiz foi fotografado ao lado de bandidos.
Veja Cachoeira,
dando tiro no pé malandro?
Logo Policarpo?
E logo a VEJA?
Seria ótimo se Cachoeira abrisse logo as comportas e deixasse a água rolar ladeira petralha abaixo.
Sei lá, pode até ser com esta estória de delação premiada que a gente nunca vê resultado.
Já seria de bom tamanho para dar um tremendo susto, mais um, nos ladrões vermelho-progressistas e tucanos burros. 

DO GENTE DECENTE

Sem vergonha


* O trecho a seguir é de artigo do jurista, ex-deputado, ex-senador e ex-ministro Paulo Brossard. Foi publicado no jornal Zero Hora desta segunda-feira. O texto integral está no link.
 Em reunião do seu partido, desnecessário dizer tratava-se do PT, realizada em Sapiranga/RS, referiu-se à Justiça Eleitoral em termos simplesmente inacreditáveis, como o seriam se não tivessem sido gravados e reproduzidos pela radiodifusão, sem qualquer ressalva, e, ao contrário, confirmado pelo próprio protagonista; as palavras são poucas, mas nem precisavam ser mais numerosas para estarrecer a gregos e troianos. Com estas palavras o presidente do mencionado Partido se referiu aos juízes da Corte Eleitoral - "Nós não controlamos esse bando de sem-vergonha que compõe o Tribunal Eleitoral". Procurado por jornalistas acusou-os de estar "praticando um jornalismo marrom e vagabundo" e, no dia seguinte, adiantou que "a gravação não tinha sido autorizada"... desse modo confirmou a declaração insultuosa, afinal o "bando de sem vergonha" eram os juízes do TRE do Rio Grande do Sul! Esta a linguagem do parlamentar e presidente de um Partido de inexcedível agressividade frontalmente endereçada a um Tribunal, cujas decisões podem ser objeto de recursos legais e de críticas explícitas à sua sabedoria, mas jamais como "um bando de sem-vergonha que compõe o Tribunal Eleitoral".
Nunca imaginei que seria juiz do TSE e até seu presidente, ao tempo em que advoguei da primeira à derradeira instância da Justiça Eleitoral, mas posso dizer que nunca, jamais, nem quando advogado, nem quando presidente vi coisa igual nem parecida como essa agressão covarde, que causou tristeza e mal estar a quantos se esforçaram por ver praticada e respeitada a maior reforma política já realizada no Brasil, com a adoção da Justiça Eleitoral e do voto secreto, que lhe deu sentido.
Aliás, embora desnecessário, mas apenas a título ilustrativo, lembro que ideias estapafúrdias surgem aqui e ali quando se trata de reformas institucionais, mas nunca alguma que extinguisse a justiça eleitoral ou alterasse sua estrutura.
CLIQUE AQUI para ler a íntegra do artigo.
CLIQUE na foto acima para ver melhor. Trata-se do deputado Raul Pont, presidente do PT do RS, personagem central do artigo de Brossard.
DO POLIBIO BRAGA

Mensalão: Passeata no Rio celebra início do julgamento pelo STF

Dezenas de pessoas marcharam do Leblon a Ipanema pelo fim da impunidade
Ipanema: protesto pedindo o fim da impunidade teve bolo de três andares (Foto: Eduardo Naddar/O Globo)
O julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 2 de agosto, já começa a mobilizar a sociedade civil. Cerca de 60 pessoas marcharam pela orla da zona sul do Rio de Janeiro na manhã deste domingo pedindo o fim da impunidade no país. Um bolo de três andares e com 11 bonequinhos representando os ministros do STF foi cortado, em comemoração ao início do julgamento em Brasília, após sete anos de investigações.
"Queremos apoiar o Poder Judiciário. Já é uma vitória o início do julgamento. Não cabe a nós julgar. O que defendemos é que os juízes o façam com isenção e que os 38 réus do caso sejam tratados com justiça", disse Ana Luiza Archer, coordenadora do Movimento 31 de Julho contra a Corrupção e a Impunidade, que organizou o ato. Do Leblon a Ipanema, os manifestantes levaram faixas com frases como "O país precisa virar essa página com justiça e coragem. Boa sorte" e "Cumpra seu papel STF", ao som de músicas de protesto como "Que país é esse", do Legião Urbana.
Os ativistas questionavam, por exemplo, a origem de recursos para a contratação de advogados com honorários milionários pelos réus do mensalão. Durante a caminhada, eles cruzaram com cabos eleitorais da candidata a vereadora Cristiane Brasil, filha do ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, delator do esquema e figura-chave no processo do mensalão, em que é réu acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O grupo
Criado há um ano, o Movimento 31 de Julho fez parte do mutirão que reuniu grupos contra a corrupção de todo o país no início do ano. Juntos, eles reuniram 37.000 assinaturas em um abaixo-assinado pedindo a celeridade na apreciação do processo e entregue aos juízes do STF em 30 de maio. O Movimento acompanhará o julgamento pelo blog "De Olho no Mensalão", onde serão publicados comentários e opiniões sobre o processo que envolve políticos, banqueiros e publicitários acusados de criar um esquema de compra de votos no Congresso Nacional, pagando mesadas a deputados e senadores.
Veja Online
DO B. ABOBADO

Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Carmen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux e Rosa Weber. Cada um deles dirá se o Brasil deve escolher a lei ou vale-tudo. Também estarão redigindo a própria biografia!

Caras e caros, um daqueles textos longos, mas que vocês, eu sei, enfrentarão com galhardia. Leiam. Se gostarem, passem adiante. Vocês verão como, ao julgar os mensaleiros, cada ministro do STF estará revelando a sua própria moral e o entendimento que tem da ética. Neste texto, relembro a originam do dinheiro que alimentou o mensalão.
*
Começa na quinta-feira o primeiro dia do resto da vida institucional no Brasil. São nove homens, duas mulheres e um destino: o do país! Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Carmen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux e Rosa Weber vão decidir se o país renova a sua opção pela democracia ou se marca um encontro com a impunidade, a bandalheira, o roubo e o atraso. “Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado”, pregava o fascismo. Seu irmão siamês, o comunismo, optou por outro caminho: “Tudo no partido, nada fora do partido, nada contra o partido”. A civilização democrática repudia as duas tiranias e proclama: “Tudo na lei, nada fora da lei, nada contra a lei”. Aos juízes caberá avaliar a participação de cada um dos 38 réus naquela cadeia de crimes, mas sem jamais perder de vista que o crime existiu. O mensalão foi, antes de mais nada, um atentado contra o regime democrático. Se aqueles que os protagonizaram saírem do tribunal com os ombros leves, então o crime terá vencido a batalha contra os cidadãos porque livres estarão os criminosos. Inclusive para voltar a delinquir. Os 11 do Supremo estarão decidindo, também, quais armas são legítimas na luta política e quais não são.
Se o núcleo criminoso for absolvido, então os absolvedores do Supremo estarão a dizer que é legítimo usar dinheiro público para atender às necessidades de um partido.
Se o núcleo criminoso for absolvido, então os absolvedores do Supremo estarão a dizer que é legítimo comprar partidos, comprar políticos, comprar consciências.
Se o núcleo criminoso for absolvido, então os absolvedores do Supremo estarão a dizer que é legítimo recorrer à trapaça, à ameaças, à chantagem, à calúnia, à injúria e à difamação, sufocando a verdade com a mentira.
Se o núcleo criminoso for absolvido, então os absolvedores do Supremo estarão não apenas naturalizando os crimes do mensalão como os que a eles se seguiram, notadamente a rede suja montada pelo subjornalismo para difamar o próprio tribunal, a Procuradoria-Geral da República, a imprensa e, nem poderia ser diferente, os parlamentares honestos da oposição e até da base governista. Neste fim de semana, as páginas da Carta Capital, do notório Mino Carta, trazem um último espasmo do submundo do crime, que tenta desmerecer a verdade com a mentira, com a infâmia, com a calúnia e com as vozes trevosas.
Refiro-me, obviamente, a um arremedo de reportagem que tentou implicar, mais uma vez, o ministro Gilmar Mendes em crimes que obviamente não cometeu. A falsificação é de tal sorte grosseira que uma lista supostamente feita em março de 1999 já coloca Mendes como advogado-geral da União, cargo para o qual foi indicado só em janeiro do ano seguinte. Até um senador petista, Delcídio Amaral (PT-MS), aparece como um propineiro — disputou um cargo eletivo só em 2002. Por que Delcídio? Porque foi o presidente da CPI dos Correios, e há quadrilheiros que o acusam de ter sido imparcial demais e petista de menos naquela função. Um lixo abominável, mas nada que não esteja à altura de Mino Carta e da rede suja da Internet que reproduz os seus delírios e delíquios éticos. Hora de chamar a senhora Dilma Rousseff à razão.
Dilma. Ou: Cuidado, ministros!
Neste ponto, antes que continue, é hora de chamar Dilma Rousseff à razão. A presidente tem dito que o governo quer se manter distante desse assunto, que é matéria — e é mesmo — que cabe ao Poder Judiciário. Mas que governo independente, neutro e austero é esse que permite que o dinheiro público financie uma rede que hoje existe com o propósito de cumprir a agenda do PT — da sua pior parcela, na verdade — e de difamar aqueles que são considerados adversários? Gostaria muito de saber como a austera Dilma justifica essa óbvia apropriação do que é de todos em benefício de um grupo
Se o núcleo criminoso for absolvido, então os absolvedores do Supremo estarão, em suma, abonando esses métodos e colocando a corda no próprio pescoço. Esses grupos que se orientam nas sombras têm interesses os mais diversos. Mais de uma vez, eles hão de se chocar com o estado de direito, e o STF será chamado a arbitrar. A absolvição corresponderá à naturalização também desse método criminoso de fazer pressão, ao qual todos estarão sujeitos.
Dois golpes
Os mensaleiros tentaram, na verdade, dar dois golpes no país. O primeiro foi no Legislativo. Quando se montou a máquina criminosa — COM DINHEIRO PÚBLICO, JÁ CHEGO LÁ! — para alimentar nas sombras uma parcela do Congresso, ficou evidente que o governismo tentava criar o seu próprio “Congresso”. Seria um Legislativo do B, a soldo, para prestar serviços ao governo, fora de qualquer controle institucional. Com parlamentares que recebem dinheiro ilegal na boca do caixa, um governo pode executar a agenda que bem entender porque o espaço da representação popular foi conspurcado por larápios. Golpistas, dona Marilena Chaui, são os mensaleiros!
Duplamente golpistas! Desde que a denúncia foi aceita pelo Supremo, teve início a campanha sistemática contra o tribunal, em especial contra alguns de seus membros, contra a Procuradoria, contra as instituições. Alguns mensaleiros tentaram se organizar com o propósito de demonstrar que o tribunal não teria condição de julgá-los. Figurões do petismo chegaram a garantir a seus pares que este julgamento jamais aconteceria… A alma golpista tenta, a todo custo, impedir o Judiciário de fazer o seu trabalho.
Tradição garantista e atos de ofício
Não há nada mais perverso e intelectualmente safado do que perverter um bom fundamento a serviço do mal. Recorrendo a uma simbologia religiosa, costumo notar que essa é a prática corriqueira do demônio. Ele nunca se insinua mostrando a sua cara hedionda. É o que acontece agora com a chamada “tradição garantista” do nosso Supremo. Ela é ruim? Não! Está corretíssima nos seus fundamentos. Não havendo provas contra os réus, eles têm de ser absolvidos. Mas isso não diz tudo. Ou melhor: isso não diz quase nada porque o que se chama “garantismo” é, então, só o óbvio, o corriqueiro, o civilizado.
A questão é o que se vai entender por “prova”. A prova é um “ato de ofício”? Haverá algum ministro do Supremo que vai exigir, sei lá, um memorando de José Dirceu, em três vias, mandando fazer isso ou aquilo “fora da lei e contra a lei”? Obrigo-me a lembrar que a principal característica de um “profissional” na área é justamente NÃO DEIXAR ATOS DE OFÍCIO. Se só estes puderem valer como prova contra um homem público, então a Justiça brasileira estará dando as mãos ao crime, contra os interesses dos brasileiros.
Paulo Maluf está aí, assombrando a vida pública há quase 50 anos porque não deixa os ditos-cujos. A Justiça Brasileira, como ente, deveria se sentir um tanto envergonhada pela lição que acaba de lhe dar a de Jersey. Até o Judiciário de um paraíso fiscal achou que havia “brasileirismo” demais naquelas contas que Maluf diz não serem dele, mas cujo andamento seus advogados acompanham com lupa. Vai ver se trata de mero interesse acadêmico. Já volto a este ponto. Antes, temos de nos lembrar do que apurou a CPMI dos Correios.
Roubo de dinheiro público
Na versão que Marcos Valério e PT tentaram emplacar, a origem do dinheiro repassado ao PT e aos mensaleiros seriam os empréstimos feitos pelas empresas do publicitário. Huuummm… Tenho cá comigo o relatório da CPMI. Entre 2000 e 2005, as “Organizações Valério” movimentaram a estratosférica quantia de R$ 1.147.635.715 — sim, leitor, lê-se assim: “Um bilhão, cento e quarenta e sete milhões…” Parte significativa desse dinheiro teve origem em contrato com estatais.
Reproduzo, em vermelho, um trecho do relatório só para que vocês vejam como o dinheiro público era drenado para as empresas de Valério e dali para o PT e os mensaleiros. Acompanhem a engenharia da coisa atenção. Se parecer enrolado, eu destrincho.
1.2 – O Banco do Brasil e empresas associadas
As ligações das agências do Senhor Marcos Valério com as empresas do governo podem ser a fonte dos recursos que foram destinados às pessoas indicadas pelo Sr. Delúbio.
Pode-se tomar como exemplo o contrato de publicidade e propaganda celebrado entre o Banco do Brasil e a empresa DNA, que foi objeto de auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União em que se constataram irregularidades na sua execução.
Os Bônus de Volume, diferente de bonificação, deveriam ter sido transferidos ao Banco do Brasil, de acordo com o contrato, mas não o foram. O Banco, por seu turno, não tomou as medidas para receber esses valores, em descumprimento aos arts. 66 e 67 da Lei n° 8.666/93 e às cláusulas contratuais. Segundo o TCU, o prejuízo pode ter chegado a RS 37.000.000,00.
A Companhia Brasileira de Meios de Pagamento – Visanet – e a Servinet também podem ter sido utilizadas pelo Banco do Brasil para repassar recursos ilegais à DNA. Essas empresas repassaram, à DNA, R$ 91.149.916,18 no período de 2001 a 2005 e, segundo o Senhor Antônio Luiz Rios (sócio das duas empresas), não mantinham contrato com a DNA. Conforme seu depoimento, desde 2001 os pagamentos à DNA pela Visanet são oriundos do Programa “Fundo de Incentivo Visanet”, proposto pelo Banco do Brasil, sendo que os repasses se davam mediante autorização do Banco.
A CPM1 rastreou os dois maiores créditos efetuados pela Visanet à DNA – R$ 23,3 milhões em 20/5/2003 e R$ 35 milhões em 12/3/2004 e verificou que:
a) quanto ao crédito de RS 35 milhões, observa-se que, em 12/3/2004, a Visanet depositou R$ 35 milhões na conta da DNA no Banco do Brasil; no dia útil imediato, a DNA transferiu R$ 35 milhões para outra agência do Banco do Brasil e, no mesmo dia, aplicou R$ 34,8 milhões em fundo de investimento do Banco; pouco depois, em 22/4/2004, a DNA efetuou uma TED de R$ 10 milhões a crédito do Banco BMG, referente à compra de certificados de depósito bancário; quatro dias depois, em 26/4/2004, foi concedido empréstimo de exatos R$ 10 milhões do Banco BMG a Rogério Lanza Tolentino & Associados. Como garantia, apenas o aval de Marcos Valério Fernandes de Souza e Rogério Lanza Tolentino e a aplicação financeira da DNA junto ao BMG acima referida. Apenas após a instalação da CPM1 foi proposta a execução judicial do crédito.
b) no tocante ao crédito de RS 23,3 milhões, verifica-se que, em 19/5/2003, a Visanet depositou R$ 23,3 milhões na conta da DNA no Banco do Brasil; no dia seguinte mesmo, a DNA aplicou R$ 23,2 milhões em fundo de investimento do próprio Banco do Brasil; depois, estranhamente, em 26/5/2003, a SMP&B, também pertencente a Marcos Valério, tomou empréstimo de R$ 19 milhões no Banco Rural. Há fortes indícios de que esses empréstimos, na verdade simulados, serviram de fonte de recursos para distribuição de dinheiro, conforme admitiram os próprios envolvidos, Srs. Delúbio Soares e Marcos Valério.
(…)
Destrinchando
A coisa era simples. Uma empresa de Valério recebia dinheiro de empresa pública e o depositava no banco A ou B. Esse mesmo banco, vejam que coisa!, emprestava valor praticamente correspondente a uma outra empresa do publicitário. O dinheiro “emprestado” ia, então, parar nas mãos do PT e dos mensaleiros, sob a gerência de Delúbio Soares. Sob a coordenação de quem trabalhava Delúbio? Querem nos fazer crer agora que ele era, assim, um guerreiro solitário. Não custa lembrar: José Genoino era o presidente do partido e referendou todos os “empréstimos” que Valério fez à legenda.
NOTA À MARGEM – Vejam que o relatório da CPI deixa claro que a devolução ao Banco do Brasil do dinheiro decorrente dos tais “Bônus por Volume” estava prevista em contrato. Quando dona Ana Arraes, agora ministra do TCU, “perdoa” Valério pela apropriação indébita, está, na prática, jogando o contrato no lixo. Um escândalo dentro de outro!
Volto ao ponto
Esperar que haja atos oficiais, em papel timbrando, autorizando essas manobras ou é coisa de tolos ou de gente movida a má-fé. Não se confunda garantismo com impunidade, assim como não se confunda Carta Capital com jornalismo nem alhos com bugalhos. Cada coisa tem sua própria natureza.
Notem que, neste texto, parto da questão mais geral — punir ou não punir os mensaleiros e o que isso tem a ver com o nosso futuro — e chego a detalhes do crime cometido, segundo o relatório final da CPMI dos Correios. O que vai acima, relatado em vermelho, tem nome: essa, sim, é a verdadeira privatização do estado, misturada ao roubo puro e simples de dinheiro público. Privatização que continua com o dinheiro que entes do estado repassa ao JEG (Jornalismo da Esgotosfera Governista). Atenção! Ainda que tudo isso estivesse relacionado apenas a caixa dois de campanha — campanha em 2005??? —, foi o roubo de dinheiro público que financiou e alimentou a rede criminosa.
A tese inventada pelo “Deus” deles — Márcio Thomaz Bastos (ler posts abaixo) — finge ignorar a origem dos recursos. Aliás, para ser absolutamente preciso, cumpre notar: fosse só dinheiro privado, caberia perguntar o que queriam os financiadores, não é mesmo? Mas não era!
Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Carmen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux e Rosa Weber vão dizer se o Brasil deve ou não tolerar essa sem-vergonhice. E, ao dizê-lo, cada um deles estará expondo, queira ou não, a sua própria moral — que é sempre individual — e o seu entendimento da ética.
Ao julgar os mensaleiros, os ministros estarão também se revelando à sociedade. Eles dirão se o Brasil tem futuro ou é só uma boa ideia que ficou no passado, sequestrada por pilantras.
Por Reinaldo Azevedo-REV VEJA

O mensalão em 21 charges de Chico Caruso e uma foto de Stuckert

crime e política
Se o Brasil é realmente um país sem memória, o arquivo do jornal não
                          Ancelmo.com
Para relembrarmos o que foi o mensalão, às vésperas de seu julgamento pelo STF -- sete anos depois de ter vindo à tona, vale a pena ver de novo algumas das melhores charges de Chico Caruso, um dos maiores intérpretes da cena política brasileira.
Um dos pioneiros a publicar charges na primeira página, no GLOBO, Chico tem um olhar sagaz sobre a história recente do Brasil.
E o mensalão é um capítulo que foi acompanhado praticamente ano a ano.


2005
 
12 de junho: cinco dias depois que veio à tona a delação de Roberto Jefferson
 
8 de junho: -- É tudo invenção -- diz Delúbio
-- Ah bom! -- replicou Lula
 
28 de junho: COMPASSO DE ESPERA (2) - Difíceis dias estes em que a única coisa que muda no Planalto é o figurino do Márcio Thomas Bastos...
 
12 de agosto: "E no show do Moulin-Rouge"
 6 de junho - Roberto Jefferson grita: "Madeira!!!"
 
10 de agosto: Jefferson descasca Marcos Valério
 
 24 de outubro
2006
 5 de fevereiro:  Segue o Baile - Vamos relembrar o grande Gonzaguinha: "Começaria tudo outra vez..."
28 de fevereiro
 
16 de março: o publicitário Duda Mendonça é um túmulo
11 de maio de 2006 - Lula e Sílvio Pereira, ex-secretário-geral do PT acusado de ter ganhado uma Land Rover e ter sacado mais de R$ 4 milhões das contas de Marcos Valério
 
 Novembro: Berzoini, Gushiken, Genoíno e José Dirceu
2007
 2 de julho: -- Ouçam meu conselho: o principal não é o fato, é a versão! -- diz Jefferson
27 de agosto:  -- Não se preocupem, esse julgamento ainda vai dar muito pano para mangas...
2009
 
 24 de março: Marcos Valério e José Dirceu
2011
12 de setembro
22 de dezembro
 
23 de dezembro
 
26 de dezembro
2012
Sexta-feira, dia 27 de julho
É uma boa hora para se reler "Memorial do Escândalo -- Os bastidores da crise e da corrupção no Governo Lula" (Geração Editorial), de Gerson Camarotti e Bernardo de La Peña, o coleguinha emérito da turma da coluna.
O livro-reportagem foi publicado no calor da hora, em novembro de 2005

Marcos Valério durante depoimento na CPI do Mensalão, em 11 de agosto de 2005
Foto de Roberto Stuckert Filho
DO R.DEMOCRATICA