segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Duas bobagens do imaginário político: Kassab não tem voto e Serra será cobrado porque abandonou a prefeitura.

Sobre a primeira bobagem... Em 2004, enfrentando Marta Suplicy (PT), José Serra (PSDB) obteve, no segundo turno, 54,86% dos votos. Em 2008, concorrendo contra a mesma adversária, Gilberto Kassab (DEM) ultrapassou 60% dos votos. Usando a velha e boa matemática, o desempenho de Kassab foi quase 10% melhor do que o obtido por Serra, sendo ele próprio o vice. Este é o capital próprio de Kassab, no mínimo. O seu valor agregado. Somando os 10% com a máquina de R$ 36 bilhões da Prefeitura, a bancada de vereadores e uma intensa campanha publicitária, Kassab tem os votos que decidirão a eleição na cidade.

Sobre a segunda bobagem... Em 2004, a cidade de São Paulo elegeu Serra como prefeito com 54,86% dos votos. Em 2006, após ter renunciado ao cargo para concorrer ao governo do Estado, o tucano obteve 53,08% dos votos paulistanos e venceu a eleição no primeiro turno. Em 2010, concorrendo à presidência da República, José Serra obteve 53,64% dos votos da maior cidade do país. Nunca Serra obteve menos de 50% dos votos na cidade. E, salvo engano, 50% mais 1 continua sendo o número para ganhar eleição até mesmo contra inimigos na trincheira. Então que babaquice é esta de que a cidade de São Paulo tem mágoa por Serra ter renunciado ao cargo de prefeito? A cidade tem é o maior orgulho do seu maior político, tanto é que continua votando nele, na mesma proporção, em qualquer eleição.
A conclusão é que Serra e Kassab, juntos, são imbatíveis em São Paulo, por mais que alguns tentem criar "lendas urbanas" em cima da baixa aprovação de um e de cobranças que o eleitorado fará sobre o passado do outro. Alckmin já sentiu o peso da dupla e amargou um terceiro lugar na eleição paulistana de 2008, com míseros e ralos 22% dos votos. Parece que, finalmente, acordou. É bom que fique esperto para não ter que trocar o governo do Estado pela prefeitura de Pindamonhangaba em 2016.
Por isso, a solução mais lógica sempre foi aquela que antecedeu a bobajada das prévias tucanas. Afif como prefeito, Matarazzo como vice e o partido unido em torno da chapa que manteria intocada a aliança vencedora que governa a cidade. Em 2014, Alckmin teria o apoio de todos para o governo do estado, tendo uma reeleição tranquila. Kassab poderia optar entre ser o seu vice ou senador. E Serra estaria liberado para concorrer à Presidência da República. A ilusão de certo tucanato aecista e alckminista de que poderiam destruir José Serra e Gilberto Kassab em um só lance criou a situação que aí está, que coloca a todos sobre o fio da navalha. Todos os que deveriam estar unidos correm imensos riscos futuros. Todos perdem anéis, mas alguns, com toda a certeza, também perderão os dedos. E não será Lula. 
DO CELEAKS

Nenhum comentário:

Postar um comentário