sexta-feira, 11 de abril de 2014

PF faz busca na sede da Petrobras na segunda fase da Operação Lava Jato


No total, estão sendo cumpridos 23 mandados da Justiça Federal em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Macaé e Niterói
Agentes procuram novas provas de sociedade entre o doleiro Youssef e ex-diretor da Petrobras
Duas pessoas tiveram prisão temporária decretada e outras seis foram levadas a depor em condução coercitiva
Adriana Mendes, Cleide Carvalho,
Tatiana Farah
e Ramona Ordoñez
O Globo
O site da empresa Ecoglobal Ambiental, com sede em Macaé (RJ) Reprodução/Internet

BRASÍLIA e SÃO PAULO - A Polícia Federal está na sede da Petrobras, no Centro do Rio, cumprindo mandado de busca e apreensão de documentos na segunda etapa da Operação Lava-Jato. A operação tem como objetivo reunir novas provas contra Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, que seria sócio do doleiro Alberto Youssef na empresa Ecoglobal Ambiental, com sede em Macaé, no Norte Fluminense.
No total, estão sendo cumpridos nesta sexta-feira 23 mandados expedidos pela Justiça Federal: dois de prisão temporária, seis de condução coercitiva e 15 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo (SP), Campinas (SP), Rio de Janeiro (RJ), Macaé (RJ) e Niterói (RJ).
Entre os quatro conduzidos a depor está, de acordo com as investigações, um pessoa que atuaria como laranja do doleiro e do ex-diretor da Petrobras no comando da Ecoglobal.
A Ecoglobal fechou dois contratos com a Petrobrás, no total de R$ 14,3 milhões, nos anos de 2010 e 2011. Os dois foram firmados sem licitação, na modalidade de carta convite ou convite. O primeiro, no valor de R$ 9,524 milhões, com vigência entre abril de 2009 e agosto de 2011, foi para serviços de recuperação de efluentes. O segundo, assinado em janeiro de 2010 com validade até fevereiro de 2011, foi de R$ 4,795 milhões.
Os documentos apreendidos pela PF devem ajudar ainda na investigação de outros negócios de Youssef, ligados à Labogen, empresa que chegou a fechar contrato com o Ministério da Saúde. Segundo a PF, o objetivo é buscar documentos que auxiliem os trabalhos da investigação.
"O material contribuirá para os relatórios finais dos inquéritos em andamento", diz nota da PF.
A investigação do esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas envolve quatro doleiros, que teriam movimentado de forma atípica aproximadamente R$ 10 bilhões nos últimos anos, conforme cálculos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), uma das bases da chamada da investigação.pela PF, a operação prendeu 24 pessoas acusadas de participar do esquema oriundos de desvio de dinheiro público, tráfico de drogas e contrabando de pedras preciosas. Um dos presos é Enivaldo Quadrado, ex-sócio da corretora Bônus-Banval, já condenado por envolvimento no escândalo do mensalão a cumprir penas alternativas. Quadrado foi preso em Assis, no interior de São Paulo.
A Operação Lava-Jato é consequência da prisão do empresário André Santos, em dezembro de 2013, com US$ 289 mil e R$ 13.950 escondido nas meias. Santos é réu em ação na qual é acusado de fazer parte do braço financeiro de uma quadrilha de libaneses especializada em contrabandear produtos do Paraguai, operando um esquema de lavagem. Entre os presos está o doleiro Alberto Youssef, de Londrina, que foi detido em um hotel no Maranhão. Youssef foi sócio do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Segundo a PF, o hotel Blue Tree, em Londrina, que pertence ao doleiro, foi sequestrado pela Justiça. O estabelecimento continua funcionando normalmente.
Na primeira etapa, 400 policiais foram destacados para cumprir as prisões e também 81 mandados de busca e apreensão em 17 cidades, em seis estados: Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Rio, além do Distrito Federal. Entre os bens apreendidos, estava um cofre repleto de cédulas de reais e dólares.

Ecoglobal diz que venceu licitações

Em nota, a Ecoglobal afirma "que possui contratos firmados com a Petróleo Brasileiro S/A - PETROBRÁS desde 2006, sendo que todos os instrumentos contratuais foram vencidos em processos licitatórios".
A empresa também diz que as informações sobre os procedimentos estão disponíveis para quem se "interessar".
"Finalmente informa que jamais seus proprietários e ou seus executivos tiveram qualquer tipo de ligação ou mesmo contato com os Srs Youssef e ou Paulo Roberto da Costa sendo portanto infundadas qualquer noticia que ligue a Ecoglobal a estes senhores".DO R.DEMOCRATICA
 
11/04/14  

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