sexta-feira, 22 de março de 2019

O Capimunismo de Quadrilhas começa a ruir no Brasil


sexta-feira, 22 de março de 2019


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Conceito objetivo do jurista Antônio Ribas Paiva: Crime Organizado é o consórcio delitivo entre criminosos e agentes públicos. O Mecanismo Criminoso se institucionaliza sempre que ocorre a conivência dolosa, a omissão intencional e a conveniência culposa dos personagens na máquina estatal, na esfera empresarial e no submundo dos bandidos. Assim se estrutura o Estado-Ladrão – resultado da parceria público-privada focada na prática da Corrupção Sistêmica.   
Assim fica mais fácil para um marciano entender por que o Brasil tem dois ex Presidentes da República presos por crimes ligados a práticas rentáveis de corrupção. Tem tudo para crescer a lista de condenados-presidiários, se forem ampliadas as “colaborações judiciais” (mais conhecidas como delações-premiadas) derivadas dos processos da Operação Lava Jato.
Será inevitável a punição exemplar a ex governadores, senadores, deputados e vereadores que se unem a “empresários”, “juristas”, policiais,  militares e bandidos do alto ou do baixo escalão para praticar o Capimunismo de Quadrilhas do Brasil. Quem delinqüe neste regime de Crime Institucionalizado precisa ser julgado e punido por Júri Popular, formado por eleitores com comprovada e ilibada formação jurídica – e não por tribunais nomeados politicamente.
Depois de Lula da Silva (até agora condenado duas vezes) e Michel Temer (apenas preso preventivamente, mas que deve ser solto brevemente), quando será a vez da Dilma Rousseff? A galera já brinca nas redes sociais... Se a Lava Jato pegar a Dilma, já tem direito a pedir música no “Fantástico” da Rede Globo. O “direito” é concedido a jogadores que marcam três gols em uma partida de futebol... Aguardamos a canção de Beto Richa, ex-governador do Paraná preso três vezes recentemente...
No dia do aniversário do Presidente Jair Bolsonaro (talvez por coincidência do destino) foi o povo brasileiro quem ganhou de presente a prisão, mesmo que temporária, provisória ou preventiva, de Michel Temer, Moreira Franco e outros menos votados. O responsável pelo espetáculo judiciário foi o titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. O juiz Marcelo Bretas se baseou em provas robustas que o Ministério Público Federal reuniu, a partir de delações premiadas, na Operação Radiotividade – uma “prima” da famosa Lava Jato.
Por isonomia com o prisioneiro Luiz Inácio Lula da Silva, que conta com o privilégio da prisão em uma sala especial da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, o (por enquanto) preso Temer também teve direito a uma sala-cela especial na Superintendência da Polícia Federal na Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil, porém repleta de bandidos. A galera já indaga quando Gilmar Mendes (ou algum desembargador federal ou ministro do Superior Tribunal de Justiça vai decretar “Fora, Temer”, deixando que o marido da bela Marcela responda a 9 processos em liberdade... Temer Fora? Já valeu o susto...
Já com o “parceiro” Moreira Franco – outro poderoso que tende a ser solto em breve - a coisa foi muito mais “legal”. Quando que o famoso “Gato Angorá” (eminência parda de várias administrações federais da Nova República e ex-governador do RJ) poderia imaginar que voltaria preso para Niterói – cidade que deixou quase falida quando foi prefeito no final da década de 70 e começo dos anos 80? Moreira se juntou ao ex-governador Luiz Fernando Pezão no Batalhão Prisional da Polícia Militar – que fica na “Cidade Sorriso”.   
O processo legal contra Temer e seus parceiros correrá normalmente... O tempo e as provas mostrarão se ele é inocente ou culpado... O mais importante foi o efeito simbólico da punição provisória. No instante em que o Mecanismo do Crime Organizado ameaçava e desafiava acabar com a Lava Jato, o Judiciário Federal demonstrou que ocorre o fenômeno contrário. Existe chance de punição exemplar a políticos poderosos que lideram esquemas bilionários de corrupção na máquina estatal brasileira.
A prisão de Temer foi um presente, sim, para Jair Bolsonaro – cujo governo foi eleito com a promessa do combate à corrupção. Também foi um presentão para o ministro da Justiça Sérgio Moro. O ex-juiz da Lava Jato foi vergonhosamente desafiado pelo Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que faz corpo mole e tenta sabotar o trâmite do Projeto Anti-Crime de Moro & CIA (sem trocadilho infame com a agência norte-americana visitada recentemente por Bolsonaro e Moro). Aliás, por ironia do destino, Maia é casado com a enteada do Moreira Franco – uma espécie de fakesogro...
Devagar, devagarinho - como cantaria quem curte um pagodinho -, o Capimunismo de Quadrilhas começa a ruir no Brasil dominado pelo Crime Institucionalizado. Agora só falta a cúpula do Poder Judiciário constatar que este movimento é historicamente irreversível. A maioria da sociedade brasileira não agüenta mais pagar o altíssimo preço da corrupção sistêmica. O Judasciário está em xeque. O Judiciário, do qual se espera Justiça, precisa renascer e prevalecer. Sem Segurança do Direito não temos Democracia.
Ditadura Togada – ou do Crime Organizado – não mais interessa ao Brasil que clama por reformas, mudanças estruturais, crescimento e desenvolvimento. Capimunismo de Quadrilha, Nunca Mais!

Leia o artigo do Carlos Maurício Mantiqueira: Prisão de Ventre

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