O que se passa hoje em nossa sociedade, no que respeita à corrupção no aparelho estatal envolvendo personalidades situadas em seus altos postos, como Ministérios, nos remete a muitas indagações e perplexidades. Uma delas seria a aparente ineficiência do aparelho de informações governamental que falharia, sistematicamente, em informar à Presidência tudo aquilo que deveria saber, para impedir que o governo central fosse, continuamente, impactado por denúncias que acabam se revelando suficientemente consistentes para derrubarem 16% de seus ministros em menos de um ano.
Há uma flagrante falha, seja na emissão ou recepção de informações relativas à conduta ética dos envolvidos. Nos deixa curiosos ainda perceber que órgãos da imprensa, em suas reportagens investigativas, se revelarem mais competentes e efetivos em bem servir à sociedade, quando trazem ao público os fatos comprometedores, do que toda a aparelhagem estatal de informação.
Mas é uma cadeia de curiosidades que se desenrola, leitor.
Após a queda dos ilustres personagens do redil estatal, evidentemente por não bem se livrarem do que lhes foi imputado, eles não perdem a pose e nem o prestígio em seus partidos políticos. Lembram-se quantos foram demitidos de seus cargos no aparelho do Estado, Empresas Estatais e até Partido, sem que se veja alguém punido ou devolvendo recursos? Então, por que foram demitidos?
O homem pego com dólares na cueca não é hoje deputado da base aliada? O tesoureiro de partido, figura chave no Mensalão, não afirma em palestras que “tudo só foi boato (sic)”? Intrigante também é a tentativa de, sistematicamente, os cabeças que rolam e seus grupos ousarem colocar a imprensa como a fonte da maldade, justamente a imprensa que, graças aos céus, coloca a nu as falcatruas?
E não têm ainda “Moral” para levantarem ainda projetos de “controle social da mídia”? Neste ponto, se não é, parece “samba do crioulo doido”, onde a malufação se vê ultrapassada pelo delubismo. O primeiro, parece que mais baseado nas falhas de caráter do sujeito que, com suas peripécias sonantes, deu origem ao termo. Já o delubismo, com sua face de gelo, pode ter outra explicação fora das características de personalidade destes neo-malufantes, isto é, os delubantes.
Quem tem alguma noção de teoria política sabe do que aqui tentamos compartilhar com o leitor: trata-se da ideologia que, praticamente, substitui o caráter daquele que se deixa, por ela, impregnar. Refiro-me, leitor, ao ideologismo totalitário do século passado, quando se apresentaram nas versões nazi-fascista e comunista. Hoje circula entre nós a versão marxista-leninista, mantendo suas características básicas: dissimulação quando convém e onipotência quando pode.
Dissimulação quando, na oposição, propunha um “novo” modo de governar, impregnado de moralidade. Onipotência quando, no poder, se colocando acima do bem e do mal, têm dado mais vida ao que existe de pior na “democracia burguesa”, para manterem-se no poder e mais desmoralizá-la, pois não perdem de vista seu objetivo originário: liquidação da propriedade privada que, para eles, seria o pecado original da humanidade.
Quem conhece sabe a marca fundamental dessa ideologia, leitor, que é a onipotência vinda da crença de que ela representa a “marcha da história” e quem não a aceita ou a ela se opõe seria “contra a humanidade”, sendo “lixo da história”. Como tal, pode ser varrido por quaisquer armas que sejam: corrupção, mentira, negação da realidade, malufismo, delubismo, terror, mensalões, etc, etc.
Isso posto, leitor, quero lembrar que não há como compreender uma parte, sem percebê-la no todo do qual, de verdade, faz parte. Assim é em nosso momento onde a iniciativa particular mais uma vez salva a lavoura no campo, enquanto a União, sob a direção do atual governo, mantém o conflito indígena, com o objetivo de impactar a propriedade privada, cumprindo o mandamento primeiro da ideologia marxista, o grande norteador do poder hoje no Brasil. Sim, pois quem tem bilhões para acudir o FMI e Europa, imaginem só, porque não os têm comprar terras para nossos índios, aqui em Sidrolândia, Miranda e a fronteiras? Para manter o conflito? Que brincadeira é essa, Senhora Presidenta?
Valfrido M. Chaves Pantaneiro, Psicanalista
DO UPEC
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