segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

PF sinaliza ao PT a necessidade de um Plano C


A despeito das negativas, um pedaço do PT discutia a sério a necessidade de colocar em movimento um plano de contingência para 2018. O debate avançara para o segundo estágio. Além de se fixar no nome do baiano Jaques Wagner como alternativa possível a Lula, o grupo havia enxergado no mineiro Patrus Ananias, ex-ministro do Bolsa Família, uma opção para vice. De repetente, o petismo descobriu uma nova contingência para a qual não havia se programado. Antes de ser lançado, o Plano B recebeu ''Cartão Vermelho'' da Polícia Federal. Caiu sobre a cabeça de Wagner um pedaço da marquise da Arena Fonte Nova.
O ex-governador baiano ainda resistia à ideia de se tornar candidato ao Planalto. Dizia-se que ele preferia disputar o Senado. A notícia de que Wagner é investigado sob a acuação de receber R$ 82 milhões em propinas e caixa dois da Odebrecht e da OAS pode ser uma razão mais palpável para evitar a exposição em vitrine nacional. Às voltas com a inelegibilidade de Lula e com a súbita crise de um Plano B que resistia em assumir, o PT limitou-se a ligar o automático, apertando novamente o botão da “perseguição política.”
''A invasão da residência do ex-governador Jaques Wagner por agentes da Polícia Federal, na manhã de hoje (26) é mais um episódio da campanha de perseguição contra o Partido dos Trabalhadores e suas principais lideranças”, escreveu em nota oficial a ré Gleisi Hoffmann, presidente da legenda. “A sociedade brasileira está cada vez mais consciente de que setores do sistema judicial abusam da autoridade para tentar criminalizar o PT e até os advogados que defendem nossas lideranças e denunciam a politização do Judiciário.”
Impossível discordar de Gleisi. A sociedade recebe que a Lava Jato está criminalizando não apenas o PT, mas a política. De operação em operação, os agentes do Estado encrencam criminosos que transformaram articulações políticas em trampolim para alcançar os cofres da República. Mas quem criminalizou o PT foram os criminosos do partido —alguns —como Lula, José Dirceu e João Vaccari— já foram inclusive condenados.
O cúpula do PT já tinha feito escala na cadeia após o julgamento do mensalão.  O partido melecou-se novamente porque quis. Precisa buscar agora um Plano C. Fernando Haddad pode ser uma opção. Contudo, se não virar o disco da perseguição política, a legenda arrisca-se a percorrer todo o alfabeto, até chegar ao Plano Z.
Josias de Souza

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