segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Raquel Dodge dá 30 dias para saída da atual equipe da Lava Jato na PGR

ÉPOCA teve acesso à minuta da portaria pronta para ser publicada após a posse da nova procuradora-geral da República. Só dois procuradores do atual grupo de trabalho da Lava Jato serão mantidos

AGUIRRE TALENTO
16/09/2017 - 13h20 - Atualizado 18/09/2017 16h07
Raquel Dodge, indicada para o cargo de procuradora-geral da República pelo presidente Michel Temer, durante sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A gestão da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, decidiu dar um prazo de 30 dias para a saída da atual equipe da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República, nomeada por seu antecessor e adversário, Rodrigo Janot.
ÉPOCA teve acesso à minuta da portaria a ser publicada por Raquel após sua posse, na segunda-feira (18). A nova procuradora-geral vai estabelecer que os principais nomes da atual equipe formem um gabinete de transição, com duração de 30 dias, para passar as informações à nova equipe. Nesse grupo temporário, estarão o atual coordenador do grupo de trabalho, o promotor Sergio Bruno, o promotor Wilton Queiroz e os procuradores Fernando Alencar, Melina Montoya e Rodrigo Telles.
>> Conheça a equipe que vai assessorar Raquel Dodge na PGR
A portaria causou desconforto no atual grupo de trabalho da Lava Jato, porque alguns investigadores negociavam a permanência. Raquel Dodge havia anunciado publicamente que todos os integrantes da equipe de Janot estavam convidados a permanecer na Lava Jato. A notícia da portaria foi vista por procuradores como um descumprimento dessa promessa.
Minuta de portaria a ser publicada por Raquel Dodge trocando a equipe da Lava Jato na PGR   (Foto: Reprodução)
Para a nova equipe do grupo de trabalho da Lava Jato, Raquel vai nomear oito procuradores, entre os quais apenas Maria Clara Barros Noleto e Pedro Jorge do Nascimento fazem parte da atual equipe. Os demais serão Hebert Reis Mesquita, José Alfredo de Paula, José Ricardo Teixeira, Luana Vargas Macedo e Raquel Branquinho.
>> Declarações de Raquel sobre recall de delações provocam alvoroço na PGR
A troca de equipe em cargos estratégicos é normal em um processo de mudança do comando da PGR. O novo grupo de trabalho da Lava Jato terá procuradores com reconhecida atuação na área criminal, como José Alfredo e Raquel Branquinho, que atuaram no mensalão, e Hebert Mesquita, que atuou na Operação Zelotes na PR-DF.
A mudança também ocorre em um momento de fortes críticas à atuação da equipe de Janot na delação premiada da JBS, que inclui a suspeita de exploração de prestígio do procurador Marcello Miller, que fazia parte da equipe do procurador-geral da República e passou a advogar para a empresa.
Procurada, a assessoria de imprensa de Raquel Dodge informou que a questão ainda não estava fechada e que a nova procuradora-geral só vai decidir sobre a portaria na segunda-feira à tarde, após sua posse. A assessoria diz ainda que parte dos procuradores do atual grupo de trabalho havia solicitado o desligamento.

Raquel Dodge exclui da Lava Jato procuradores que prometera manter

Entre os afastados está Rodrigo Telles, que liderava as investigações contra o senador José Agripino, aliado do presidente Michel Temer. A nova procuradora-geral nomeou Luciano Maia, primo de Agripino, como seu vice

DIEGO ESCOSTEGUY E MARCELO ROCHA- EPOCA
16/09/2017 - 15h27 - Atualizado 18/09/2017 15h54
A futura Procuradora   Geral da República Dra Raquel Dodge (Foto:  Ailton de Freitas / Agência O Globo)
A nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, quebrou o compromisso público de manter os integrantes do grupo de trabalho da Lava Jato que se dispusessem a permanecer na PGR após a saída de Rodrigo Janot. Em portarias que serão publicadas no começo desta semana, a que ÉPOCA teve acesso, ela exclui da Lava Jato os procuradores Rodrigo Telles e Fernando Antonio de Alencar, dois dos principais investigadores da operação. Ambos já haviam manifestado intenção de ficar, tanto formalmente quanto em contatos informais com o grupo da nova procuradora-geral – e tinham recebido a confirmação de que prosseguiriam nas investigações. Os dois foram surpreendidos com a informação oficiosa, neste sábado (16), de que estão fora da Lava Jato. O procurador José Alfredo de Paula, novo coordenador da Lava Jato na PGR, confirmou a eles que ambos estão excluídos das investigações. Dodge toma posse nesta segunda-feira (18). O presidente Michel Temer prometeu comparecer ao evento.
A exclusão de Telles é especialmente significativa. Além de participar de quase todos os casos da Lava Jato na PGR, o procurador destacou-se por liderar as investigações contra o senador José Agripino, presidente do DEM e aliado de Temer. No ano passado, Telles comandou a investigação que resultou numa denúncia por corrupção passiva contra Agripino. O senador foi acusado de pedir propina de R$ 1 milhão a um empresário que detinha contratos com o governo do Rio Grande do Norte. Entre as provas há áudios que implicam fortemente Agripino, na avaliação dos investigadores. O caso permanece em sigilo, por decisão do ministro Ricardo Lewandowski, que o relata no Supremo.
José Agripino Maia (Foto: Antonio Cruz/ABr)
Incomodado com a atuação de Telles, Agripino pediu a cabeça dele a Janot no começo do ano, segundo o procurador-geral comentou com três interlocutores após o contato do senador. Janot disse ter recusado de pronto o pedido. Recentemente, já escolhida por Temer como substituta de Janot, Raquel Dodge anunciou como seu vice o procurador Luciano Maia, primo de Agripino.
Mesmo com a escolha do primo de Agripino e a alegada pressão do senador junto à PGR, Telles foi informado de que permaneceria no grupo de trabalho da Lava Jato, conforme a promessa pública de Raquel Dodge. Manteve contatos frequentes com três procuradores da turma de Raquel. Na quarta-feira (13), mais uma flechada contra Agripino: ele foi denunciado pela PGR ao Supremo, acusado novamente de corrupção – desta vez, suspeito de receber propina da OAS. Em ambas as denúncias, Agripino é acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em ambas, a participação de Telles foi decisiva.
Até a sexta-feira (15), Telles e Fernando Antonio de Alencar acreditavam que continuariam  na Lava Jato. Souberam que estavam fora em razão do vazamento das portarias com a exclusão deles. Após o vazamento, José Alfredo informou a Telles que “havia resistência” ao nome dele, sem dar detalhes.
Outro lado
Agripino Maia negou que tenha solicitado a substituição de Rodrigo Telles no grupo de trabalho da Lava Jato, seja a Rodrigo Janot ou a sua sucessora, Raquel Dodge. “Nunca pedi. Adiantaria fazer um pedido desse ao procurador Rodrigo Janot? Primeiro de tudo, não tem cabimento. E segundo: ele [Janot] é um homem de convicções. Jamais. Também nunca comentei com a doutora Raquel Dodge sobre procurador algum. Ele [Rodrigo Telles] cumpre as obrigações dele”, afirmou Maia. O parlamentar disse que soube de mudanças na Lava Jato pela reportagem. “Eu estou sendo informado por você da substituição deste procurador. Não fazia ideia.”
O parlamentar também negou participação no processo de escolha de Luciano Maia, seu primo, para a Vice-Procuradoria-Geral da República. “Isso seria me atribuir uma força que eu não teria nunca, fazer qualquer tipo de encaminhamento, sugestão ou de indicação de nome para compor a equipe da futura procuradora. Eu não tenho esse tipo de acesso. Não tive em momento algum oportunidade ou intenção de fazer qualquer tipo de indicação.” E acrescentou: “Luciano [Maia] é meu primo sim, um subprocurador com muitos anos de carreira. Tem o conceito dele e, assim como os demais integrantes da equipe da futura procuradora, foi escolhido por critérios técnicos. Não me consta que ele tenha pedido indicação a alguém. A mim muito menos”.
A assessoria de imprensa de Raquel Dodge informou que a composição do grupo de trabalho da Lava Jato será definida em portaria a ser assinada na segunda-feira (18), dia em que ela assume o comando da Procuradoria-Geral da República. A assessoria afirmou que parte dos procuradores da equipe atual da Lava Jato havia solicitado o desligamento.

Quando Raquel Dodge foi tratada como “sabotadora da Lava Jato”

Um editorial do Estadão de 25 de abril deste ano, tratava Raquel Dodge como sabotadora da Lava Jato. Opinião compartilhada, nessa época longínqua, por este site.
Leiam:
“Quem quiser identificar um foco de sabotagem contra a continuidade das investigações da Operação Lava Jato, que estão sendo conduzidas pela força-tarefa da Procuradoria-Geral da República (PGR), não precisa ir muito longe. Basta olhar para o próprio Ministério Público Federal (MPF)…
Numa proposta que não deixa margem a dúvidas quanto às verdadeiras intenções de sua autora, a subprocuradora-geral da República Raquel Elias Dodge apresentou ao Conselho Superior da instituição um projeto de resolução que obriga o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a ter de mudar a equipe que o assessora no momento em que a Lava Jato se encontra numa de suas fases mais importantes.
A votação da proposta só não foi concluída na sessão de ontem porque Rodrigo Janot pediu vista, quando 7 dos 10 conselheiros já haviam se manifestado a favor da resolução e 1 contra. O procurador-geral alegou que em momento algum foi consultado sobre a resolução e afirmou que, por causa das especificidades técnicas das investigações, não tem como mudar sua equipe. Como só faltam votar dois conselheiros, a aprovação da resolução é uma questão de tempo.
Entre outras inovações, o projeto de resolução limita em 10% o número de procuradores que uma unidade do Ministério Público Federal pode ceder para participar de investigações em outra unidade. Isso atinge o coração da Operação Lava Jato, pois desde sua instalação ela sempre contou com especialistas do MPF vindos de todo o País. Só no caso da Procuradoria Regional do Distrito Federal, por exemplo, 8 dos 29 procuradores federais – cerca de quase 30% – estão atuando nos tribunais superiores em nome da PGR. O órgão é responsável não apenas pelas investigações de quem tem foro privilegiado, como, igualmente, pela formalização dos grandes acordos de delação premiada que envolvem parlamentares e empreiteiras do porte da Odebrecht e da OAS.
No total, há atualmente 41 procuradores federais cedidos à Procuradoria-Geral, dos quais 10 estão trabalhando na Operação Lava Jato. Sua substituição, por causa da resolução que está sendo votada pelo Conselho Superior do MPF, poderá retardar as investigações, pois os novos procuradores que Rodrigo Janot terá de nomear precisarão de tempo para conhecer os processos. E, como o próprio Janot alegou, a PGR não dispõe de especialistas em número suficiente para conduzir as investigações mais complexas. Essa morosidade era tudo o que os advogados dos réus queriam, para tentar fazer com que as ações penais de seus clientes prescrevam.
O projeto de resolução estabelece ainda um prazo máximo de quatro anos para que um procurador federal possa atuar fora de sua unidade de origem. Como a força-tarefa da PGR em Curitiba começou a trabalhar há mais de três anos, isso significa que os membros do MPF a ela cedidos também terão de ser substituídos até o final do ano. Essa é mais uma inovação intempestiva que pode gerar problemas de descontinuidade nas investigações e comprometer a coleta das provas necessárias para fundamentar a proposição de ações penais contra políticos e empreiteiros.
O mais grave é que nem mesmo as entidades de procuradores da República – cujos dirigentes são candidatos ao cargo de Janot, que será substituído em setembro – se opuseram à resolução. “Não há ninguém insubstituível. A Operação Lava Jato é um trabalho de instituição, não um trabalho de apenas alguns colegas, por mais brilhantes que sejam”, disse ao jornal O Globo o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho Cavalcanti.
Fica evidente que, por trás do projeto de resolução apresentado ao Conselho Superior do Ministério Público Federal, há irresistíveis pressões corporativas, pois notáveis personagens desse edificante episódio almejam suceder a Rodrigo Janot, preocupando-se mais com suas aspirações do que com a mais importante investigação que a instituição do Ministério Público já conduziu na história do País.” DO O ANTAGONISTA

PGR envia ao STF delação de marqueteiro do PMDB

 Por Luísa Martins | Valor Getty Images/iStockphoto

 BRASÍLIA - A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o conteúdo da delação premiada do publicitário Renato Pereira - dono da agência Prole, responsável pelas campanhas eleitorais do ex-prefeito Eduardo P
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'DA MÍDIA SEM MORDAÇA' DIVERSAS MATÉRIAS


NO O ANTAGONISTA
Raquel Dodge ignora a Lava Jato
Raquel Dodge, em seu discurso de posse, ignorou a Lava Jato.
Como notou O Globo, a PGR não mencionou uma única vez a maior conquista da história do MPF.
Não surpreende que ela tenha sido tão aplaudida pelos membros da ORCRIM presentes à sala.

Os investigados tomam posse

À mesa da posse de Raquel Dodge, notou o Jota, “só Cármen Lúcia não é investigada. Michel Temer foi denunciado. Eunício Oliveira e Rodrigo Maia são alvos de inquérito”.

A PGR petista

Ângelo Villela, acusado de ter recebido propina da JBS, é homem de Eugênio Aragão, o mais petista dos procuradores da PGR.
Ele disse à Folha de S. Paulo:
Qual a relação que o sr. tinha com o Janot?
De amizade íntima durante um tempo, frequentava a casa dele, tinha como grande amigo. Mas foi se enfraquecendo com o passar do tempo. A partir do rompimento dele com Eugênio Aragão [ex-procurador e ex-ministro da Justiça], fiquei distante porque nutro amizade e carinho enorme por ele [Aragão]. 

A “bruxa” na PGR

Ângelo Villela, preso pela PF, disse à Folha de S. Paulo que Rodrigo Janot se referia a Raquel Dodge como a “bruxa”.
E acrescentou:
“Está no meu celular, que foi apreendido”.

Fatos e versões

Em sua entrevista à Folha de S. Paulo, o procurador Ângelo Villela, acusado de ter recebido propina da JBS, disse que Rodrigo Janot tentou derrubar Michel Temer para impedir a posse de Raquel Dodge.
A luta de Rodrigo Janot para manter seu grupo no comando da PGR é um fato inquestionável.
Mas o que importa, no caso, é outro fato inquestionável: Joesley Batista realmente repassou uma montanha de dinheiro imundo para os operadores de Michel Temer, Lula e Aécio Neves.
Não caia na conversa do procurador preso.

O poder gravitacional de Lula

A Folha de S. Paulo ataca a Lava Jato para tentar salvar Lula. O Estado de S. Paulo ataca a Lava Jato para tentar salvar Michel Temer.
Nesta segunda-feira, os ataques mais rasteiros vieram da Folha de S. Paulo.
A linha do jornal foi resumida por Vinicius Mota:
“A lambança na PGR compõe um quadro mais amplo de desequilíbrios. Permite-se no Brasil que se agreguem delatores indefinidamente a um mesmo tronco de acusações.
O ex-ministro Palocci, enrascado na Lava Jato, curvou-se ao poder gravitacional da ‘narrativa’ da Procuradoria. Contará o que os investigadores querem sobre Lula, mesmo que isso não se enquadre bem no conjunto de evidências de que dispõe.”
A narrativa da Folha de S. Paulo é igual à de Cristiano Zanin e de Carlos Marun.

Sinal verde para Palocci

Os procuradores da Lava Jato deram “sinal verde” para a delação premiada de Antonio Palocci, segundo o Valor.
Leia aqui:
“Depois de ser considerada genérica e de quase ter sido descartada pelos investigadores por ausência de dados de comprovação, a proposta de colaboração do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil nos governos do PT foi completamente reescrita, recebeu novas evidências e obteve o sinal verde da força-tarefa de Curitiba para ter prosseguimento”.

O primeiro acordo de Raquel Dodge

Raquel Dodge deve poupar Michel Temer e a ORCRIM peemedebista.
Nada indica, porém, que ela tenha de poupar também Lula e a ORCRIM petista.
Nos próximos quinze dias, segundo o Valor, o novo Grupo de Trabalho da Lava Jato pretende se reunir com Antonio Palocci, em Curitiba, para tentar costurar um acordo com o futuro delator.

Adeus, Janot

Em sua carta de despedida, Rodrigo Janot disse que o Brasil é governado por “larápios egoístas e escroques ousados”.
É só uma bravata.
A partir de hoje, com a posse de Raquel Dodge, Rodrigo Janot evapora.

O melhor soterramento da Odebrecht

A Odebrecht vendeu sua participação em um megaprojeto argentino de trens subterrâneos, informa a Folha.
A empreiteira “possuía uma fatia de 33% em uma obra para soterrar uma linha de trem para integração da capital Buenos Aires com a região oeste da cidade”.
Depois que a Odebrecht soterrou Lula, não precisa soterrar mais nada.

“Querem acabar com a Lava Jato e deixar todos livres”

O procurador Carlos Fernando Lima, da Lava Jato, comentou no Facebook a nota “Governo quer usar CPI da JBS para mudar regra de delação“, publicada em O Antagonista no sábado:
“Querem acabar com a Lava Jato e deixar todos livres. É preciso impedir este Congresso de dificultar o combate à corrupção. Não se pode esperar nada de bom da atual legislatura, mas que pelo menos não mudem o que está funcionando.”

Mercado aposta na derrota da esquerda

O mercado está convencido de que o risco de a esquerda vencer a eleição presidencial de 2018 está reduzido a zero, segundo Lauro Jardim.
Daí “os seguidos recordes nominais batidos pela Bolsa e a excitação dos executivos financeiros pintando um cenário cor-de-rosa para a economia”.

Janot alivia filho de Dirceu

O Globo informa que Rodrigo Janot pediu o arquivamento de inquérito da Lava Jato aberto para investigar o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), filho do mensaleiro José Dirceu.
Cabe a Edson Fachin referendar o pedido do PGR, como é a praxe.
“Em 2015, o dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, declarou em delação premiada que fez doação de R$ 100 mil ao deputado nas eleições de 2010, a pedido de José Dirceu.
Outros delatores da Lava-Jato também afirmaram que fizeram doações veladas à campanha de Zeca Dirceu.”
NO O GLOBO
Delação de Pedro Corrêa atinge ministro do TCU
Ex-deputado do PP afirma que Aroldo Cedraz foi eleito em troca de apoio a José Janene
Por André de Souza
Segunda-feira, 18/09/2017 4:30 / Atualizado 18/09/2017 7:37
BRASÍLIA — Era 6 dezembro de 2006 e o plenário da Câmara analisava o processo de cassação do então deputado José Janene (PP-PR), um dos envolvidos no escândalo do Mensalão. Para escapar de punição, o parlamentar costurou um acordo que tinha como contrapartida a nomeação do também deputado Aroldo Cedraz (PFL-BA) para uma vaga de ministro no Tribunal de Contas da União (TCU).
Os aliados de um se comprometiam a apoiar o outro. Deu certo. Por maioria simples, Cedraz foi o escolhido pelo plenário da Câmara para integrar o TCU no mesmo dia em que Janene escapou da lâmina. Essa versão da história aparece na delação premiada do ex-deputado Pedro Corrêa, homologada pelo ministro Edson Fachin, relator dos processos da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Corrêa, também envolvido no escândalo do Mensalão, as lideranças partidárias acertaram que seriam cassados apenas os ex-deputados Roberto Jefferson (PTB-RJ) e José Dirceu (PT-SP). Mas nem tudo saiu como combinado, especialmente para Corrêa, que perdeu seu mandato na votação do plenário.
Em depoimento prestado em 26 de abril de 2016, ele contou que, por causa disso, Janene colocou as "barbas de molho" e adiou o processo de cassação apresentando atestados médicos da doença cardíaca que o levaria à morte em 2010.
Com a vaga aberta no TCU, contudo, Janene viu uma oportunidade. "Foi feito um acordo entre as lideranças dos partidos da base aliada para aprovar o nome de Aroldo Cedraz em troca da não cassação do deputado José Janene", diz trecho do termo de depoimento, concluindo: "No caso, o PFL votaria a favor de Janene e os partidos PP, PTB, PL (além de outras siglas menores) votariam pela nomeação de Cedraz". O PFL, atual DEM, não fazia parte da base aliada do governo do ex-presidente Lula, mas os outros partidos, sim.
Em 6 de dezembro de 2006, o acordo foi cumprido. No mesmo dia, houve duas votações. Em uma, Cedraz obteve 172 votos no plenário, mais do que qualquer um dos outros três postulantes à vaga de ministro do TCU. Na outra, apenas 210 deputados, menos que os 257 necessários, votaram pela perda de mandato de Janene. Na época, as cassações ainda eram pelo voto secreto.
Corrêa também citou irregularidades envolvendo Tiago Cedraz, filho de Aroldo. Ele seria um dos operadores do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, do PP, no recolhimento de propina na pasta. Afirmou ainda que Tiago se aproveitou do cargo do pai no TCU. Segundo Corrêa, Aroldo tinha postos de gasolina no Ceará e Bahia, "provavelmente em nome de seu filho", com débitos com a BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras.
A estatal, por sua vez, tinha um processo de seu interesse no TCU. Assim, disse Corrêa, Aroldo "pediu vista do processo e segurou indefinidamente, a fim de que a BR Distribuidora não executasse os postos de gasolina". Segundo o delator, quem lhe disse isso foi o ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró quando os dois ficaram presos.
Os depoimentos de Pedro Corrêa foram tomados em 2016, mas o ministro Teori Zavascki, que era relator da Lava-Jato no STF, devolveu o caso à Procuradoria-Geral da República (PGR) alegando falta de provas. Teori morreu em janeiro e foi substituído por Fachin. Em agosto, o novo relator homologou o acordo. Em 2012, Corrêa foi condenado no Mensalão e depois preso. Na Lava-Jato, já foi condenado a mais de 29 anos de prisão. Hoje, está em prisão domiciliar.
A assessoria do TCU não obteve manifestação de Aroldo Cedraz antes do fechamento da edição. Tiago Cedraz disse que o depoimento de Corrêa é "uma história fantasiosa e risível" e "uma absoluta loucura". Afirmou também que nunca se reuniu com ele nem teve posto de gasolina.
O advogado Carlos Humberto Fauaze Filho, que defende Negromonte, ainda não teve acesso ao depoimento, mas disse não acreditar nas acusações. Segundo ele, "não tem pé nem cabeça" a tentativa de criar uma ligação entre seu cliente e Cedraz.
NO BLOG ALERTA TOTAL
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
Gol na mão grande vale, Raquel Dodge?

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Quem acredita no conto da carochinha de que “as instituições estão funcionando normalmente” no Brasil deveria prestar atenção no antes e depois da posse de Rachel Dodge na chefia da Procuradoria-Geral da República. O flechador Rodrigo Janot deu uma desculpa esfarrapada para não ir ao evento. Alegou que recebeu um convite “muito impessoal”, por e-mail” de Raquel. Mas todo mundo sabe que o motivo real de Janot é não ter de ficar frente a frente com Michel Temer – alvo de suas flechadas e que é o “padrinho” da indicação da Rachel.
Não termos uma transmissão de cargo civilizada na PGR é mais uma prova de que a situação institucional se mostra pra lá de anormal no Brasil dominado pelo Crime Institucionalizado. Lamentável é constatar e ler na mídia fofoqueira que existe uma “briga de grupos” dentro do Ministério Público Federal – que tem um papel fundamental no combate à corrupção sistêmica. Pior ainda é saber que o trabalho da Lava Jato pode ser gravemente prejudicado pela guerrinha interna entre procuradores federais. As “flechas” autofágicas são perigosas, pois podem gerar perseguições, rigor seletivo e, no final das contas, viabilizar a impunidade a corruptos.
Na cúpula dos podres poderes, tem gente pregando, há muito tempo, que a Lava Jato precisa chegar a um final (feliz é difícil...). Por isso, a nova Procuradora-Geral, Rachel Dodge tem logo a primeira missão espinhosa de mostrar, na prática, que o combate à corrupção não vai ceder. Especula-se que isto será demonstrado imediatamente, com um bode expiatório previsível. Os corruptos da petelândia vão apanhar como nunca... Já os corruptos do PMDB – recém atingidos pelas flechadas do Janot – ficarão para depois... Quem sabe, um dia...
O apoio público e explícito que Rachel Dodge recebeu de “craques peemedebistas” como Renan Calheiros & cia... O supremo ministro Gilmar Mendes – outro inimigo declarado da Lava Jato – também figura entre os apoiadores da escolha e nomeação de Dodge feita por Michel Temer – alvo notório do agora ex-cacique Janot... Isto é mais ou menos como comemorar a legalidade e legitimidade de um gol de mão marcado pelo Corinthians contra o Vasco da Gama – apenas para usar uma metáfora futebolística recente, bem ao gosto do nobre corinthiano Luiz Inácio Lula da Silva...
É previsível que o ritmo frenético e até espetaculoso imposto por Janot deixará de vigorar na gestão da Raquel? Por enquanto, ela merece o crédito de quem assume o cargo agora... O jeito é aguardar para ver o que realmente vai acontecer com o futuro da Lava Jato. A delação da OAS, que pede passagem suprema, e ameaça mexer com grupos no Judiciário, será um grande teste geral sobre o destino imediato da Lava Jato. Aguardemos os efeitos das mexidas no time da Força Tarefa que joga contra os bandidos com foro privilegiado...
Apesar das dúvidas, o importante é uma certeza: a Polícia Federal, verdadeira fábrica de bambus para flechadores certeiros, continua operando a pleno vapor – muito mais pela vontade de seus servidores do que pela cúpula do Ministério da Justiça...
Porque não é fácil sobreviver no Brasil – “País onde nenhuma lei é cumprida, nem a Lei de Gaga” – como diria a turma do Rock in Rio que gritou “Fora, Temer”...

Gol na mão grande vale, Raquel Dodge?


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Quem acredita no conto da carochinha de que “as instituições estão funcionando normalmente” no Brasil deveria prestar atenção no antes e depois da posse de Rachel Dodge na chefia da Procuradoria-Geral da República. O flechador Rodrigo Janot deu uma desculpa esfarrapada para não ir ao evento. Alegou que recebeu um convite “muito impessoal”, por e-mail” de Raquel. Mas todo mundo sabe que o motivo real de Janot é não ter de ficar frente a frente com Michel Temer – alvo de suas flechadas e que é o “padrinho” da indicação da Rachel.

Não termos uma transmissão de cargo civilizada na PGR é mais uma prova de que a situação institucional se mostra pra lá de anormal no Brasil dominado pelo Crime Institucionalizado. Lamentável é constatar e ler na mídia fofoqueira que existe uma “briga de grupos” dentro do Ministério Público Federal – que tem um papel fundamental no combate à corrupção sistêmica. Pior ainda é saber que o trabalho da Lava Jato pode ser gravemente prejudicado pela guerrinha interna entre procuradores federais. As “flechas” autofágicas são perigosas, pois podem gerar perseguições, rigor seletivo e, no final das contas, viabilizar a impunidade a corruptos.

Na cúpula dos podres poderes, tem gente pregando, há muito tempo, que a Lava Jato precisa chegar a um final (feliz é difícil...). Por isso, a nova Procuradora-Geral Rachel Dodge tem logo a primeira missão espinhosa de mostrar, na prática, o combate à corrupção não vai ceder. Especula-se que isto será demonstrado imediatamente, com um bode expiatório previsível. Os corruptos da petelândia vão apanhar como nunca... Já os corruptos do PMDB – recém atingidos pelas flechadas do Janot – ficarão para depois... Quem sabe, um dia...

O apoio público e explícito que Rachel Dodge recebeu de “craques peemedebistas” como Renan Calheiros & cia... O supremo ministro Gilmar Mendes – outro inimigo declarado da Lava Jato – também figura entre os apoiadores da escolha e nomeação de Dodge feita por Michel Temer – alvo notório do agora ex-cacique Janot... Isto é mais ou menos como comemorar a legalidade e legitimidade de um gol de mão marcado pelo Corinthians contra o Vasco da Gama – apenas para usar uma metáfora futebolística recente, bem ao gosto do nobre corinthiano Luiz Inácio Lula da Silva...

É previsível que o ritmo frenético e até espetaculoso imposto por Janot deixará de vigorar na gestão da Raquel? Por enquanto, ela merece o crédito de quem assume o cargo agora... O jeito é aguardar para ver o que realmente vai acontecer com o futuro da Lava Jato. A delação da OAS, que pede passagem suprema, e ameaça mexer com grupos no Judiciário, será um grande teste geral sobre o destino imediato da Lava Jato. Aguardemos os efeitos das mexidas no time da Força Tarefa que joga contra os bandidos com foro privilegiado...

Apesar das dúvidas, o importante é uma certeza: a Polícia Federal, verdadeira fábrica de bambus para flechadores certeiros, continua operando a pleno vapor – muito mais pela vontade de seus servidores do que pela cúpula do Ministério da Justiça...

Porque não é fácil sobreviver no Brasil – “País onde nenhuma lei é cumprida, nem a Lei de Gaga” – como diria a turma do Rock in Rio que gritou “Fora, Temer”...   

Releia o artigo de domingo: A Polícia Federal é a fábrica de “bambu”

Silêncio ensurdecedor
Maluco ou bandido?
Pura Palhaçada
O jeito é fugir...

 

Exército sofre pane hierárquica e nada acontece


Josias de Souza

– Via Benett.