No começo de 2008, quando apitou pela primeira vez nas curvas do PAC, o trem-bala custaria R$ 20 bilhões, seria licitado em 2009 e começaria a circular em 2014. Em julho de 2010, escoltado pela candidata Dilma Rousseff, o presidente Lula avisou que o preço havia subido para R$ 33 bilhões e a inauguração fora transferida para 2016.
Foi assim que o trem-bala brasileiro se transformou no primeiro da história que, ainda na fase do edital, ficou 50% mais caro e dois anos mais demorado.
Se um dia ficar pronto, vai custar muito mais tempo e muito mais dinheiro, informou nesta segunda-feira o fiasco do terceiro leilão promovido pelos caçadores de interessados na construção do colosso ferroviário. Não apareceu nenhum. E assim será se o governo não decidir desperdiçar mais R$ 20 bilhões na aventura.
Nos cálculos das empresas sondadas pelo Planalto, a gastança consumirá pelo menos R$ 53 bilhões. Em vez de cair fora da locomotiva condenada ao descarrilamento, Dilma prometeu um quarto leilão até o fim do ano.
Embora não exista sequer em estado embrionário, o filho que provavelmente nem nascerá já tem mãe, berço, babás e tutores desde 5 de maio, quando foi criada a Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade S.A.
Subordinada ao Ministério dos Transportes, a ETAV foi concebida para cuidar exclusivamente do trem fantasma.
Enquanto os vagões não passam, os moradores de Campinas e do Rio de Janeiro poderão visitar escritórios da empresa incorporada aos domínios do PR. Os quadrilheiros indicaram até o homem do cafezinho.
Leia a íntegra em A maquinista precisa descer do trem fantasma e governar
DO BLOG DO AUGUSTO NUNES
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