quarta-feira, 11 de julho de 2018

Modesto Carvalhosa lança campanha nacional contra a eleição de Dias Toffoli para a presidência do STF


quarta-feira, 11 de julho de 2018


2ª Edição Atualizada do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
A única certeza é que o escolhido para substituir Cármen Lúcia toma posse no dia 12 de setembro. O combinado é que Toffoli seja o sucessor para assumir o trono supremo faltando menos de um mês para a eleição de outubro. Acontece que a recente armação do fim de semana, com o habeas corpus que libertaria Lula concedido por um desembargador que foi militante petista por 20 anos, provocou uma reação social sem precedentes. Toffoli, que já libertou seu ex-chefe José Dirceu, também poderia repetir o gesto com o líder Lula.
Em 2009, antes de ser nomeado supremo magistrado por Lula, Toffoli foi advogado do PT e do ex-ministro José Dirceu. Também trabalhou como assessor do Partido dos Trabalhadores na Câmara Federal. Na gestão Lula, foi subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil, sendo promovido a Advogado Geral da União. Toffoli não conseguiu pasar em concurso para juiz de carreira. No julgamento do Mensalão, Toffoli não se julgou impedido de julgar Dirceu. Inclusive, pediu a absolvição do ex-chefe – que foi apontado como o “capitão” do esquema mensaleiro.
A campanha nacional proposta por Modesto Carvalhosa tem tudo para conquistar grande adesão. O jurista argumenta: “Agora, a Nação não quer que Toffoli assuma a presidência do Supremo. Ele é um ministro do PT. Ele o (desembargador Rogério) Fraveto do PT no Supremo Tribunal Federal. Ele e o ministro (Ricardo) Lewandowski. É hora de fazer uma campanha na sociedade civil para impedir que esse camarada seja eleito presidente do Supremo”. #Toffolifora... #Tôfora...
Toffoli vai sentir a máxima pressão popular nas redes sociais. Já há pedidos de impeachment dele, mas o Senado, na véspera eleitoral, dificilmente terá coragem de colocar em votação. Até porque o corporativismo do Supremo impediria que isso acontecesse, pois abriria uma brecha para outros ministros impopulares, como Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, também entrarem na dança...
O fato objetivo é que o STF está no olho do furacão. No dia 5 de agosto, o Movimento Avança Brasil promove uma mega-manifestação nacional propondo a saída de todos os ministros. Claro que isso não acontecerá por vontade própria deles... Mas, no próximo governo, não importa quem seja o vencedor, haverá a renovação de três cadeiras na Corte Suprema do Brasil.
A pressão direta contra Toffoli será mais um teste na débil democracia brasileira, atingindo, diretamente, a instituição Judiciária, que não consegue cumprir o papel de “poder Moderador”, com decisões e “interpretações” que dão margem objetiva para a impunidade e o caos institucional.

A Regra é clara
O regimento Interno do STF não garante a eleição de Toffoli. Vide o artigo 12:
O Presidente e o Vice-Presidente têm mandato por dois anos, vedada a reeleição para o período imediato.
§ 1º Proceder-se-á à eleição, por voto secreto, na segunda sessão ordinária do mês anterior ao da expiração do mandato, ou na segunda sessão ordinária imediatamente posterior à ocorrência de vaga por outro motivo.
§ 2º O quórum para a eleição é de oito Ministros; se não alcançado, será designada sessão extraordinária para a data mais próxima, convocados os Ministros ausentes.
§ 3º Considera-se presente à eleição o Ministro, mesmo licenciado, que enviar o seu voto, em sobrecarta fechada, que será aberta publicamente pelo Presidente, depositando-se a cédula na urna, sem quebra do sigilo.
§ 4º Está eleito, em primeiro escrutínio, o Ministro que obtiver número de votos superior à metade dos membros do Tribunal.
§ 5º Em segundo escrutínio, concorrerão somente os dois Ministros mais votados no primeiro.
§ 6º Não alcançada, no segundo escrutínio, a maioria a que se refere o § 4º, proclamar-se-á eleito, dentre os dois, o mais antigo.
§ 7º Realizar-se-á a posse, em sessão solene, em dia e hora marcados naquela em que se proceder à eleição
§ 8º Os mandatos do Presidente e do Vice-Presidente estender-se-ão até a posse dos respectivos sucessores, se marcada para data excedente do biênio.”
Não há, portanto, NENHUMA OBRIGATORIEDADE de Toffoli ser ungido ao cargo de presidente do STF, basta que 6 ministros, em votação secreta, escolham outro nome. O único dos ministros que não pode ser escolhido é a atual presidente, Carmem Lúcia, uma vez que a reeleição é vedada.
Se Toffoli for confirmado na presidência, ele o será por ato de conivência e irresponsabilidade de seus pares, que se tornarão cúmplices de suas eventuais (e prováveis) lambanças em favor dos criminosos petistas. Simples assim.

Releia a primeira edição: Lula permanece no devido lugar: a cadeia

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