O sr. Kleber Mendonça Filho tem o direito de dizer o que bem entender, mas nós não temos de financiar suas opiniões
Vamos botar um pouco de ordem na bagunça e ver como as coisas funcionam num regime democrático.
O senhor
Kleber Mendonça Filho dirigiu um filme chamado “Aquarius”, que foi
exibido no Festival de Cannes, na França. Garantidos os holofotes, este
senhor e parte do elenco resolveram exibir pequenos cartazes em inglês e
francês anunciando ao mundo uma mentira: o Brasil teria sofrido um
golpe de estado e já não seria uma democracia.
Como vocês leram num post publicado
aqui, Kleber exerce um cargo de confiança numa entidade federal, a
Fundação Joaquim Nabuco, onde é coordenador de Cinema.
Entendo. Seu
filme foi feito com dinheiro do BNDES, um banco público federal, e da
Secretaria de Cultura de Pernambuco. A ida do valente a Cannes também
foi bancada por um órgão público, a Ancine, por meio de um programa que
apoia a participação em festivais.
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Muito bem.
Até ontem à noite, a assessoria de Mendonça Filho, novo ministro da
Educação e Cultura, afirmou que o MEC ainda não tinha decidido se o
valente continuaria ou não no cargo. O ministro teria dito que Kleber “é
um cidadão brasileiro e tem o direito de se expressar”.
Ora, é claro
que sim! Que se expresse onde quiser e como quiser. O que ele não tem é
o direito de usar dinheiro público para difamar o país no exterior e
para mentir.
A única
coisa razoável a fazer é demiti-lo sumariamente, caso lhe falte, claro!,
a hombridade para pedir demissão. Quem quer ser dono das próprias
opiniões — e com esse desassombro exibido pelo tal Kleber — tem de se
garantir sem a caridade oficial, não é mesmo?
Se ele não
reconhece a democracia como um valor, que vá falar suas bobagens em
outra freguesia. O MEC não tem apenas o direito de demiti-lo; tem é a
obrigação. Em nome do estado democrático e de direito.
As instituições não têm de financiar as opiniões do sr. Kleber quando ele próprio deixa claro que as despreza.
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