Certas coisas são tão evidentes que só um cego olharia duas vezes. No ano passado, foram tantas as evidências de malfeitos praticados por ONGs no Ministério dos Esportes que Dilma Rousseff mandou ao olho da rua o ministro da época, Orlando Silva (PCdoB). A providência retirou a pasta das manchetes. Porém…
Surge agora uma novidade que indica que a limpeza não chegou aos armários do ministério. Subcontratado pelo Instituto Contato, entidade ligada ao PCdoB, o micro-empresário catarinense João Batista Machado, dono da JJ Logística Empresarial Ltda., contou ao repórter Fernando Junqueira: desviaram-se 90% das verbas de dois convênios firmados com o Ministério dos Esportes em 2009 e 2010, sob Lula.
A coisa envolvia o fornecimento de lanches para crianças atendidas pelo programa Segundo Tempo. Sediada em Tanguá, região metropolitana do Rio, a firma de João Batista deveria fornecer os lanches que alimentariam a criançada durante atividades esportivas em períodos complementares ao horário da escola.
O ministério liberou R$ 4,65 milhões. Desse total, diz João Batista, apenas R$ 498 mil foram usados na aquisição de alimentos. Malversaram-se os outros R$ 4,15 milhões. “Era tudo roubo. Vi maços de dinheiro serem distribuídos”, relata o dono da JJ Logística. Beneficiaram-se dos desvios políticos de Brasília, de Santa Catarina e do Rio. Os nomes? O denunciante não revelou.
Candidato a vereador em São Paulo, o ex-ministro Orlando Silva não foi eleito. Obteve uma suplência. O Instituto Contato negou as acusações do seu contratado. Hoje gerido por Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o Ministério dos Transportes rescindiu os convênios e informou que vai investigar a nova denúncia.
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