Josias de Souza
15.dez.2015
- Movimentação de policiais federais em frente à casa do presidente da
Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Barra da Tijuca, zona oeste
do Rio de Janeiro. A Polícia Federal faz nesta terça-feira (15), por
ordem do STF (Supremo Tribunal Federal), uma operação de busca e
apreensão na casa de Cunha. O deputado é acusado de corrupção e lavagem
de dinheiro pela Procuradoria-Geral da República nas investigações da
Operação Lava Jato VEJA MAIS > Imagem: Fábio Motta/Estadão Conteúdo
Em pleno Dia da Mentira, a Lava Jato deflagrou
uma operação que devolve à cena verdades que o petismo havia enterrado
em covas rasas. Num instante em que Lula molha a camisa para tentar
salvar a própria pele e o futuro do governo Dilma, a “República de
Curitiba” emite um aviso incômodo: atenção, o passado não passou.
O juiz Sérgio Moro mandou prender neste 1º de abril Silvinho Pereira, ex-secretário-geral do PT, e Ronan Maria Pinto, empresário do ABC Paulista. O primeiro personagem evoca o escândalo do mensalão. O segundo iça à superfície o caso do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel.
Ronan é acusado de chatagear Lula e outros dirigentes petistas para silenciar sobre segredos que poderiam desvendar a morte de Celso Daniel. Silvinho é apontado como cúmplice da montagem da transação financeira que resultou na compra do silêncio do empresário por R$ 6 milhões.
A extorsão foi revelada em depoimento de Marcos Valério, condenado a 40 anos de cadeia no mensalão. Ele abriu o bico para a Procuradoria da República, em 2012. E a grana que remunerou o biombo foi surrupiada da Petrobras, contou à força-tarefa da Lava Jato o pecuarista José Carlos Bumlai, em novembro do ano passado.
Amigão de Lula, Bumlai disse ter repassado para o Partido dos Trabalhadores R$ 12 milhões de um pseudo-empréstimo que contraiu em 2004 no Banco Schahin. Metade da bolada foi para Ronan. A dívida jamais foi liquidada. E o Grupo Schahin foi brindado com um contrato de R$ 1,6 bilhão na Petrobras.
Súbito, surgem entrelaçados num mesmo inquérito os três grandes escândalos da era petista: o assassinato de Celso Daniel, o mensalão e o petrolão. Além de Silvinho e Ronan, voltou ao noticiário o ex-gestor das arcas petistas Delúbio Soares, conduzido sob vara pela Polícia Federal para prestar depoimento.
Até bem pouco, Dilma Rousseff fazia cara de paisagem para as operações da Lava Jato. Dizia não respeitar delatores e fingia que não era com ela. Já não pode adotar o mesmo comportamento. Hoje, a presidente guerreia para enfiar Lula na Casa Civil do Planalto. E terceirizou ao padrinho político o arrastão fisiológico anti-impeachment.
Sob holofotes, o PT mobiliza artistas, o sindicalismo da CUT e a militância dos movimentos sociais. Nos subterrâneos, ouve-se o barulhinho do tilintar de cargos e verbas manuseados por Lula para cavar votos contra o impeachment no PP, com 34 implicados no petrolão, e no PR, feudo cartorial do mensaleiro Valdemar Costa Neto.
A nova fase da Lava Jato foi batizada de Carbono 14, uma alusão à técnica utilizada para situar no tempo os achados arqueológicos. A exumação do passado que não passa para o PT produz um odor lancinante. Mas Lula, Dilma e o partido parecem não ligar. Eles já se ocupam dos detritos que serão investigados no futuro. É como se desejassem criar no Brasil uma Lava Jato eterna.
O juiz Sérgio Moro mandou prender neste 1º de abril Silvinho Pereira, ex-secretário-geral do PT, e Ronan Maria Pinto, empresário do ABC Paulista. O primeiro personagem evoca o escândalo do mensalão. O segundo iça à superfície o caso do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel.
Ronan é acusado de chatagear Lula e outros dirigentes petistas para silenciar sobre segredos que poderiam desvendar a morte de Celso Daniel. Silvinho é apontado como cúmplice da montagem da transação financeira que resultou na compra do silêncio do empresário por R$ 6 milhões.
A extorsão foi revelada em depoimento de Marcos Valério, condenado a 40 anos de cadeia no mensalão. Ele abriu o bico para a Procuradoria da República, em 2012. E a grana que remunerou o biombo foi surrupiada da Petrobras, contou à força-tarefa da Lava Jato o pecuarista José Carlos Bumlai, em novembro do ano passado.
Amigão de Lula, Bumlai disse ter repassado para o Partido dos Trabalhadores R$ 12 milhões de um pseudo-empréstimo que contraiu em 2004 no Banco Schahin. Metade da bolada foi para Ronan. A dívida jamais foi liquidada. E o Grupo Schahin foi brindado com um contrato de R$ 1,6 bilhão na Petrobras.
Súbito, surgem entrelaçados num mesmo inquérito os três grandes escândalos da era petista: o assassinato de Celso Daniel, o mensalão e o petrolão. Além de Silvinho e Ronan, voltou ao noticiário o ex-gestor das arcas petistas Delúbio Soares, conduzido sob vara pela Polícia Federal para prestar depoimento.
Até bem pouco, Dilma Rousseff fazia cara de paisagem para as operações da Lava Jato. Dizia não respeitar delatores e fingia que não era com ela. Já não pode adotar o mesmo comportamento. Hoje, a presidente guerreia para enfiar Lula na Casa Civil do Planalto. E terceirizou ao padrinho político o arrastão fisiológico anti-impeachment.
Sob holofotes, o PT mobiliza artistas, o sindicalismo da CUT e a militância dos movimentos sociais. Nos subterrâneos, ouve-se o barulhinho do tilintar de cargos e verbas manuseados por Lula para cavar votos contra o impeachment no PP, com 34 implicados no petrolão, e no PR, feudo cartorial do mensaleiro Valdemar Costa Neto.
A nova fase da Lava Jato foi batizada de Carbono 14, uma alusão à técnica utilizada para situar no tempo os achados arqueológicos. A exumação do passado que não passa para o PT produz um odor lancinante. Mas Lula, Dilma e o partido parecem não ligar. Eles já se ocupam dos detritos que serão investigados no futuro. É como se desejassem criar no Brasil uma Lava Jato eterna.
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