Como acontece desde 1959, quando a "Mudança do Garcia" saiu às ruas pela primeira vez, o bloco virou uma espécie de central de protesto contra tudo e todos.
O sucesso da Mudança do Garcia se baseia na simplicidade. Para se juntar ao bloco, basta ter uma reclamação na cabeça e um cartaz na mão.
Foliões culpavam o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), pela greve da Polícia Militar. Uma das faixas trazia uma alusão bem-humorada ao passado de sindicalista do governador petista: "Quem com greve fere, com greve será ferido".
Outros carregaram cartazes contra as novas regras de ocupação da orla patrocinadas pelo prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro (PP).
A obra do metrô da capital baiana --iniciado há 12 anos e jamais concluído-- também foi lembrada pelos foliões. Construtoras que atrasaram a entrega de imóveis adquiridos na planta também foram "homenageadas".
Curiosamente, teve até protesto "a favor". A corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), a baiana Eliana Calmon, que recentemente disse que havia no Judiciário "bandidos de toga", foi chamada de "orgulho e amor da Bahia".
DA FOLHA
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