segunda-feira, 4 de julho de 2011

Dilma decidiu censurar o pecador, mas abrigar o pecado. É uma opção desastrosa!

Uma das boas máximas do cristianismo é  combater o pecado, mas não o pecador; é censurar o vício, mas abrigar aquele que se deixou seduzir pelo diabo… Mas há uma condição: é necessário que ele não peque mais - se não for assim, o perdão se torna um fator de corrupção moral. Dito isso, leiam o que informa Luciana Marques na VEJA Online. Volto em seguida:
A presidente Dilma Rousseff sinalizou nesta segunda-feira que manterá no cargo o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, apesar dos casos de corrupção na pasta, mostrados na edição de veja desta semana. Dilma se reuniu pela manhã com o ministro em Brasília e mandou o seguinte recado, por meio de nota oficial: “o governo manifesta confiança no ministro, que será responsável pela apuração das denúncias.” No sábado, a presidente afastou quatro integrantes da pasta envolvidos em um esquema de pagamento de propina para caciques do Partido da República (PR) em troca de contratos de obras. Manteve, no entanto, Alfredo Nascimento no cargo, ocupado por ele desde 2004. Dilma exigiu que o ministro apurasse os fatos revelados por VEJA.
Voltei
Dilma é, sim, a chefe dos sacerdotes, mas de uma religião chamada “bem público”, que repudia certas acomodações. Quando a presidente afasta toda a cúpula do Ministério dos Transportes, está combatendo os corruptos - e faz muito bem! Quando mantém o ministro Alfredo Nascimento, com nota pública de apoio, está passando a mão na cabeça da corrupção, ainda que ele seja inocente como as flores. Nesse sentido, faz o contrário do que recomenda a ética cristã: condena apenas os pecadores, mas flerta com o pecado. Quando Dilma põe na rua os larápios, faz uma aposta na moralidade; quando mantém o ministro, pensa apenas na sua base de apoio. Se manter a base de apoio vira o oposto da moralidade, então a presidente está com um grave problema - e o país mais ainda.
Depois daquela desastrada e desastrosa nota do patriota Valdemar da Costa Neto (ver posts abaixo), não há menor dúvida. Ele confessou que o ministério serve principalmente aos interesses do partido; que reuniões entre servidores que deveriam atender ao público são mantidas com quadros partidários para satisfazer os interesses da legenda. Há muito eu não via uma confissão tão descarada de uso da máquina pública em favor de um grupo. No Brasil, o chefe da tropa é Valdemar; no ministério, Nascimento.
Dilma agiu com rapidez ao demitir a cúpula da pasta. E tomou uma decisão lastimável ao manter o ministro. Vamos ver até quando ele se segura no cargo.
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

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