segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Ganho no topo é 4 vezes maior que o da iniciativa privada

A chamada “elite do funcionalismo público”, carreiras com supersalários na máquina estatal, não apenas ganha mais do que outras categorias do funcionalismo público com formação semelhante. Ela também recebe bem mais que funções com formação correlata na iniciativa privada.
Essa é outra conclusão do levantamento realizado pelo economista José Roberto Afonso, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), com base em dados das declarações de imposto de renda, divulgados pela Receita Federal.
Em sexto lugar no ranking das dez categorias mais bem remuneradas no País está o advogado do setor público, como o procurador de Fazenda. A função tem rendimento médio anual na casa de R$ 284 mil. Isso quer dizer que o ganho dessa carreira é praticamente o dobro do declarado por advogados do setor privado, cujo rendimento médio anual é de R$ 143 mil.
Comparados aos ganhos dos integrantes do Ministério Público, que também têm formação em Direto e recebem quase R$ 530 mil, e dos juízes, que ganham R$ 512 mil, o rendimento para atividades com formação similar chega a ser quatro vezes maior no setor público.
“Não surpreende que membros dos poderes ditos independentes aparecem entre os profissionais brasileiros mais bem remunerados, porém, pode surpreender um pouco a enorme distância que eles guardam contra os demais servidores públicos e profissionais do setor privado: em outras economias não devem aparecer diferenciais tão expressivos”, diz.
Em sétimo lugar estão os servidores de carreira do Banco Central, da Comissão de Valores Mobiliários e da Superintendência de Seguros Privados, com rendimento de praticamente R$ 270 mil, na média, por ano. O servidor das carreiras de auditoria fiscal e de fiscalização está em oitavo lugar, com rendimento médio anual de R$ 265 mil.
As duas categorias estão seis posições e cerca de R$ 100 mil à frente da próxima atividade pública listada no ranking: o servidor de carreira do Poder Legislativo, que recebe, em média, por ano, cerca de R$ 165 mil, e aparece como 14.ª atividade mais bem remunerada entre as declaradas no imposto de renda.
O próximo da lista com atividade pública, na 18.ª posição, é o professor universitário. Tem ganho médio anual de R$ 157 mil – quase um terço do salário médio de um juiz, mas 81% a mais que a média entre os brasileiros que declaram renda. / A.S. DO ESTADÃO

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