Militante histórico e secretário-geral do PSB,
Carlos Siqueira deixa, furioso, a coordenação nacional da campanha da
legenda; "Pela maneira grosseira como ela me tratou", disse,
justificando a atitude; segundo Siqueira, a substituta de Eduardo Campos
foi "muito deselegante" com ele na reunião de ontem; "Se ela comete uma
deselegância no dia em que está sendo anunciada candidata, imagine no
resto. Com ela não quero conversa", rebateu; "Não estou e não estarei em
hipótese alguma na campanha desta senhora", acrescentou; deputado
Walter Feldman, homem de confiança da ex-senadora, assume a coordenação;
Marina Silva vai impondo estilo sobre o presidente da sigla, Roberto
Amaral
Siqueira contou que a nova candidata, que era vice de Campos, o tratou de maneira "muito deselegante" na reunião ocorrida entre lideranças do partido nesta quarta-feira 20. Ele não deu detalhes, mas segundo a Folha, Marina teria dito a Siqueira que ele não precisaria mais se preocupar com a coordenação do projeto político. Na avaliação de Siqueira, se ela "comete uma deselegância no dia em que está sendo anunciada candidata, imagine no resto". "Com ela não quero conversa", ressaltou.
"Eu havia anunciado que minha função estava encerrada com a morte do meu amigo. Na reunião ela foi muito deselegante comigo. Eu disse que não aceitaria aquilo e afirmei: 'a senhora está cortada das minhas relações pessoais' ", disse Siqueira. "Não houve engano nenhum. Não estou e não estarei em hipótese alguma na campanha desta senhora", acrescentou.
A saída do coordenador da campanha é um sinal de como será espinhosa a relação entre a ex-senadora e militantes pessebistas e mostra o quão era limitada a Eduardo Campos, ex-presidente do partido e morto num trágico acidente aéreo na semana passada, a aliança com a líder da Rede. "Perdemos a eleição hoje", disse ontem um auxiliar do PSB, logo após Marina ser oficializada candidata, segundo relato do jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília (leia aqui).
O PSL, que fazia parte da coligação da campanha de Campos, também já anunciou sua saída depois da oficialização do nome de Marina. O partido, presidido por Luciano Bivar, anunciou que está liberando seus diretórios para apoiarem os candidatos que julgarem melhor. Em Pernambuco, o deputado federal Mendonça Filho, líder do DEM na Câmara, também mandou o recado de que não estará mais no palanque da ex-senadora.
DO 247
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