terça-feira, 20 de setembro de 2011

Impunidade e injustiças patrocinadas pelo Judiciário serão alvo das passeatas anti-corrupção em 12 de outubro


Enquanto segmentos esclarecidos da sociedade se mobilizam, via Internet, para mais uma “Marcha contra a Corrupção”, no próximo feriado de 12 de outubro, a elite da (in)Justiça tupiniquim nos empurra, goela abaixo, um dos mais vergonhosos exemplos de impunidade ao Governo do Crime Organizado. O poder sem fim do imortal José Sarney parece ser a verdadeira inspiração para o Superior Tribunal de Justiça anular as mais contundentes provas produzidas por operações da Polícia Federal.
Não tem consistência a alegação de “falha processual” ou de “ilegalidade” na obtenção das provas – principalmente nas escutas telefônicas em que os agentes do crime se revelam em viva voz. Mas foi assim que o STJ jogou no lixo toda a operação Boi Barrica, na qual a Polícia Federal cometeu o pecado mortal de investigar parentes de José Sarney (presidente do Senado). Agora, pelo mesmo argumento simplório de “ilegalidade na obtenção de provas”, a Justiça pode detonar outras quatro operações da PF.
Além da Boi de Barrica (já detonada), correm séria ameaça de dar em nada as operações Voucher (que comprovou picaretagens no Ministério do Turismo), a Navalha (que flagrou desvios de verbas em obras públicas), a Mãos Limpas (que comprovou a corrupção no Amapá, estado politicamente controlado pelo esquema Sarney) e a famosa Caixa de Pandora (que pegou o esquema mensaleiro do ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, com ramificações com a família Roriz, que já levou o corporativismo da base governista a salvar o pescoço da deputada Jaqueline.
A pizzaiada judicial (impossível de engolir) pode ser o grande prato para os protestos do próximo dia 12 de outubro. O Judiciário corre o risco de ser alvo de desmoralização, nas ruas. Nada pode ser pior para a inconsistente democracia brasileira que isto. Mas as pessoas comuns já percebem que são as maiores vítimas da impunidade. Seja nos crimes de corrupção, nos abusos de autoridade cometidos pelos agentes do poder estatal, em ações criminosas de oligopólios contra os consumidores que passam impunes nos tribunais, até os casos de delitos de trânsito – em que irresponsáveis ao volante matam e não param na cadeia.
No momento, a grande questão conjuntural é: Se a elite do Judiciário (indicada para as Altas Cortes pelos políticos) prefere não dar valor às escutas da Polícia Federal, será que eles terão a mínima sabedoria de escutar a voz rouca das ruas que já grita, em tom ainda baixo, mas crescente, contra a injustiça e a impunidade? A resposta será fundamental para o destino da Segurança do Direito no Brasil.
DO BLOG ALERTA TOTAL

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