A blogueira cubana Yoani Sánchez foi presa ontem, em companhia de seu marido, o jornalista Reinaldo Escobar. Então vamos ver.
No dia 25,
a presidente Dilma Rousseff fez o discurso de abertura da Assembleia
Geral das Nações Unidas, que cabe tradicionalmente ao Brasil. Foi uma
fala tosca. Boa parte da imprensa brasileira prestou atenção apenas às
suas críticas às escolhas feitas pelos países ricos para enfrentar a
crise. Admoestou os EUA por inundarem o mundo de dólares e a Europa por
ter supostamente escolhido a recessão. O Brasil, claro!, seria o grande
ovo de Colombo — crescendo 1,6% em 2012… Adiante. Eu preferi dar
destaque às tolices que Dilma afirmou sobre política externa. Os textos
estão neste link. Entre as sandices ditas pela soberana, está este trecho asqueroso:
“Por fim, senhor Presidente, quero referir-me a um país-irmão, querido de todos os latino-americanos e caribenhos: Cuba. Cuba tem avançado na atualização de seu modelo econômico. E para seguir em frente nesse caminho, precisa do apoio de parceiros próximos e distantes.
Precisa do apoio de todos. A cooperação para o progresso de Cuba é, no entanto, prejudicada pelo embargo econômico que há décadas golpeia sua população. É mais do que chegada a hora de pôr fim a esse anacronismo, condenado pela imensa maioria dos países das Nações Unidas.”
“Por fim, senhor Presidente, quero referir-me a um país-irmão, querido de todos os latino-americanos e caribenhos: Cuba. Cuba tem avançado na atualização de seu modelo econômico. E para seguir em frente nesse caminho, precisa do apoio de parceiros próximos e distantes.
Precisa do apoio de todos. A cooperação para o progresso de Cuba é, no entanto, prejudicada pelo embargo econômico que há décadas golpeia sua população. É mais do que chegada a hora de pôr fim a esse anacronismo, condenado pela imensa maioria dos países das Nações Unidas.”
Depois
desse discurso, dona Dilma Rousseff se torna moralmente responsável
pelas escolhas políticas daquele “país-irmão”. Afinal, ela não concedia
uma entrevista qualquer. Falava como chefe de estado na abertura da
Assembleia Geral das Nações Unidas.
O Itamaraty, claro!, está calado.
O Itamaraty, claro!, está calado.
Perceberam?
Dilma chama o comunismo falido de Cuba, que mantém o povo debaixo de chicote, de “modelo econômico em evolução”. Num discurso em que exaltou a democracia, resolveu adular uma tirania. Pois bem, os tiranos resolveram agora prender Yoani Sánchez. Neste 2012, houve mais prisões num período de nove meses do que em todo o ano de 2011: mais de mil detenções por razões políticas. Leiam trecho da reportagem do Globo Online.
Dilma chama o comunismo falido de Cuba, que mantém o povo debaixo de chicote, de “modelo econômico em evolução”. Num discurso em que exaltou a democracia, resolveu adular uma tirania. Pois bem, os tiranos resolveram agora prender Yoani Sánchez. Neste 2012, houve mais prisões num período de nove meses do que em todo o ano de 2011: mais de mil detenções por razões políticas. Leiam trecho da reportagem do Globo Online.
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A blogueira dissidente cubana Yoani Sánchez foi presa na quinta-feira à tarde com seu marido, o jornalista Reinaldo Escobar, e um outro blogueiro chamado Agustín Díaz, informaram ativistas nesta sexta-feira, numa medida que despertou preocupação internacional. Os três estavam em um carro a caminho do julgamento do espanhol Ángel Carromero, na cidade de Bayamo. Eles esperavam poder acompanhar a audiência como jornalistas, já que Yoani é colaboradora do jornal espanhol “El País” e Escobar é repórter do “Diário de Cuba”. O espanhol é acusado de ter causado a morte do ativista Oswaldo Payá em um acidente de carro.
A blogueira dissidente cubana Yoani Sánchez foi presa na quinta-feira à tarde com seu marido, o jornalista Reinaldo Escobar, e um outro blogueiro chamado Agustín Díaz, informaram ativistas nesta sexta-feira, numa medida que despertou preocupação internacional. Os três estavam em um carro a caminho do julgamento do espanhol Ángel Carromero, na cidade de Bayamo. Eles esperavam poder acompanhar a audiência como jornalistas, já que Yoani é colaboradora do jornal espanhol “El País” e Escobar é repórter do “Diário de Cuba”. O espanhol é acusado de ter causado a morte do ativista Oswaldo Payá em um acidente de carro.
O jornal
“El País” diz ter confirmado a prisão de Yoani com o filho da blogueira,
Teo. O fotógrafo Orlando Luis Pardo Lazo escreveu no Twitter que Yoani,
o marido e Díaz foram presos por volta das 18h de quinta-feira, mas só
puderam avisar seus parentes às 3h da madrugada. A notícia já corre
pelas redes sociais e foi confirmada pelo opositor Guillermo Fariñas, em
entrevista ao GLOBO. “Não sabemos como Yoani está e nem para onde a
polícia a levou. Para nós, ela está desaparecida. Seu telefone parece
ter sido confiscado, pois não funciona e o governo não deu explicação
alguma sobre a prisão dela”, disse Fariñas. Ela estava a caminho do
julgamento do espanhol Ángel Carromero a trabalho, como correspondente
do jornal “El País” – acrescentou.
A medida
foi condenada pelo Comitê de Proteção aos Jornalistas condenou a prisão e
pediu a libertação imediata dos blogueiros. Em nota, o coordenador do
Programa para Américas do CPJ, Carlos Lauría, afirmou que “a prisão
desses jornalistas indica que o governo cubano continua sua prática de
punição à cobertura independente. O ministro do Exterior da Itália,
Giulio Terzi, por sua vez, foi a primeira autoridade de outro país a se
manifestar sobre o assunto. Terzi disse esperar que “o incidente se
resolva rapidamente com a libertação” de Yoani e de seu marido. “Eu pedi
à nossa embaixada em Havana para acompanhar o assunto de perto. Também
pedimos a Bruxelas que aumente sua supervisão e avalie qualquer
desenvolvimento dentro da questão das atividades de direitos humanos em
Cuba”, disse o chanceler.
Elizardo
Sánchez, porta-voz da Comissão Cubana de Direitos Humanos e
Reconciliação Nacional — organização que registra detenções políticas no
país — acrescentou ao GLOBO que Yoani e Escobar não foram creditados
pelo governo como repórteres que poderiam assistir à audiência de
Carromero. Quando o casal e Díaz chegaram a Bayamo, foram parados por
uma operação policial que tinha como objetivo deter ativistas que
pudessem participar de manifestações relacionadas ao julgamento do
espanhol. Como as autoridades não reconhecem Yoani, Escobar e Díaz como
jornalistas, mas sim como militantes, eles foram presos, conta Sánchez.
“Por volta
das seis horas da tarde de ontem, Yoani, o marido Reinaldo Escobar e o
ativista Agustín Díaz foram detidos na cidade de Bayamo, a cerca de 800
quilômetros de Havana. Yoani e Escobar não estavam credenciados para
participar do julgamento e foram reconhecidos pela polícia, que fazia
uma operação na cidade contra ativistas”, conta Sanchéz. “Outros seis
ativistas locais também foram detidos na operação na cidade”,
acrescentou.
Apesar do
fato de Yoani estar incomunicável, Sanchéz acredita que a detenção da
blogueira e colaboradora do “El País” será temporária. “Acredito que a
prisão de Yoani, Escobar e Díaz seja temporária. As autoridades devem
libertá-los no decorrer desta sexta”, salientou Sanchéz.
O
julgamento de Ángel Carromero deve começar ainda nesta sexta-feira.
Somente alguns repórteres foram autorizados pelo governo a entrar no
tribunal, mas sob a condição de não portar nenhum aparelho de gravação.
Carromero estava dirigindo o carro no momento do acidente que matou o
ativista Oswaldo Payá. O espanhol é acusado de homicídio imprudente. A
promotoria pede pena de sete anos.
Segundo
García Ginarte, jornalista da televisão de Bayamo, Yoani iria acompanhar
o julgamento como “correspondente ilegal” do jornal espanhol “El País”.
Ao anunciar a prisão, Ginarte, um defensor do governo dos Castro,
acusou a dissidente de querer incitar um “show midiático” e de ser
pró-EUA.
Em 9 meses, mais prisões que em todo ano de 2011
Um relatório divulgado pela Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional mostrou um aumento nas prisões por motivações políticas. Nos primeiros nove meses deste ano, foram mil detenções a mais que em 2011 inteiro. Em entrevista ao O GLOBO, por telefone, Elizardo Sánchez lembrou que a visita do Papa Bento 16 e as manifestações que ocorreram na época foram uma das causas para o salto do número, mas reforçou que a principal razão para o aumento da repressão mês a mês é um maior descontentamento da população cubana.
(…)
Um relatório divulgado pela Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional mostrou um aumento nas prisões por motivações políticas. Nos primeiros nove meses deste ano, foram mil detenções a mais que em 2011 inteiro. Em entrevista ao O GLOBO, por telefone, Elizardo Sánchez lembrou que a visita do Papa Bento 16 e as manifestações que ocorreram na época foram uma das causas para o salto do número, mas reforçou que a principal razão para o aumento da repressão mês a mês é um maior descontentamento da população cubana.
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REV VEJA
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