Ai,
ai, ai… A presidente Dilma Rousseff já começou a receber as indicações
da companheirada para preencher a nova vaga no Supremo Tribunal Federal,
que se abre com a aposentadoria compulsória do ministro Ayres Britto,
que faz 70 anos no dia 18 de novembro. Vai sair sem que se tenha
concluído a dosimetria das penas dos condenados. A falta de método levou
à confusão. Mas cuido disso em outro post, ao tratar da mais nova onda
influente no noticiário: crimes em cascata, agora, viraram mera
“continuidade delitiva”… Não! Não sou advogado, não sou jurista, não sou
operador do direito. Mas sei ler algumas coisinhas. Aliás, fiquei
especialmente contente ao constatar vários jovens advogados na Livrarias
Curitiba do Shopping Estação, no lançamento de “O País dos Petralhas
II” na capital paranaense. Mas sigo para chegar ao meu título…
O nome do
secretário-executivo da Casa Civil, Beto Vasconcelos, que tem 35 anos,
voltou a circular como uma das alternativas. É mais um daqueles supostos
jovens gênios do direito que aparecem no petismo de vez em quando –
outro é Pedro Abramovay. Não têm obra. Não têm pensamento que possa ser
citado. Não têm contribuição ao direito. Não têm experiência. Mas são
tratados como verdadeiros “Mozarts” das artes jurídicas. Então tá. Cadê
“A Flauta Mágica” ao menos? Tudo indica que Beto Vasconcelos está de
olho em outro cargo – que também está bem acima da sua experiência e
formação –, mas nunca se sabe…
O que
mais me intriga no jornalismo companheiro – sim, refiro-me a amplos
setores da grande imprensa que perderam o medo da felicidade e deixam
seu petismo correr a céu aberto – é omitir que Beto Vasconcelos, ainda
que fosse um gênio, formado ali na estufa da burocracia, é filho de
Gilberto Vasconcelos, que foi companheiro de Dilma nos grupos
terroristas Colina e VAR-Palmares. Aliás, foram presos juntos. O “Beto”
não é uma síncope de Roberto, como se pode pensar. É nome mesmo. Tem a
ver com a juventude dos militantes Dilma e Gilberto. Já chego lá.
A
biografia oficial deste que dizem ser candidato a uma vaga no Supremo, o
topo da carreira jurídica no país, o pináculo do Judiciário, é esta:
Beto Ferreira Martins Vasconcelos é bacharel pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e pós-graduado em Direito Ambiental pela Universidade de São Paulo e em Biossegurança pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atuou como advogado em São Paulo de 2000 a 2003. No governo federal, ocupou os cargos de secretário substituto de Política de Informática e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia (2003-2004), assessor do ministro de Estado da Justiça (2004-2005), subchefe adjunto para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República (2005-2007), secretário-executivo do Conselho Nacional de Biossegurança (2006-julho/2010), subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República e presidente do Centro de Estudos Jurídicos da Presidência (2007-dezembro/2010). Desde janeiro de 2011, é secretário-executivo da Casa Civil da Presidência da República.
Beto Ferreira Martins Vasconcelos é bacharel pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e pós-graduado em Direito Ambiental pela Universidade de São Paulo e em Biossegurança pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atuou como advogado em São Paulo de 2000 a 2003. No governo federal, ocupou os cargos de secretário substituto de Política de Informática e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia (2003-2004), assessor do ministro de Estado da Justiça (2004-2005), subchefe adjunto para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República (2005-2007), secretário-executivo do Conselho Nacional de Biossegurança (2006-julho/2010), subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República e presidente do Centro de Estudos Jurídicos da Presidência (2007-dezembro/2010). Desde janeiro de 2011, é secretário-executivo da Casa Civil da Presidência da República.
Viram só?
Ele tem uma larga experiência! Advogou por menos de quatro anos!!! Aí
fez carreira meteórica no governo federal. O grande salto se deu de mero
secretário substituto de uma pasta a subchefe de Assuntos Jurídicos da
Casa Civil ao tempo em que a titular era a amiga de militância de seu
pai: Dilma Rousseff. Enquanto cuidava de sua ascensão profissional,
certamente teve tempo de estudar a fundo o direito brasileiro, filosofia
do direito, direito comparado, jurisprudência, essas coisas… É o nosso
Cesare Beccaria! Aquele, aos 26, já tinha escrito “Dos Delitos e das
Penas”. O Beto não precisa escrever nem lista de supermercado. É,
literalmente, um fidalgo.
O “Beto”
E por que ele chama “Beto”? No dia 17 de junho, seu pai, Gilberto Vasconcelos, concedeu uma entrevista ao Estado de Minas. Reproduzo trecho:
Gilberto é conterrâneo de Dilma. Na época, ela tinha 22 anos e ele, 23; e ambos militavam no setor estudantil da organização de luta armada Colina, batizada assim em homenagem às montanhas de Minas. Mais tarde, na clandestinidade, os dois se tornariam “amicíssimos” de Carlos Alberto Soares de Freitas, o Beto, de codinome Breno, que chegaria a ser dirigente nacional da VAR-Palmares. “Não há melhor lugar para se esconder do que na praia. Ficávamos eu, ela e o Beto sentados na praia, cantando as músicas da revolução. Um dia chegou o Beto cantando Aquele abraço, do (Gilberto) Gil, que eu nunca tinha ouvido. Dilma cantou junto. Ela gosta de cantar e isso nos unia além das convicções ideológicas”, conta.
Em fevereiro de 1971, Beto seria assassinado com três tiros na Casa da Morte de Petrópolis, no Rio, segundo consta no livro A vida quer é coragem, lançado em janeiro por Ricardo Amaral, conhecido como Batata, ex-assessor de imprensa de Dilma e que trabalhou em BH como repórter do antigo Diário do Comércio. Em homenagem ao amigo de lutas, Gilberto batizou seus filhos de Beto e Breno, nome e codinome do militante morto em combate.
E por que ele chama “Beto”? No dia 17 de junho, seu pai, Gilberto Vasconcelos, concedeu uma entrevista ao Estado de Minas. Reproduzo trecho:
Gilberto é conterrâneo de Dilma. Na época, ela tinha 22 anos e ele, 23; e ambos militavam no setor estudantil da organização de luta armada Colina, batizada assim em homenagem às montanhas de Minas. Mais tarde, na clandestinidade, os dois se tornariam “amicíssimos” de Carlos Alberto Soares de Freitas, o Beto, de codinome Breno, que chegaria a ser dirigente nacional da VAR-Palmares. “Não há melhor lugar para se esconder do que na praia. Ficávamos eu, ela e o Beto sentados na praia, cantando as músicas da revolução. Um dia chegou o Beto cantando Aquele abraço, do (Gilberto) Gil, que eu nunca tinha ouvido. Dilma cantou junto. Ela gosta de cantar e isso nos unia além das convicções ideológicas”, conta.
Em fevereiro de 1971, Beto seria assassinado com três tiros na Casa da Morte de Petrópolis, no Rio, segundo consta no livro A vida quer é coragem, lançado em janeiro por Ricardo Amaral, conhecido como Batata, ex-assessor de imprensa de Dilma e que trabalhou em BH como repórter do antigo Diário do Comércio. Em homenagem ao amigo de lutas, Gilberto batizou seus filhos de Beto e Breno, nome e codinome do militante morto em combate.
Retomo
É isto. O pai de Beto foi companheiro de Dilma nas duas organizações terroristas de que ela participou: o Colina e a VAR-Palmares. As pessoas daquele tempo são muito unidas. Já confessaram orgulho do seu passado e coisa e tal. Por que alguém se orgulharia de ter tentado implementar uma ditadura no país? Isso é lá com eles. O que causa espécie é essa mania de Dilma de confundir a própria história com a história do país.
É isto. O pai de Beto foi companheiro de Dilma nas duas organizações terroristas de que ela participou: o Colina e a VAR-Palmares. As pessoas daquele tempo são muito unidas. Já confessaram orgulho do seu passado e coisa e tal. Por que alguém se orgulharia de ter tentado implementar uma ditadura no país? Isso é lá com eles. O que causa espécie é essa mania de Dilma de confundir a própria história com a história do país.
Leio na
Folha que Beto, na verdade, está de olho em outro cargo – até ele deve
achar absurda a hipótese de que possa ir para o Supremo. Estaria
torcendo para que Luís Inácio Adams vá para a Casa Civil, deixando pra
ele a Advocacia Geral da União. Ainda na Folha: “Adams
apresentou dois nomes à presidente [para o Supremo]: o promotor Paulo
Modesto e o tributarista Heleno Torres, ambos com atuação no Nordeste. A
candidatura de Modesto foi abraçada pelo ministro José Eduardo Cardozo
(Justiça) e pelo jurista Celso Bandeira de Melo. O porém está na sua
passagem pela gestão Fernando Henrique Cardoso, como assessor
ministerial.”
Bem, se o
Cardozo “abraçou” uma candidatura, já há aí uma boca notícia: não será
Cardozo!!!. Sendo como se diz acima, vejam que coisa: Modesto passou
pela gestão FHC!!! Ah, isso o desqualifica… Entendi. Tanto quanto o
petismo e a fidalguia de esquerda qualificam o “Beto” para a Casa Civil,
a AGU e o Supremo, quem sabe a Corte Internacional de Justiça de Haia…
Tenham paciência!
Nenhum comentário:
Postar um comentário