sábado, 6 de agosto de 2011

Procurador Geral da República denuncia Zé Otávio ao STF como chefe da organização que teria desviado R$ 44 milhões do Detran


O jornal Zero Hora deste domingo, que começou a circular no meio da tarde de sábado, publica reportagem de  Fábio Schaffner, da sucursal de Brasília, que revela que o deputado Federal do PP e da base aliada do governo Dilma-Lula, do PT, acaba de ser denunciado no Supremo Tribunal Federal (STF) por formação de quadrilha, peculato e dispensa de licitação sem amparo legal, tudo no âmbito do Detran, objeto de investigações da chamada Operação Rodin. O deputado do PP foi  apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o comandante do esquema implantado no Detran quando ele assumiu a secretaria da Segurança no governo Germano Rigotto, onde permaneceu durante quatro anos, e  que teria desviado R$ 44 milhões do Detran. Esse valor foi contestado nos autos da ação principal pelo ex-secretário Executivo da Fatec, Silvestre Selhorst, que provou através de tabelas comparativas e cálculos matemáticos que os procuradores não souberam fazer contas. A juiza Simone Barbisan, de Santa Maria, ainda nada decidiu sobre o pedido de Silvestre, que quer a anulação do processo.Um pedido de perícia nas contas, protocolado por outro réu, José Fernandes, também ainda não foi despachado pela juiza.  Nas 858 páginas do inquérito que embasou a denúncia, a PGR afirma que a ação do parlamentar foi de "fundamental importância para o sucesso da empreitada criminosa". O caso só estourou depois que dois grupos familiares envolvidos na liderança do negócio entraram em choque o novo presidente, Flávio Vaz Neto, indicado por Otávio Germano, optou por uma delas.

. Eis o que escreve o jornal:
 
"Desde que a denúncia foi reiterada, em junho, Zero Hora tenta ter acesso ao teor do inquérito, que não está protegido por segredo de justiça. Somente na última semana o Supremo liberou o acesso aos autos.Conforme a denúncia, as fraudes tiveram início em 2003, tão logo o deputado assumiu a Secretaria de Segurança no governo Germano Rigotto. A maior parte das provas, porém, foi reunida a partir de 2007, após a eleição de Yeda Crusius. A PGR classifica como a segunda fase do esquema.Entre os indícios coletados na investigação, estão relatórios da Receita Federal sobre a movimentação financeira do deputado. De 2005 a 2007, ele teria movimentado R$ 2,59 milhões em suas contas bancárias, um montante quase quatro vezes superior aos rendimentos tributáveis obtidos por ele no mesmo período.Segundo a denúncia, só em 2007, José Otávio teria movimentado R$ 1,2 milhão - valor cinco vezes maior do que o total recebido no ano em salários da Câmara. Para o procurador-geral Roberto Gurgel, o fluxo de dinheiro nas contas indica que José Otávio teria sido beneficiado pelas fraudes, "recebendo parte das verbas desviadas".
- Os advogados do deputado foram ouvidos e negam tudo, inclusive a leitura sobre seus extratos bancários. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal divulgaram grampos ilegalmente obtidos, com falas do deputado. O deputado já conversou com o editor sobre o assunto em inúmeras ocasiões. Ele considera que a Operação Rodin foi um ataque orquestrado contra vários políticos, sobretudo contra si mesmo, que na época era virtual candidato do PP a governador. A Operação Rodin já ensejou vários processos cíveis e criminais. 
DO BLOG POLIBIO BRAGA

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