quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

OPERAÇÃO DA PF-PI: Conheça todos os prefeitos presos

 CASO 'GELEIRA' DA POLÍCIA FEDERAL trata de notas fiscais frias e rombo passa de R$ 20 milhões


A Polícia Federal do Piauí deflagrou a 'Operação Geleira', por volta das 5h da manhã desta quarta-feira (19/01), que resultou na prisão de prefeitos, ex-prefeitos, empresários e servidores envolvidos em esquema de notas fiscais frias e desvio de recursos públicos de prefeituras do interior do Estado. Desde a madrugada, 325 policiais federais dão cumprimento a 84 Mandados de Busca e Apreensão, além de 30 Mandados de prisão em todo Piauí, inclusive na capital.
Já é a maior operação de combate a desvio de recursos públicos da história no Piauí. Foram apreendidos documentos em órgãos públicos municipais, empresas e escritórios de contabilidade em 12 municípios: Marcos Parente, Uruçuí, SRN, Várzea Branca, Caracol, Elizeu Martins, Porto, Amarante, Miguel Leão, Ribeira do Piauí, Floriano e Teresina. Segundo informações da delegacia regional de combate ao Crime Organizado, o rombo chega a R$ 20 milhões, dinheiro supostamente vindo do SUS e Fundeb.
As investigações acontecem desde 2008 e a Polícia Federal manteve o sigilo por se tratar de investigação de prefeitos. A ação, que conta com a participação da Controladoria Geral da União-CGU e Ministério Público Federal, prendeu os prefeitos das seguintes cidades: Valdir Soares, de Uruçuí, Joedison Rodrigues, de Landri Sales, Isael Macedo, da cidade de Caracol, Teresinha Dantas, Eliseu Martins, Jorge de Araújo Costa, de Ribeira do Piauí e Bismarck Leão, de Miguel Leão. Foram presos ainda as autoridades de Miguel Leão, Weslley Cardoso, Ismendia da Silva, Valdir Campelo da Silva, Genivaldo Campelo da Silva; e de Uruçuí, Valdir Soares (atual prefeito de Uruçuí), Chico Filho (ex-prefeito de Uruçuí) e Giliard Soares.
MOVIMENTAÇÃO INTENSA NA SEDE DA PF-PI
Desde as primeiras horas da manhã foi intensa a movimentação na sede da Polícia Federal do Piauí, na Avenida Maranhão, Centro de Teresina. No local, agentes do órgão, em sua maioria de outros estados, advogados, jornalistas e familiares dos presos envolvidos. A todo instante, policiais traziam malotes, documentos, pastas e gabinetes de computador em viaturas e veículos descaracterizados. A imprensa não teve acesso ao pátio do prédio. Entre os advogados presentes, Alexandre Nogueira, que defende um cliente do interior, e Carlos Washington Coelho, de Chico Filho. Ambos foram acionados às pressas e não tinham tido acesso ao inquérito.

Agentes da PF-PI chegando com documentos apreendidos
PRESOS CHEGAM AO AEROPORTO DE TERESINA
Quinze policiais federais foram deslocados até o aeroporto Petrônio Portella, na zona Norte de Teresina, para oferecer suporte ao voo que trazia alguns gestores envolvidos, entre eles, o atual prefeito de Uruçuí, Valdir Soares e o ex-prefeito Chico Filho, irmã da deputada Ana Paula (PMDB), que inclusive teve seu escritório, na Assembleia Legislativa do Piauí, revistado por homens da PF. Os presos chegaram por volta das 11h, em avião da própria Polícia Federal e foram conduzidos à sede do órgão em uma van, cor branca. Aparentemente tranqüilos, não estavam algemados.

Prefeito e ex-prefeito de Uruçuí presos pela Polícia Federal
E JÁ NA COLETIVA: “ROMBO CHEGA A R$ 20 MILHÕES”
Uma comissão de delegados da PF, chefiada por Janderlyer Gomes, da delegacia regional de combate ao Crime Organizado, além de representantes da CGU e MP, concederam coletiva de imprensa, por volta das 11h40, no auditório da sede. Na oportunidade, evitaram oferecer detalhes da Operação Geleira. Segundo Janderlyer, o foco da operação era combater os desvios de recursos públicos. O delegado revelou que em Teresina, algumas residências oficiais e empresas foram revistadas. Estas, acusadas de repassar notas fiscais às prefeituras para maquiar a prática de superfaturamento. A informação que se tem é que o rombo chega a R$ 20 milhões.

Policiais traziam vários envolvidos no escândalo
DINHEIRO PARA AGIOTAS, DÍVIDAS E MUITA CORRUPÇÃO
Em torno de 25% deste dinheiro foi para pagar dívidas de agiotas e corrupção de servidores nos municíios de Uruçuí, Eliseu Martins e Landri Sales. Ainda durante a coletiva, ele levanta uma contradição no caso: 'Por ironia, esses prefeitos tiveram as suas prestações de contas aprovadas'. Já Luís Fernando, da Controladoria Geral da União, acrescentou que a investigação começou há dois anos, com a participação da PF e MP, além da contribuição do Tribunal de Contas do Estado e a Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz). Foi revelado também que uma pessoa reagiu à prisão na cidade de Uruçuí, que teria agredido um agente da PF.

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