Empreiteiras, BNDES, o então Ministro Fernando Pimentel e o ex-presidente do Uruguai, o tupamaro comunista Pepe Mujica: tudo junto e misturado. |
A
Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira a 10ª fase da Operação
Acrônimo, que investiga o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel
(PT), por suspeita de corrupção. Desta vez, os policiais fazem quatro
ações de busca e apreensão por documentos, três em empresas de Minas
Gerais e uma no Rio de Janeiro. Uma das empresas é a construtora Egesa.
As
ordens foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O
órgão determinou sigilo das investigações. O governador é acusado de se
beneficiar de um esquema de corrupção a partir de empresas que mantinham
contratos com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) e com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
(MDIC), no qual ele foi titular durante o governo da ex-presidente Dilma
Rousseff.
Até
então amigo do Pimentel, o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira
Neto, o Bené, fechou acordo de delação premiada para reduzir suas
punições. Um dos episódios contados por ele dá conta que o governador
“explicou ao colaborador que havia intermediado um interesse da OAS na
construção de um gasoduto no Uruguai”, na gestão do então presidente
daquele país Pepe Mujica.
Segundo
Bené, a OAS se comprometeu a doar R$ 3 milhões para a campanha do
governador em 2014, em depoimento em 12 de maio. O então ministro do
Desenvolvimento, Fernando Pimentel, “informou que tinha contatos com o
então chefe da Casa Civil do (ex-)presidente (do Uruguai Pepe) Mujica, o
que viabilizou a contratação da OAS para construção do gasoduto”.
Em 23 de setembro, a Polícia Federal deflagrou a 9ª fase da Acrônimo,
quando foi cumprir ordem de condução coercitiva contra o chefe da Casa
Civil do governo mineiro, Marco Antônio Rezende Teixeira, executivos da
empreiteira OAS, e ações de busca na MOP Consultoria e Assessoria
Empresarial, ligada a Rezende, e na OPR, de Otílio Prado, que foi sócio
de Pimentel quando a firma chamava-se P21 Consultoria. O presidente da
estatal informática do governo de Minas (Prodemge), Paulo de Moura
Ramos, foi alvo de condução coercitiva e busca e apreensão
O OUTRO LADO...
O
advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, tem criticado as ações da
polícia. Hoje, ele disse apenas que desconhecia os mandados da PF na
Acrônimo. “Essa operação já se esgotou”, disse ele ao jornal em 23 de
setembro. “O que resta é o gosto pelos holofotes e a busca desesperada
de provas que não existem. E de fatos que as autoridades tiveram notícia
desde o ano de 2014. Não existe nem nova fase na Acrônimo. O único fato
verdadeiro é que a operação agoniza lentamente, diante das inúmeras
ilegalidades e abusos praticados desde o seu início.”
A
assessoria da Polícia Federal disse que uma ordem judicial a impede de
prestar informações. A assessoria do STJ ainda não prestou
esclarecimentos ao Estado de Minas. Do site Estado de Minas
DO A.AMORIM
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