Tentaram caracterizar o juiz Jeronymo Pedro Villas Boas, aquele que cancelou a união civil entre homossexuais em Goiânia, decisão depois tornada sem efeito pelo Tribunal de Justiça, como um ET. Mas não é! O Globo, como vocês verão abaixo, tentou falar com o ele, que não se pronunciou. O filho de Villas Boas deu entrevista. E argumentou com mais precisão do que a maioria dos ministros do Supremo. A razão é simples. O rapaz usava a Constituição em favor de sua tese; os ministros do Supremo usaram o “preconceito do bem”. Leiam.
Por Chico de Gois:
O juiz Jeronymo Pedro Villas Boas, que anulou a união civil selada por um casal homossexual em Goiânia, é vice-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Religioso, frequenta cultos evangélicos pelo menos duas vezes por semana.
O juiz Jeronymo Pedro Villas Boas, que anulou a união civil selada por um casal homossexual em Goiânia, é vice-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Religioso, frequenta cultos evangélicos pelo menos duas vezes por semana.
Magistrados, promotores e funcionários ainda estão perplexos com a atitude do juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública Municipal e de Registros Públicos. Além de afrontar o Supremo Tribunal Federal (STF) ao cancelar uma união homoafetiva, o magistrado também bateu de frente com a corregedora-geral de Justiça de Goiás, Beatriz Figueiredo Franco, ao desobedecê-la.
Villas Boas, contam funcionários, é juiz de poucas palavras. Poucos sabem de sua vida - nem mesmo o currículo sobre sua caarreira ele entregou à assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, como fizeram os colegas.Nesta terça-feira, a reportagem do GLOBO telefonou para a casa do magistrado e conversou com o seu filho, Pedro. Ao comentar a polêmica decisão do pai, o rapaz afirmou que foi uma atitude corajosa. Repetindo as palavras do juiz, que tem como exemplo, afirma que o pai apenas obedeceu à Constituição:
“Foi uma decisão muito corajosa, mostrou o perfil de um juiz corajoso, que, contra a pressão de uma minoria, obedeceu à Constituição. Ele mesmo estava falando que não queria dar entrevistas porque não queria se expor, que o que ele fez foi simplesmente obedecer ao que a Magna Carta manda, e que o Supremo não tem autoridade para legislar”, afirmou o rapaz contando também que a família é religiosa e vai à igreja às terças-feiras e aos domingos.
O presidente da AMB, Nelson Calandra, defendeu o direito que o juiz tem de se manifestar. Segundo ele, a sentença do colega foi fundamentada e por isso não merece censura:
“O juiz não pode ter sua liberdade de decidir escravizada. Existe uma coisa que se chama independência do juiz. A desembargadora está, no meu ponto de vista, equivocada. Juiz nenhum pode ser censurado ou processado por uma deliberação fundamentada. Quem viveu em tempos de autoritarismo sabe quanto vale a liberdade. Eu atesto que não é nada bom viver em regimes autoritários”, disse Calandra, que não poupou elogios ao colega: “É profissional extremamente sério, estudiosíssimo e altamente trabalhador.” Aqui
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