PAZ AMOR E VIDA NA TERRA
" De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver crescer as injustiças,
De tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus, o homem chega
a desanimar-se da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".
[Ruy Barbosa]
sábado, 5 de dezembro de 2015
Tucanos fecham apoio a Temer e Dilma pede a auxiliares que monitorem PMDB
Senadores José Serra e
Aécio Neves se unem ao governador Geraldo Alckmin em movimento que
trabalha pela substituição da petista; Palácio do Planalto enxerga
vice-presidente ‘conspirando’ para tirar Dilma do cargo e cada vez mais
próximo da oposição
O vice-presidente Michel Temer (PMDB)
conseguiu nos últimos dias algo raro na política brasileira: a união dos
senadores tucanos Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) e do governador de
São Paulo, Geraldo Alckmin, em torno de uma estratégia comum que tem
como objetivo a disputa pela Presidência.
Divididos
desde o início da crise que ameaça o mandato da presidente Dilma
Rousseff, em março deste ano, os três decidiram apoiar – e, em alguns
casos, encorajar – Temer a trabalhar pelo impeachment da petista. O vice-presidente Michel Temer é presidente nacional do PMDB
Até meses atrás, apenas Serra era um entusiasta da ideia de
ver o peemedebista no Planalto. Aécio jogava para tirar Temer e Dilma de
uma só tacada e disputar uma nova eleição. Alckmin queria manter a
presidente no cargo até 2018, quando também termina o mandato dele no
Palácio dos Bandeirantes.
Por conta das movimentações de seu vice, Dilma não esconde a
preocupação com o afastamento cada vez maior dele e pediu aos
articuladores políticos do governo que monitorem o PMDB com lupa. Nos
bastidores, ministros avaliam que Temer flerta com o PSDB para assegurar
sua ascensão ao poder e vai lavar as mãos em relação ao processo de
impeachment.
O vice tem conversado há tempos com os tucanos, movimento
visto no Planalto como “conspiração”. Com o mote da “pacificação
nacional”, porém, Temer circula na oposição e é assíduo interlocutor do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fato que intriga até mesmo
petistas.
A possibilidade de debandada do PMDB começou a inquietar o
governo na sexta-feira, quando o ministro da Aviação Civil, Eliseu
Padilha (PMDB), aliado de Temer, pediu demissão. Desde então, o Planalto
redobrou o cuidado na checagem do índice de fidelidade do principal
partido da coligação, que ganhou sete ministérios há dois meses.
Adversário de Dilma, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), pressiona os ministros como Henrique Eduardo Alves (Turismo) e
Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) a entregar os cargos, mas eles
resistem.
No Palácio dos Bandeirantes, auxiliares do governador de São
Paulo dizem que, dependendo do pêndulo do PMDB e das vozes das ruas, o
impeachment pode evoluir rapidamente. Temer vai se encontrar
publicamente com Alckmin amanhã, na cerimônia de premiação do grupo de
líderes empresariais Lide, presidido por João Doria Jr.
Havia também a expectativa de um encontro reservado entre
Alckmin e Temer neste final de semana. A aproximação com adversários do
governo está se estreitando. Na quarta-feira, por exemplo, horas antes
de Cunha aceitar o pedido de impeachment, Temer, que é presidente do
PMDB, foi anfitrião de um almoço com sete senadores de oposição, no
Palácio do Jaburu.
À mesa foi discutido o afastamento de Dilma. Um senador
observou ali que a presidente não poderia contar nem com Lula e muito
menos com o presidente do PT, Rui Falcão, que orientou os três deputados
do partido no Conselho de Ética a votar contra a anistia a Cunha. A
decisão, com o aval de Lula, foi uma aposta para salvar o PT, desgastado
com os escândalos.
Na prática, parte do PSDB aceita apoiar um eventual governo de
transição comandado por Temer, caso Dilma caia, desde que o vice
garanta não disputar a eleição de 2018. Tucanos dizem, porém, que mesmo
assim não ocupariam cargos porque isso seria um “salto no escuro”. /
COLABOROU ISADORA PERON
“É melhor um fim
trágico do que uma
tragédia sem fim” Jaques Wagner
MINISTRO DA CASA CIVIL, EM DIÁLOGO COM A PRESIDENTE DILMA
O vice-presidente Michel Temer (PMDB) conseguiu nos últimos
dias algo raro na política brasileira: a união dos senadores tucanos
Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) e do governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, em torno de uma estratégia comum que tem como objetivo a
disputa pela Presidência.
Divididos desde o início da crise que ameaça o mandato da
presidente Dilma Rousseff, em março deste ano, os três decidiram apoiar –
e, em alguns casos, encorajar – Temer a trabalhar pelo impeachment da
petista.
Até meses atrás, apenas Serra era um entusiasta da ideia de
ver o peemedebista no Planalto. Aécio jogava para tirar Temer e Dilma de
uma só tacada e disputar uma nova eleição. Alckmin queria manter a
presidente no cargo até 2018, quando também termina o mandato dele no
Palácio dos Bandeirantes.
Por conta das movimentações de seu vice, Dilma não esconde a
preocupação com o afastamento cada vez maior dele e pediu aos
articuladores políticos do governo que monitorem o PMDB com lupa. Nos
bastidores, ministros avaliam que Temer flerta com o PSDB para assegurar
sua ascensão ao poder e vai lavar as mãos em relação ao processo de
impeachment.
O vice tem conversado há tempos com os tucanos, movimento
visto no Planalto como “conspiração”. Com o mote da “pacificação
nacional”, porém, Temer circula na oposição e é assíduo interlocutor do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fato que intriga até mesmo
petistas.
A possibilidade de debandada do PMDB começou a inquietar o
governo na sexta-feira, quando o ministro da Aviação Civil, Eliseu
Padilha (PMDB), aliado de Temer, pediu demissão. Desde então, o Planalto
redobrou o cuidado na checagem do índice de fidelidade do principal
partido da coligação, que ganhou sete ministérios há dois meses.
Adversário de Dilma, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), pressiona os ministros como Henrique Eduardo Alves (Turismo) e
Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) a entregar os cargos, mas eles
resistem.
No Palácio dos Bandeirantes, auxiliares do governador de São
Paulo dizem que, dependendo do pêndulo do PMDB e das vozes das ruas, o
impeachment pode evoluir rapidamente. Temer vai se encontrar
publicamente com Alckmin amanhã, na cerimônia de premiação do grupo de
líderes empresariais Lide, presidido por João Doria Jr.
Havia também a expectativa de um encontro reservado entre
Alckmin e Temer neste final de semana. A aproximação com adversários do
governo está se estreitando. Na quarta-feira, por exemplo, horas antes
de Cunha aceitar o pedido de impeachment, Temer, que é presidente do
PMDB, foi anfitrião de um almoço com sete senadores de oposição, no
Palácio do Jaburu.
À mesa foi discutido o afastamento de Dilma. Um senador
observou ali que a presidente não poderia contar nem com Lula e muito
menos com o presidente do PT, Rui Falcão, que orientou os três deputados
do partido no Conselho de Ética a votar contra a anistia a Cunha. A
decisão, com o aval de Lula, foi uma aposta para salvar o PT, desgastado
com os escândalos.
Na prática, parte do PSDB aceita apoiar um eventual governo de
transição comandado por Temer, caso Dilma caia, desde que o vice
garanta não disputar a eleição de 2018. Tucanos dizem, porém, que mesmo
assim não ocupariam cargos porque isso seria um “salto no escuro”. /
COLABOROU ISADORA PERON
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