sábado, 30 de junho de 2012

Um texto para pensar.

Sempre discuti aqui que o brasileiro conservador se apresenta em uma quantidade muito maior, na população, que o brasileiro dito esperto, malandro, meio 71, como dizem alguns dos tais "especialistas".
Pois bem.
Acabo de ler dados do Censo de 2010, a cargo do IBGE, que versa sobre crescimento e declínio das religiões pulicado pela VEJA e reproduzido e comentado pelo Tio Rei, lá no cafofo dele.
Não vou me ater aqui sobre as razões da queda ou do crescimento de religões.
Meu foco será outro, o POLÍTICO.
Sempre que um argumento é posto para discussão pode, com seu intento ou fato de razão, gerar algum tipo de discussão e até mesmo de discordâncias.
Faz parte do processo.
No entanto, se não há a defesa do contrário em relação à tese que motivou a discussão sobre determinado argumento, já deixa de ser discussão ou confronto de idéias contrárias, para ficar melhor, e a tese propalada passa então a ser uma meia verdade por não ter sido discutida.
Não sei se estou me fazendo entender.
Explicando melhor.
Se alguém se dispõe a falar sozinho sobre determinado assunto que seja importante para muitas pessoas e ninguém lhe contrapõe argumentos contrários, a tese defendida pelo solitário falador passa então a ganhar contornos de verdade, já que ela não foi discutida.
Na eleição presidencial de 2010 me bati aqui, mesmo antes do inicio do horário eleitoral e, portanto, antes mesmo de saber as estratégias que seriam adotadas por cada candidato, que a "guerra" contra esta quadrilha deveria ser travada no quesito "VALORES MORAIS", visto que a maioria esmagadora dos brasileiros são genuínamente CONSERVADORES.
Um exemplo claro disto veio com a pendenga do ABORTO que, se martelado pelos partidos de oposição ( LEIA-SE O CAGÃO GONZALEZ ), a Vovó Petralha não ganharia as eleições e Homer Simpson não teria perdido a gordura que tinha no começo da disputa eleitoral.
Ao contrário, tentou se vender um Simpson "seguidor", ou ""continuador" do governo petralha do PODEROSO CHEFÃO DO MENSALÃO, querendo fazer crer que ele seria o candidato ideal para dar continuidade à roubalheira patrocinada pelo governo mais corrupto da história democrática de nossa Nação. Santo Deus. Foi assim que a parcela consevadora da população passou a enxergar aquele que ela via como solução para reverberar o desejo CONSERVADOR de mudar o cinismo exposto pelo PINGUÇA.
Naquele momento, a Sininho da Floresta Encantada era a personificação de alguns valores, talvez mais por ser evangélica do que representar determinados anseios políticos, e canalizou uma parcela de eleitores que esperavam CERTO CONSERVADORISMO, principalmente dos candidatos de oposição, já que a situação ( LEIA-SE PARTIDO-QUADRILHA ) está intimamente ligada com valores vermelho-progressista, aos quais o conservadorismo da maioria dos eleitores não concorda.
Digo mais, se ela tivesse tido um pouquinho mais de tempo, isto é, se a reação ao tema aborto tivesse acontecido mais cedo e junto com a cara de paisagem feita pelo PSDB, ela teria chegado, com certeza, ao segundo turno.
Explica-se também, assim, a alta popularidade do Pinguça, já que niguém teve a coragem de pregar-lhe a etiqueta de ladrão como deveria.
ELLes defendem abertamente o aborto, como a própria presidenta defendeu e teve que voltar atrás, mas a maioria da população brasileira, cerca de 78% se dizem radicalmente contra nas pesquisas.
ELLes defendem a liberação das drogas, enquanto mais de 80% da população se dizem contra.
ELLes defendem o homossexualismo até de forma meio mambembe, enquanto 76% da população não admitiriam um filho gay ou sapata.
E aí, temos a explicação de porquê determinadas minorias, bem minoritárias mesmo, conseguem impor seu discurso cretino.
Ora bolas, então por que estão ganhando essa guerra?
NÃO SÃO CONTESTADOS e quando são, tudo é feito de forma medrosa e acanhada.
Assim, eles vão impondo suas pautas ridículas sobre uma maioria que não tem poder de representação COM VOZ ATUANTE, que possa ser claramente ouvida ou que possa  se fazer ouvir, como fazem os defensores dos descalabros acima através de grupelhos com razoável organização. E assim, eLLes vão ganhando a guerra.
Isso ficou claríssimo nesta pesquisa divulgada pelo IBGE.
O crescimento mais relevante entre as religões se deu com a ASSEMBLÉIA DE DEUS. Uma religião que não abriu mão de se atualizar, mas mantendo PRINCÍPIOS CONSERVADORES BASEADOS NA FAMÍLIA.
O ponto da pesquisa que me interssa neste caso, segue abaixo:
Se em 1970 havia 91,8% de brasileiros católicos, em 2010 essa fatia passou para 64,6%. Quem mais cresce são os evangélicos, que, nesses quarenta anos saltaram de 5,2% da população para 22,2%. O aumento desse segmento foi puxado pelos pentecostais, que se disseminaram pelo país na esteira das migrações internas. A população que se deslocou era, sobretudo, de pobres que se instalaram nas periferias das regiões metropolitanas. Nesses locais, os evangélicos construíram igrejas no vácuo da estrutura católica.

"Houve uma mudança na distribuição espacial das pessoas. A Igreja Católica é como um transatlântico, que demora muito para mudar um pouquinho a rota, devido ao tamanho de sua estrutura burocrática. Já os evangélicos são como pequenas embarcações", explica Cesar Romero Jacob, cientista político da PUC-Rio. A analogia apresentada por Jacob se aplica com perfeição à comparação entre o tempo e o custo para se ordenar um padre e o período de formação de um pastor, algo que ocorre em menos de três meses. "Não existe espaço vazio", resume.
Nas periferias, na ausência do estado e da Igreja Católica, os pentecostais atuaram como guias espirituais e como figuras centrais do assistencialismo. "As evangélicas pegaram fieis onde a Igreja Católica não tinha se preparado para arregimentar a nova população, e adaptaram a mensagem para diversos públicos", diz Eustáquio Diniz.
Família
A preservação da família é um dos motivos que, segundo Jacob, serve para explicar o crescimento da Assembleia de Deus no país. De acordo com o censo de 2010, ela é o maior segmento evangélico, com 12 milhões de fiéis, e o segundo maior do Brasil, atrás da Igreja Católica. Em comparação com a igreja Universal do Reino de Deus, por exemplo, que perdeu 228 mil fiéis nos últimos 10 anos e hoje tem 1,8 milhão de arrebanhados, a Assembleia de Deus prega valores morais mais rígidos.

"Nos anos 90, época de expansão da favelização, a mãe não queria a desestruturação da sua família, o que a Assembleia não deixa", explica Jacob, lembrando-se da proibição, por exemplo, de bebidas alcoólicas e de roupas femininas mais insinuantes.
Eis aí:
PRESERVAÇÃO DA FAMÍLIA, DISTÂNCIA DAS DROGAS, RADICALMENTE CONTRA O ABORTO e DISTÂNCIA DO HOMOSSEXUALISMO ( não está dito no censo, mas é defendido pela Assembléia - tenho parentes nela ).
Se na religião a expansão se dá justamente para os que defendem estes valores, na política não seria diferente.
Só que não temos e, além de não termos, aqueles que poderiam representar a parcela conservadora de uma maioria não bem representada políticamente, são pegos praticando os mesmos atos que os outros vagabundos.
Mais uma constatação se verifica então: TALVEZ ESTEJA AÍ O DESINTERESSE CRESCENTE DESTA PARCELA PELA POLÍTICA ou EM VOTAR EM ALGUÉM que não represente o "já que não tem tu, vai tu mesmo"Estamos assistindo todos os dias um processo lento e gradual, mas contínuo, de desmoralização de todas as nossas instituições a ponto de vermos o STF rasgando, diuturnamente, o que reza em nossa magna carta.
Fazem isso como se estivessem no Mac Donald's tomando um suquinho. Ninguém cobra nada.
Pelo contrário, os grupelhos organizados, mesmo que com apenas meia dúzia de vagabundos, conseguem impor sua pauta em detrimento da nossa ou, melhor dizendo, da MAIORIA SILENCIOSA DO POVO BRASILEIRO, e corremos o risco, para exemplificar, de ver os 40 LADRÕES DO MENSALÃO DO LULLA serem inocentados bem debaixo de nossas fuças, enquanto o ladrão de margarinas, apodrece na podridão de uma cadeia.
Este o nosso grande defeito.
O SILÊNCIO.
Um pequeno texto resume com rara perfeição o que defendo aqui:
"Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar..."

Martin Niemöller, 1933

DO GENTE DECENTE

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